sábado, 24 de novembro de 2018

SANTO DO DIA 26 DE NOVEMBRO DE 2018.


SANTO DO DIA 26 DE NOVEMBRO DE 2018.

São Leonardo de Porto Maurício, amante da pobreza.

São Leonardo de Porto Maurício, encontrou cedo sua vocação ao Sacerdócio e renunciou a si mesmo.
Lembramos hoje a santidade do sacerdote que, pela sua vida e missão, mereceu ser constituído pelo Papa Pio XI, como Patrono dos sacerdotes que, em qualquer parte da terra, se consagram às missões populares católicas.

São Leonardo, o grande missionário do século XVIII, como lhe chamou Santo Afonso Maria de Ligório, nasceu em Porto Maurício, perto de Gênova, Itália, a 20 de dezembro de 1676. Aconteceu que Leonardo perdeu muito cedo sua mãe, tendo sido criado e educado pelo seu tio. Encontrou cedo sua vocação ao Sacerdócio, por isso, ao renunciar a si mesmo, foi para Roma formar-se no Colégio da Companhia de Jesus. Por causa da sua inocência e sólida virtude, conquistou a simpatia e a alta consideração de seus superiores, que nele viam outro angélico Luís Gonzaga. Entrou para a Ordem Franciscana, no Convento de São Boaventura, e com 26 anos já era Padre.

Começou a vivenciar toda a riqueza do Evangelho e a radicalidade típica dos imitadores de Francisco, por isso ocupou posições cada vez maiores no serviço à Ordem, à Igreja e para com todos. Devoto da Virgem Maria, que lhe salvou a vida num tempo de incurável doença (tuberculose), São Leonardo de Porto Maurício era devotíssimo do Sagrado Coração de Jesus na forma da adoração ao Jesus Eucarístico.

Foi, no século XVIII, o grande apóstolo do santo exercício da Via-Sacra. Era um grande amante da pobreza radical e franciscana. Toda a vida, penitências e orações de São Leonardo convergiam para a salvação das almas. Era tal a unção, a caridade ardente e o entusiasmo que repassava em suas pregações, que o célebre orador Bapherini, encanecido já no exercício da palavra, sendo enviado por Clemente XII a ouvir os sermões de Leonardo para depois o informar a este respeito, desempenhou-se da sua missão dizendo “que nunca ouvira pregador mais arrebatador, que o efeito de seus discursos era irresistível, que ele próprio não pudera reter as lágrimas”. São Leonardo era digno sucessor de Santo Antônio de Lisboa, de São Bernardino de Sena e de São João Capistrano.

O próprio Pontífice Bento XIV quis ouvir o famoso missionário, e para isso chamou-o a Roma, em 1749, a fim de preparar os fiéis para o Ano Santo. Depois de derramar-se por Deus e pelos outros, São Leonardo de Porto Maurício, não se tornou mártir, como tão desejava, mas deu toda sua vida no dia-a-dia até adoecer e entrar no Céu a 26 de novembro de 1751, no Convento de São Boaventura, em Roma, onde, 54 anos antes, se consagrara ao Senhor sob o burel de São Francisco. Não se limitou apenas à pregação o ilustre missionário de Porto Maurício; deixou também vasta coleção de escritos, publicados a princípio isoladamente, e reunidos depois numa grande edição, que prolonga no futuro a sua prodigiosa ação missionária, não apenas dentro das fronteiras da Itália, mas cujo âmbito é todo o mundo civilizado, pelas traduções feitas em quase todas as línguas cultas. Estes escritos constituem, em geral, um rico tesouro de verdades ascéticas e ensinamentos morais e homiléticos.

São Leonardo de Porto Maurício, rogai por nós !

XXXIV Semana - Segunda-feira - Tempo Comum - Anos Pares 26 Novembro 2018 Tempo Comum - Anos Pares XXXIV Semana - Segunda-feira


XXXIV Semana - Segunda-feira - Tempo Comum - Anos Pares


Liturgia do dia 26/11/2018


Liturgia do dia 26/11/2018


Leituras
Ap 14,1-3.4b-5
Sl 23(24),1-2.3-4ab.5-6 (R/. cf. 6)
Lc 21,1-4

34ª Semana do Tempo Comum

Segunda-Feira

Primeira Leitura: Ap 14,1-3.4b-5

Leitura do Livro do Apocalipse de São João

1 Eu João tive uma visão: eis que o Cordeiro estava de pé no Monte Sião e com ele cento e quarenta e quatro mil, que traziam escritos na testa o nome dele e o nome de seu Pai. 2 E ouvi uma voz do céu, como a voz de muitas águas e como a voz de grande trovão. A voz que eu ouvi era como a de harpistas tocando as suas harpas. 3 Cantavam um cântico novo diante do trono, dos quatro seres vivos e dos anciãos. Ninguém podia aprender o cântico, a não ser os cento e quarenta e quatro mil que foram resgatados da terra. 4b São eles que acompanham o Cordeiro por onde quer que vá. São resgatados dentre os homens, como primícias para Deus e para o Cordeiro. 5 Na sua boca não se achou mentira: eles são irrepreensíveis.
Salmo: Sl 23(24),1-2.3-4ab.5-6 (R/. cf. 6)
R. É assim a geração dos que buscam vossa face, ó Senhor, Deus de Israel.
1 É do Senhor a terra e o que a reveste, o mundo inteiro e todos os que o habitam. 2 Foi ele quem firmou-a sobre os mares quem a consolidou por sobre as águas.

3 “Quem subirá ao monte do Senhor, quem entrará no seu lugar sagrado?” 4 O homem de mãos limpas e alma pura, que não tem no pecado o pensamento, nem engana, jurando, os semelhantes.

5 Este terá a bênção do Senhor e a justiça de Deus, seu Salvador. 6 “Assim é a geração dos que o procuram, e do Deus de Jacó buscam a face!
Evangelho: Lc 21,1-4

1 Levantando os olhos, Jesus viu que os ricos depositavam as suas ofertas no cofre do Templo. 2 Viu também uma pobre viúva que colocava ali duas moedas de cobre. 3 Então ele disse: “Eu vos asseguro: esta pobre viúva deu mais do que todos os outros. 4 Pois todos aqueles deram do que lhes sobrava, mas esta deu, da sua indigência, tudo o que lhe ficava para viver’’.
Leituras: Diretório da Liturgia e da Organização da Igreja no Brasil 2018 - Ano B - São Marcos, Brasília, Edições CNBB, 2017.
Citações bíblicas: Bíblia Mensagem de Deus, São Paulo, Edições Loyola e Editora Santuário, 2016.
Boa Nova para cada dia
“A viúva, em sua pobreza, ofertou tudo quanto tinha para viver”
 (Lc 21,4).
A estória que São Lucas descreve no Evangelho de hoje é a mesma descrita por Mc 12,38-44.
A mensagem desta estória é sobre a importância que as pessoas dão a Deus. E esta importância difere de pessoa a pessoa, como também da intensidade do amor que sentem por Deus. Umas amam mais a Deus que outras.

No caso dos ricos, que depositaram no cofre do Templo muitas moedas, aquelas que não lhes fariam falta alguma, a importância que davam a Deus era mínima. No entanto saíram do Templo pensando ter feito muito mais do que a pobre viúva.
No caso da pobre viúva, a importância que ela atribuía a Deus era a máxima. Foi o que demonstrou, oferecendo o máximo de que dispunha, mesmo que apenas duas moedinhas quase sem valor. Em sua humildade não se considerou uma pessoa importante como aqueles ricos. Ela saiu do Templo lamentando não ter mais amor a oferecer a Deus. Os ricos, no entanto, pensaram que Deus devia ser-lhes muito grato pelas ricas moedas que doaram.
Jesus chega ao final da estória deixando-nos a pergunta: quem foi mais agradável a Deus neste episódio diante do cofre do Templo? E quem agradou menos a Deus?

Somos inteligentes para responder a estas duas perguntas de maneira correta: é claro que foi a viúva. Deus não olha as aparências e sim os corações. E o coração daquela pobre mulher era rico de amor a Ele. Mas o coração dos ricos era rico de amor próprio. Para eles, Deus podia ficar em segundo lugar.
Este fato da vida de Jesus os dá o que pensar.Reflitamos e tiremos o proveito, mudando nossas atitudes perante Deus; nem pensemos que a lição deste Evangelho nada tem a nos questionar. Tem. Sejamos sinceros e cheguemos a um grande amor a Deus por meio da humildade que Ele aprecia. Ofereçamos a Ele tudo o que temos como significado de nossa vida e existência. A pobre viúva chegou a este ponto. Nós também podemos fazer o mesmo.

Autor: Pe. Valdir Marques, SJ, Doutor em Teologia Bíblica pela Pontifícia Universidade Gregoriana de Roma.

SANTO DO DIA 25 DE NOVEMBRO DE 2018.


SANTO DO DIA 25 DE NOVEMBRO DE 2018.

Santa Catarina de Alexandria, protetora do Estado de Santa Catarina.

Lembramos a vida desta santa que é inspiradora e protetora de um Estado brasileiro: Santa Catarina.
Nascida em Alexandria, recebeu uma ótima formação cristã. É uma das mais célebres mártires dos primeiros séculos, um dos Santos Auxiliadores. O pai, diz a lenda, era Costes, rei de Alexandria. Ela própria era, aos 17 anos, a mais bonita e a mais sábia das jovens de todo o império; esta sabedoria levou-a a ser muitas vezes invocada pelos estudantes. Anunciou que desejava casar-se, contanto que fosse com um príncipe tão belo e tão sábio como ela. Esta segunda condição embargou que se apresentasse qualquer pretendente.

“Será a Virgem Maria que te procurará o noivo sonhado”, disse-lhe o ermitão Ananias, que tinha revelações. Maria aparece, de fato, a Catarina na noite seguinte, trazendo o Menino Jesus pela mão. “Gostas tu d’Ele?”, perguntou Maria. -“Oh, sim”. -“E tu, Jesus, gostas dela?” -“Não gosto, é muito feia”. Catarina foi logo ter com Ananias: “Ele acha que sou feia”, disse chorando. -“Não é o teu corpo, é a tua alma orgulhosa que Lhe desagrada”, respondeu o eremita. Este instruiu-a sobre as verdades da fé, batizou-a e tornou-a humilde; depois disto, tendo-a Jesus encontrado bela, a Virgem Santíssima meteu aos dois o anel no dedo; foi isto que se ficou chamando desde então o “casamento místico de Santa Catarina”.

Ansiosa de ir ter com o seu Esposo celestial, Catarina ficou pensando unicamente no martírio. Conta-se que ela apresentou-se em nome de Deus, diante do perseguidor, imperador Maxêncio, a fim de repreendê-lo por perseguir aos cristãos e demonstrar a irracionalidade e inutilidade da religião pagã. Santa Catarina, conduzida pelo Espírito Santo e com sabedoria, conseguiu demonstrar a beleza do seguimento de Jesus na sua Igreja. Incapaz de lhe responder, Maxêncio reuniu para a confundir os 50 melhores filósofos da província que, além de se contradizerem, curvaram-se para a Verdade e converteram-se ao Cristianismo, isto tudo para a infelicidade do terrível imperador.

Maxêncio mandou os filósofos serem queimados vivos, assim como à sua mulher Augusta, ao ajudante de campo Porfírio e a duzendos oficiais que, depois de ouvirem Catarina, tinham-se proclamado cristãos. Após a morte destes, Santa Catarina foi provada na dor e aprovada por Deus no martírio, tendo sido sacrificada numa máquina com quatro rodas, armadas de pontas e de serras. Isto aconteceu por volta do ano 305. O seu culto parece ter irradiado do Monte Sinai; a festa foi incluída no calendário pelo Papa João XXII (1316-1334).

Santa Catarina de Alexandria, rogai por nós !

Solenidade de Cristo, Rei do Universo - Ano B 25 Novembro 2018 Solenidade de Cristo, Rei do Universo Ano B - XXXIV Domingo Comum


Solenidade de Cristo, Rei do Universo - Ano B


Liturgia do dia 25/11/2018


Liturgia do dia 25/11/2018


Leituras
Dn 7,13-14
Sl 92(93),1ab.1c-2.5 (R/. 1a)
Ap 1,5-8
Jo 18,33b-37

Solenidade de Nosso Senhor Jesus Cristo, Rei do Universo

Domingo

Primeira Leitura: Dn 7,13-14

Leitura da Profecia de Daniel
13 Eu contemplava, nas visões noturnas. Eis: com as nuvens do céu veio algo como um Filho do Homem. Ele chegou até o Ancião ao qual foi apresentado. 14 Foi-lhe dado império, honra e realeza e todos os povos, nações e línguas o serviram. Seu império é um império eterno que jamais passará e o seu reino não será destruído.
Salmo: Sl 92(93),1ab.1c-2.5 (R/. 1a)
R. O Senhor se vestiu de majestade, revestiu-se, cingiu-se de poder!
1ab O Senhor se vestiu de majestade, revestiu-se, cingiu-se de poder; sim, o Senhor reina!
1c Firmaste o mundo, e o mundo não se abala; 2 teu trono é firme desde a eternidade, existes desde sempre.

5 Teus testemunhos são dignos de fé, a santidade brilha em tua casa pelos tempos afora.
Segunda Leitura: Ap 1,5-8

Leitura do Livro do Apocalipse de São João

A vós graça e paz 5 da parte de Jesus Cristo, a testemunha fiel, o Primogênito dentre os mortos, o Príncipe dos reis da terra. A ele, que nos ama e nos lavou de nossos pecados no seu sangue, 6 e que fez de nós um reino de sacerdotes para seu Deus e Pai, a ele glória e poder por todo o tempo. Amém. 7 Olhai! Ele vem entre as nuvens! Todo olho o verá, e também aqueles que o transpassaram. E todas as tribos da terra se lamentarão por sua causa. Sim. Amém! 8 Eu sou o Alfa e o Ômega, diz o Senhor Deus, aquele que é, que era e que vem, o Todo-Poderoso.
Evangelho: Jo 18,33b-37

Naquele tempo:33 Pilatos entrou novamente na sua residência, mandou chamar Jesus e lhe disse: “És tu o rei dos judeus?”. 34 Jesus perguntou por sua vez: “Dizes isto por conta própria ou outros te disseram isso de mim?”. 35 Pilatos respondeu: “Por acaso sou eu judeu? Teu povo e os sacerdotes chefes te puseram nas minhas mãos. Que fizeste?”. 36 Jesus respondeu: “Meu reino não é deste mundo. Se meu reino fosse deste mundo, meus guardas teriam combatido para que eu não fosse entregue aos judeus. Mas meu reino não é daqui”. 37 Pilatos perguntou: “Então tu és rei?”. Jesus respondeu: “Tu o dizes, eu sou rei! Para isto nasci. Para isto vim ao mundo: para dar testemunho da verdade. Todo aquele que é da verdade escuta minha voz”.
Leituras: Diretório da Liturgia e da Organização da Igreja no Brasil 2018 - Ano B - São Marcos, Brasília, Edições CNBB, 2017.
Citações bíblicas: Bíblia Mensagem de Deus, São Paulo, Edições Loyola e Editora Santuário, 2016.
Boa Nova para cada dia
“... EU SOU REI. EU NASCI E VIM AO MUNDO PARA ISTO... 
(Jo 18,37)
A Igreja sempre soube que Jesus, o Filho de Deus, é Rei.
O Evangelho de São Lucas, lido nas comunidades cristãs desde o ano 80, traz as palavras do Anjo Gabriel à Virgem Maria: “... o Senhor Deus lhe dará o trono de Davi, seu pai; ele reinará na casa de Jacó para sempre, e seu reinado não terá fim” (Lc 1,32-33).
O senhorio de Jesus sobre a casa de Israel, sobre o Povo Eleito, é claro aqui.
No entanto a Igreja ultrapassou os limites do judaísmo e viu no Messias de Israel o Salvador de toda a humanidade. Precisamente porque Deus Lhe deu Poder e Majestade, Jesus Cristo domina todas as forças que submetem a humanidade ao pecado. O último inimigo que vencerá será a morte (1Cor 15,26), uma vez que nos livrou do pecado, cujo preço, precisamente, é a morte (Rm 6,23).
Porém uma festa como a de Cristo Rei, como a celebramos atualmente, somente foi instituída pelo Papa Pio XI em 1925. Era um momento em que o mundo corria o risco de se esquecer de Deus, pela onda sempre crescente de laicismo. O Papa tinha em mente um novo relacionamento com o mundo, o da fé e o mundo dos que não tinham fé, com Jesus Cristo, com o cristianismo, mostrando que a realeza de Jesus Cristo, determinada por Deus Pai, importava a todos e se sobrepunha a todos os poderes terrestres e celestes.
É na Liturgia da Palavra de hoje que encontramos o sentido desta solenidade em nossos dias, diferentes dos do início do século XX, dos tempos do Papa Pio XI.
É o Evangelho que nos mostra Jesus afirmando claramente sua realeza. E Ele o fez num momento decisivo de sua vida, o momento em que estava para ser condenado à morte por Pilatos. Esta afirmação deve ser lida por nós como que sendo um ponto chave do testamento de Jesus antes de Sua Morte salvadora:
“... Eu sou rei.
Eu nasci e vim ao mundo para isto...” 
(Jo 18,37).
Esta afirmação de Jesus, no momento em que Ele a fez, isto é, pouco antes de nos salvar com Sua Morte,deve ser entendida precisamente como afirmação salvadora. O reino de Jesus somente tem um sentido: aplicar o Poder que o Pai Lhe deu para salvar o mundo. É aqui que vemos Jesus como vencedor pleno e incomparável. Ninguém como Ele pôde salvar a humanidade com tal Poder sobre o Pecado e a morte.
É do Salmo Responsorial que nos vem mais compreensão sobre a realeza de Jesus Cristo.
Deus é rei e se vestiu de majestade; revestiu-se de poder e esplendor 
[Sl 92(93),1].
A realeza de Jesus não tem origem em sua condição humana. 
Como simples homem, igual a nós, não teria poder de rei se não fosse, ao mesmo tempo, Filho de Deus. Ora, é de Deus Pai que Jesus recebe sua realeza. O Povo Eleito cantou, séculos antes de Jesus, o Sl 92(93), e o próprio Jesus o conhecia desde sua infância. O Sl 92(93) era cantado nas festas em que Israel comemorava a superioridade de seu Deus acima dos deuses pagãosque não eram vivos nem verdadeiros, e, por isso, incapazes de criar e manter em vida a criação. O Deus de Israel era o Deus doador da vida, o Criador. Ele criara todos os seres da terra e do céu, para que existissem para sempre. Não comparece a ideia de morte ou fim desta existência no primeiro relato da criação em Gn 1,1-2,4. Portanto a realeza divina cantada por Israel era a sustentadora, somente pelo poder de Deus, de toda a vida criada e de toda a existência dos seres não vivos também.
Dentro desta compreensão do Deus Rei de Israel, porque Vivo e doador da Vida, é que entendemos a realeza de Jesus, o Filho de Deus. É que Ele ressuscitado nos dá a Vida sem fim, eterna. Seu Poder é o de dar a Vida sem fim, o contrário do pecado, que leva à submissão à morte para sempre.
Da Primeira Leitura lemos uma passagem do Livro de Daniel, que para os judeus, mesmo os de hoje, permanece misteriosa. Porém para a Igreja, desde seu início profetiza a vida de Jesus Cristo sobre as nuvens do céu, para o Juízo Final.
... entre as nuvens do céu vinha um como Filho do Homem, ... 
(Dn 7,13).
Foram-lhe dados Poder, Glória e Realeza ...
seu Poder é um Poder eterno ...
e seu Reino, um reino que não se dissolverá
 (Dn 7,14).
O ‘Filho do Homem’ foi o título aplicado pelo próprio Jesus a Si mesmo. Jesus queria ser entendido como aquele que veio servir a humanidade dando-lhe a Salvação. Ele não se manifestava em sua plena divindade, da qual ‘esvaziou-se’, como diz o Hino Cristológico de Filipenses 2,7.
Desta Primeira Leitura é importante observar dois pontos relativos a Jesus:
- este Filho do Homem recebe de Deus Poder, Glória e Realeza
- seu Poder é eterno e seu reino não terá fim.
Para que tudo isto é dado por Deus Pai ao Filho do Homem?
A resposta é simples, se entendermos corretamente a finalidade deste Poder: é um poder definitivo sobre a morte, que, desaparecida, não será impedimento para a Salvação Eterna. De fato, que sentido teria a Salvação se não fosse eterna?

Da Segunda Leitura ouvimos estas palavras pronunciadas por Jesus no seu Reino celeste:

“Eu sou o Alfa e o Ômega ...

aquele que é, que era e que vem, o todo poderoso”
(Ap 1,8).
“Alfa e Ômega” é uma dupla de palavras empregada quando se quer dizer uma totalidade, tal como a do alfabeto: entre Alfa e Ômega, do alfabeto grego, estão incluídas todas as outras letras, de modo que nenhuma fica excluída. Em outros termos: esta dupla de palavras quer dizer que em Jesus Cristo está a totalidade da Divindade e da Humanidade, numa única pessoa. É a única Pessoa da Santíssima Trindade que também tem natureza humana. E isto por um motivo próprio: ser semelhante aos homens para salvá-los todos. Dando sua vida humana pelo perdão dos pecados, redimiu a humanidade e lhe deu a Salvação eterna desejada por Deus Pai.
É importante notar que esta expressão ‘Alfa e Ômega’ fica impressa no Círio Pascal, que representa a Salvação dada à humanidade, sob o aspecto de luz, pois a humanidade jazia nas trevas do pecado. Como luz, o Círio que resplandece nas trevas é a imagem da vida divina dada aos homens.
Resumindo o conteúdo desta Liturgia da Palavra, podemos concluir que o Poder de Jesus Cristo Rei é a expressão amorosa de Deus Pai para a Salvação do mundo.
Meditemos sobre isto neste dia.
E deixemos que o Amor que procede do Poder sem fim de Jesus domine nossos corações.
Autor:
 Pe. Valdir Marques, SJ, Doutor em Teologia Bíblica pela Pontifícia Universidade Gregoriana de Roma.