quinta-feira, 15 de junho de 2017

Liturgia do dia 15/06/2017



Leituras
Dt 8,2-3.14b-16a
Sl 147,12-13.14-15.19-20 (R. 12)
1Cor 10,16-17
Jo 6,51-58

SOLENIDADE DO SANTÍSSIMO CORPO E SANGUE DE CRISTO

Quinta-Feira

Primeira Leitura:  Dt 8,2-3.14b-16a

Moisés falou ao povo, dizendo: 2 Recordar-te-ás de todo o caminho, pelo qual teu Deus, Javé, te conduziu através do deserto, durante quarenta anos, para te humilhar e para te provar, para saber o que tu tinhas no coração e se tu observarias ou não os seus mandamentos. 3 Ele te humilhou e te fez passar fome, nutriu-te com o maná, que não conhecias, nem tu, nem teus pais, para te ensinar que o homem não vive só de pão, mas de tudo o que procede da boca de Javé.  14b Não te esqueças de Javé, teu Deus, que te tirou do país do Egito, da casa da servidão; 15 que te conduziu, através do deserto, grande e temível, onde havia serpentes abrasadoras, escorpiões, lugares áridos e sem água; ele, que fez jorrar para ti água do rochedo mais duro; 16a  que te nutriu no deserto com o maná, desconhecido dos teus pais.
Salmo: Sl 147,12-13.14-15.19-20 (R. 12)
R. Glorifica o Senhor, Jerusalém; celebra teu Deus, ó Sião!
(12) 1 Glorifica ao Senhor, Jerusalém, Sião, canta louvores ao teu Deus. (13) 2 Firmou de tuas portas os ferrolhos, abençoou teus filhos no teu seio.

(14) 3 Ele garante a paz para o teu solo e com a flor do trigo te alimenta. (15) 4 Ele transmite à terra as suas ordens, logo corre veloz sua palavra.

(19) 8 Revelou a Jacó sua palavra, suas leis e preceitos a Israel. (20) 9 Com nenhum outro povo agiu assim, a nenhum revelou os seus preceitos!
Segunda Leitura: 1Cor 10,16-17

Irmãos: 16 Não é comunhão com o sangue de Cristo o cálice de bênção que abençoamos? Não é comunhão com o corpo de Cristo o pão que partimos? 17 Porque há um único pão, nós todos formamos um só corpo, pois todos participamos deste único pão.
Evangelho: Jo 6,51-58

Naquele tempo disse Jesus: 51 Eu sou o pão vivo descido do céu. Quem comer deste pão viverá eternamente! O pão que vou dar é a minha carne, que eu ofereço pela vida do mundo”. 52 Começaram, então, os judeus a discutir entre si: “Como é que ele nos pode dar de comer sua carne?”. 53 Jesus insistiu: “Eu vos afirmo e esta é a verdade: se não comerdes a carne do Filho do homem e não beberdes seu sangue, não tereis a vida em vós. 54 Quem come minha carne e bebe meu sangue tem a vida eterna e eu o ressuscitarei no último dia. 55 Porque minha carne é verdadeira comida, e o meu sangue é verdadeira bebida. 56 Quem come minha carne e bebe meu sangue permanece em mim e eu nele. 57 Como o Pai, que vive, me enviou e eu vivo para ele, assim quem come a minha carne viverá para mim. 58 Este é o pão descido do céu. Não é igual ao que comeram vossos pais e apesar disso morreram. Quem come deste pão vive para sempre”.
Leituras:
Diretório da Liturgia e da Organização da Igreja no Brasil 2017 - Ano A - São Mateus, Brasília, Edições CNBB, 2016.
Citações bíblicas:
Bíblia Mensagem de Deus, São Paulo, Edições Loyola e Editora Santuário, 2016.
Boa Nova para cada dia
QUEM COME A MINHA CARNE E BEBE O MEU SANGUE TEM A VIDA ETERNA, E EU O RESSUSCITAREI NO ÚLTIMO DIA.
(Jo 6,54)
A mensagem da Liturgia da Palavra nesta Solenidade do Corpo e Sangue de Cristo se concentra na revelação que Jesus faz do futuro daqueles que se alimentam espiritualmente da Eucaristia. E este futuro é a Vida Eterna.
É precisamente a instituição da Eucaristia que celebramos hoje festivamente, mais do que na Quinta-Feira Santa, em que nossas disposições espirituais se concentravam na Paixão de Jesus.
A solenidade de hoje revela o que nos acontece, uma vez que estejamos unidos a Jesus Cristo por meio da Sagrada Comunhão de Seu Corpo e de Seu Sangue: Ele nos torna merecedores da Vida Eterna, porque no último dia, no Juízo Final, vai nos ressuscitar.
Em outras palavras: a Eucaristia do Corpo e Sangue de Cristo nos livra da morte eterna, para termos a Vida Eterna. E é nisto que consiste nossa Salvação.
Primeira Leitura:
Dt 8,2-3.14b-16a
V. 15d: Foi ele que fez jorrar água para ti da pedra duríssima,

V. 16a: e te alimentou no deserto com maná,...
(Dt 8,15-16)
A Liturgia da Palavra nesta passagem do Livro do Deuteronômio recorda aquele fato antiquíssimo da história de Israel, em que o povo, impaciente pela falta de água no deserto, durante o êxodo, foi saciado por Deus que fez jorrar da pedra água abundante. Todos beberam e não morreram de sede.
O que estava em questão era a vida do Povo Eleito.
E esta vida salva pela ação milagrosa de Deus é entendida aqui como imagem da Vida Eterna, que Jesus Cristo nos dá na Eucaristia.
A lembrança do maná que Deus deu a seu povo faminto no deserto, é figura do pão que Deus nos dá na Eucaristia, pelo Corpo de Cristo. Deus salvou da morte pela fome seu Povo Eleito. Na Eucaristia Deus salva seu Novo Povo Eleito, todos os batizados, da fome de Vida Eterna.
Salmo Responsorial:
Sl 147,12-13.14-15.19-20 (R. 12)
V. 14 ... te dá como alimento a flor do trigo.
A flor do trigo significa o que de melhor resulta da moagem dos grãos. É uma farinha especial, não comum, não grãos inteiros difíceis de comer, nem quirera das palhas. Deus não se contenta em oferecer a seu Povo Eleito apenas o trigo recém-colhido. Quer para seu Povo o que há de melhor.
Esta é a imagem do Corpo e Sangue de Cristo, o que em Jesus Deus encontra de melhor para alimentar-nos: é a Eucaristia, que nada neste mundo supera, pois nada pode nos dar o melhor que Deus deseja: a Vida Eterna.
Segunda Leitura:
1Cor 10,16-17
V. 16 O cálice da bênção, o cálice que abençoamos,
não é comunhão com o Sangue de Cristo?

E o pão que partimos,

não é comunhão com o Corpo de Cristo?
São Paulo precisou lembrar ao povo de Corinto o verdadeiro significado da Eucaristia: aquela comunidade parecia esquecida da importância da comunhão do Corpo e Sangue de Cristo.
Para nós isto é importante, porque corremos, como os coríntios, o risco de esquecer a importância da Eucaristia e das condições para recebê-la sem cair no pecado do desrespeito por Jesus Cristo neste sacramento.
Infelizmente há pessoas que entram na fila da comunhão sem se perguntarem se estão em condições de recebê-la, isto é sem pecados graves.
Há quem não vive casado sacramentalmente e sem escrúpulos entra na fila para comungar, quando antes deveriam regularizar sua situação matrimonial perante Deus.
Há quem entra na fila da comunhão e comunga sem ter-se confessado há mais de um ano, quando deveria confessar-se antes para não se tornar réu do Corpo e Sangue de Cristo.
Além destes casos, há muitos outros impedimentos à santa comunhão, que em consciência todos os católicos devem conhecer.
Evangelho
:
V. 54 Quem come a minha Carne e bebe o meu Sangue tem a vida eterna, e eu o ressuscitarei no último dia.
Jesus é claro: a Eucaristia que nos dá é garantia da Vida Eterna porque seremos ressuscitados por Ele.
Peçamos hoje a Jesus que perdoe os que os ofendem recebendo indignamente a Eucaristia. Peçamos a Jesus Cristo que não nos permita comungar sem estarmos na condição do estado de Graça.
E, de modo especial, peçamos a Jesus Cristo que por meio da Eucaristia nunca nos separemos Dele, para que, enfim, mereçamos a Vida Eterna. Caso contrário, decepcionaríamos o Pai, o Filho e o Espírito Santo, que nos escolheram para a Vida Eterna.
É esta Vida que nos está garantida pela promessa de Jesus lida no Evangelho de hoje: V. 54 Quem come a minha Carne e bebe o meu Sangue tem a vida eterna, e eu o ressuscitarei no último dia.
É aqui que se cumpre em sua plena verdade o milagre de Deus que salvou Seu Povo da fome no deserto.
É aqui que se cumpre o que o Salmo Responsorial nos fez meditar sobre o melhor alimento, a flor de farinha, que para nós Deus escolhe.
É aqui que se verifica como o Pão e o Vinho oferecidos na Missa se tornam a comunhão com o Corpo e o Sangue de Cristo.
Toda a Liturgia da Palavra, portanto, nos ensina o sentido desta Solenidade do Corpo e Sangue de Cristo. Profundamente reconhecidos à Santíssima Trindade, comunguemos hoje e com grande gratidão recebamos a Vida Eterna que assim Deus nos garante.
Autor: Pe. Valdir Marques, SJ, Doutor em Teologia Bíblica pela Pontifícia Universidade Gregoriana de Roma.

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