sábado, 24 de junho de 2017

Liturgia do dia 24/06/2017

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Leituras
Is 49,1-6
Sl 138(139),1-3.13-14ab.14c-15 (R. 14a)
At 13,22-26
Lc 1,57-66

11ª Semana do Tempo Comum - Ano A

Sábado

Primeira Leitura:  Is 49,1-6

1 Ouvi-me, ilhas! Atendei, povos longínquos! Javé me chamou do ventre materno, do seio materno pronunciou meu nome. 2 Fez de minha boca uma espada aguda; protegeu-me à sombra de sua mão. Fez de mim uma seta afiada, escondeu-me na sua aljava. 3 Ele me disse: “És meu Servo, ó Israel, no qual me glorificarei”. 4 Respondi: “Em vão tenho trabalhado, inutilmente consumi minhas forças!”. Mas meu direito está em Javé, minha recompensa em meu Deus. 5 Agora Javé falou, Ele que me formou no seio materno para ser seu Servo, para reconduzir-lhe Jacó, e congregar-lhe Israel. Serei glorificado aos olhos de Javé. Meu Deus é minha força. 6 Ele disse: “É pouco demais que sejas meu servo, para soerguer as tribos de Jacó, reconduzir os restos de Israel. Eu te destino a ser a luz das nações para que minha salvação atinja os confins do orbe”.
Salmo: Sl 138(139),1-3.13-14ab.14c-15 (R. 14a)
R. Eu vos louvo e vos dou graças, ó Senhor, porque de modo admirável me formastes!
1 Senhor, tu me examinas e conheces, 2 sabes quando me sento ou me levanto. Tu penetras de longe os meus intentos, 3 percebes se caminho ou se repouso, são rotina aos teus olhos os meus passos.

13 Foste tu que plasmaste as minhas vísceras e no seio materno me teceste.

14 Por tão grande prodígio vos dou graças, velaste sobre mim com tanto amor.

14c Maravilhosas são as tuas obras! 15 Eis que me conhecias por inteiro, quando fui modelado ocultamente, nas entranhas, da terra cinzelado.
Segunda Leitura: At 13,22-26

Naqueles dias, Paulo disse: 22 Depois de o ter rejeitado, o Senhor fez surgir Davi como rei. Dele é que deu este testemunho: Encontrei Davi, filho de Jessé, homem segundo o meu coração, que cumprirá integralmente a minha vontade. 23 Foi de sua descendência que Deus fez sair Jesus, o Salvador de Israel, conforme a sua promessa. 24 Precedendo sua vinda, João tinha proclamado a todo o povo de Israel a mensagem do batismo de conversão. 25 Quando João estava para encerrar a sua missão, declarou: ‘Quem pensais que eu seja? Eu não sou esse tal. Mas depois de mim virá aquele a quem não sou digno de desamarrar as correias das sandálias’. 26 Irmãos, descendentes de Abraão e todos vós que adorais a Deus! É a nós que foi dirigida esta mensagem de salvação.
Evangelho: Lc 1,57-66
57 Chegou o dia de Isabel dar à luz e ela teve um menino. 58 Seus vizinhos e parentes souberam que o Senhor lhe tinha mostrado grande misericórdia e se alegravam com ela. 59 No oitavo dia foram circuncidar o menino e queriam dar-lhe o nome de seu pai, Zacarias. 60 Mas sua mãe interveio: “Não! Ele vai se chamar João!”. 61 Disseram-lhe: “Mas não há nenhum dos teus parentes com esse nome!”. 62 E perguntaram ao pai, com acenos, como queria que o chamassem. 63 Este pediu uma tabuinha e escreveu: “João é o seu nome”. E todos ficaram surpreendidos. 64 Naquele mesmo instante sua boca se abriu, sua língua se soltou e falava novamente, bendizendo a Deus. 65 Todos os vizinhos ficaram amedrontados, e por toda a montanha da Judeia se contavam estes acontecimentos. 66 Os que ouviam isso o retinham no seu coração e diziam: “Quem será este menino?”. De fato, a mão do Senhor estava com ele.
Leituras: Diretório da Liturgia e da Organização da Igreja no Brasil 2017 - Ano A - São Mateus,
Brasília, Edições CNBB, 2016.
Citações bíblicas: Bíblia Mensagem de Deus, São Paulo, Edições Loyola e Editora Santuário,
2016.
Boa Nova para cada dia
Primeira Leitura: Is 49,1-6.
“Não basta seres meu Servo para restaurar as tribos de Jacó e reconduzir os remanescentes de Israel: Eu te farei luz das nações, para que minha salvação chegue ate os confins da terra”. (Os 49,6).
Esta frase pode nos parecer difícil se não entendemos por qual motivo foi escrita no Livro de Isaías.
Trata-se de uma profecia que Deus faz dirigindo-se a Seu Servo.
Qual “Servo”?
É a figura misteriosa que aparece no Livro de Isaías, o “Servo de Javé”.
Em várias ocasiões do ciclo litúrgico encontramos esta figura do “Servo”, muitas vezes aplicada a Jesus Cristo.
Este “Servo” era um personagem destinado por Deus para assumir os pecados de Seu Povo Eleito e assim levá-lo à salvação. Por isso o “Servo” é sofredor, pois por meio de seu sofrimento redimiria Israel de seus pecados.
Ora, hoje esta figura de “Servo” se aplica também a São João Batista, cuja solenidade celebramos.
São João Batista realizou em sua vida grande parte do que o “Servo” devia realizar, segundo o lemos no Livro de Isaías.
De fato São João Batista denunciou os pecados do Povo Eleito, levou-o ao Batismo na água do Jordão para o arrependimento e entrada no Reino de Deus. Pagou com sua vida sua missão profética, sendo decapitado por Herodes Agripa. Sua vida foi dada para cumprir a missão profética recebida de Deus.
Ora, todos os anos nos lembramos desta missão profética de São João Batista, como hoje. Porém

hoje o vemos a partir da missão que Deus lhe dá já antes de seu nascimento
.
E esta missão o associou a Jesus, porque esta Primeira Leitura aplica a ele a profecia de que seria “Luz das nações”, como lemos em Is 49,6. Não só por meio da pregação de São João Batista a salvação será dada a Israel e ao mundo, mas plenamente dada por seu sucessor, Jesus Cristo.
Após a morte de São João Batista Jesus continuou a pregação de conversão ao Reino de Deus e, além disto, realizou a salvação do mundo e enviou á Igreja o Espírito Santo.
Pensemos hoje no nascimento de São João Batista,
vendo nele o precursor de Jesus Cristo,
o anunciador do Cordeiro de Deus (Jo 1,29), verdadeira “Luz do mundo”, de Israel e de todas as nações (Jo 8,12).
Salmo Responsorial: Sl 138(139),1-15.
Fostes vós que me formastes as entranhas, e no seio de minha mãe vós me tecestes [Sl 138(139),13].
O salmista canta hoje a maravilha da criação de um ser humano antes de seu nascimento pela ação de Deus.
Isto por si pode ser dito de todo ser humano.
Mas o que importa aqui é a afirmação de que Deus nos conhece intimamente, antes mesmo que nosso corpo fosse formado no seio materno.
Esta exclamação do salmista é a expressão da maravilha de uma descoberta: Deus está presente em nossa vida e existência desde seu início!
Ora, isto somente pode ser expressão do amor de Deus por nós, de Sua providência por nossa vida, seu zelo amoroso por suas criaturas.
Na festa de São João Batista esta afirmação fica ainda mais clara e a entendemos mais profundamente. De fato, quando a Mãe de Jesus visita sua prima Isabel, grávida do menino que viria a ser São João Batista, já no seio materno o menino é cheio do Espírito Santo, e exulta de alegria percebendo que em sua casa chegou o Filho de Deus no seio de Maria.
São dois nascimentos em preparação. São duas expressões do poder de Deus para a salvação de Seu Povo e de toda a humanidade.
Consideremos estes pensamentos com reverência e amor a Deus,
com a gratidão e alegria daquelas mães privilegiadas.
Nós somos os que recebemos o benefício espiritual do nascimento de São João Batista e do de Jesus.
Segunda Leitura: At 13,22-26.
“Depois de mim vem aquele do qual nem mereço desamarrar as sandálias”. (At 13,25c).
Esta Leitura tem por finalidade nos apresentar São João Batista em sua missão de anunciar a vinda de Jesus Cristo.
E ele faz isto afirmando sua humildade no cumprimento de uma grandíssima missão.
Ele se considera ninguém diante de Jesus Cristo, o Messias de Deus.
É deste modo que São João Batista anuncia Jesus como imensamente grande: somente um escravo se abaixaria diante de seu senhor para lhe amarrar o cordão de suas sandálias. Um escravo podia fazer isto como serviço a qualquer homem. São João Batista nem disto se julga digno perante a grandeza da pessoa de Jesus.
Nosso modo de pensar em Jesus nem sempre leva em consideração sua verdadeira magnitude, sua grandeza enquanto Filho de Deus, Salvador da humanidade.
Pois então nesta comemoração do nascimento de São João Batista, tenhamos presente isto: se ele se considerou indigno de desatar o cordão das sandálias de Jesus, quem somos diante de Jesus?
Evangelho: Lc 1,57-66.80.
Neste evangelho toda a cena se desenvolve em torno da escolha do nome de São João Batista.
O que significa “João”?
No hebraico quer dizer: “Deus é Graça”, no sentido de que a Graça de Deus está em benefício da pessoa que recebe este nome.
Também pode ser traduzido, livremente, mas seguramente, por “Deus me favoreça com sua graça”.
Deus mesmo determinara, antes que São João Batista nascesse, que este fosse seu nome. Foi no Templo de Jerusalém que seu pai, Zacarias, prestava o culto quando lhe apareceu o anjo dizendo que ele teria um filho e que deveria se chamar “João”.
O nome, na mentalidade semita e oriental de modo geral, expressa o sentido da existência da pessoa. Chamado “João”, este menino será por toda a vida um sinal do Deus da Graça para com todas as pessoas.
Como São João Batista foi o homem em quem a Graça de Deus se manifestou?
Foi através de sua missão de anunciar a Israel e a todos os povos o Messias, o Cordeiro de Deus, o perdão do pecado, a reconciliação da humanidade pecadora com Deus que sobre todos derrama sua Graça.
Meditemos neste sentido do nome de São João Batista.
Nossa compreensão, agora, se amplia, e por meio de São João Batista entendemos melhor a figura de Jesus Cristo, em quem a Graça de Deus se derramou sobre toda a humanidade.
Autor: Pe. Valdir Marques, SJ, Doutor em Teologia Bíblica pela Pontifícia Universidade Gregoriana
de Roma.

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