terça-feira, 4 de abril de 2017

Liturgia do dia 05/04/2017

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Leituras
Dn 3,14-20.24.49a.91-92.95
Dn 3, 52. 53. 54. 55. 56 (R. 52b) ...
Jo 8,31-42

5ª Semana da Quaresma

Quarta-Feira

Primeira Leitura: Dn 3,14-20.24.49a.91-92.95

14 Nabucodonosor, tomando a palavra, inquiriu-lhes: “É verdade, Sidrac, Misac e Abdênago, que não honrais os meus deuses e não adorais a estátua de ouro que erigi? 15 Estais prontos para, no momento em que ouvirdes o som da trombeta, da flauta, da cítara, da harpa, do saltério, da cornamusa, e de todo o gênero de instrumentos musicais, prostrar-vos para adorar a estátua que fiz? Se não a adorardes, no mesmo instante sereis lançados numa ardente fornalha de fogo. E qual é o deus que vos poderá livrar da minha mão?”. 16 Sidrac, Misac e Abdênago disseram ao rei Nabucodonosor: “Não há necessidade alguma que nós te respondamos sobre este assunto, 17 porque deves saber que nosso Deus, a quem adoramos, pode tirar-nos da ardente fornalha de fogo e livrar-nos, ó rei, das tuas mãos. 18 Se ele não quiser fazer assim, fica sabendo, rei, que nem assim honraremos os teus deuses, nem adoraremos a estátua de ouro que erigiste”. 19 Nabucodonosor, cheio de furor e indignado contra Sidrac, Misac e Abdênago, mandou que se acendesse a fornalha com um fogo sete vezes maior do que se costumava acender. 20 Ordenou aos homens fortes do seu exército para que, ligados os pés a Sidrac, Misac e Abdênago, os lançassem na ardente fornalha de fogo. 24 E eles caminhavam no meio das chamas, louvando a Deus e bendizendo o Senhor.

Salmo: Dn 3, 52. 53. 54. 55. 56 (R. 52b)

R. A vós louvor, honra e glória eternamente!

52 “Bendito és, Senhor, Deus de nossos pais, louvado e exaltado para sempre! Bendito é teu Nome, santo e glorioso, louvado e exaltado para sempre!

53 Bendito és no templo santo da glória, exaltado e glorificado para sempre!

54 Bendito és sobre o trono da realeza, louvado e exaltado para sempre!

55 Bendito, tu que sondas os abismos e sentas sobre os querubins, louvado e exaltado para sempre!

56 Bendito és no firmamento do céu, louvado e exaltado para sempre!

57 Obras do Senhor, bendizei ao Senhor

Evangelho: Jo 8,31-42

31 Então, Jesus disse aos judeus que acreditaram nele: “Se permanecerdes na minha palavra, sereis verdadeiramente meus discípulos, 32 conhecereis a verdade e a verdade vos libertará”. 33 Disseram lhe: “Somos descendentes de Abraão e nunca fomos escravos de alguém. Como dizes que seremos livres?”. 34 Jesus respondeu: “Eu vos afirmo e esta é a verdade: aquele que comete pecado é escravo do pecado, 35 Ora, o escravo não fica sempre com a família, é o filho que fica habitualmente com ela. 36 Se, portanto, o Filho vos libertar ficareis realmente livres. 37 Bem sei que sois descendentes de Abraão; no entanto, quereis matar-me, porque minha palavra não penetra em vós. 38 Eu falo das coisas que meu Pai me mostrou e vós fazeis o que ouvistes de vosso pai”. 39 Responderam-lhe: “Nosso pai é Abraão”. Jesus disse então: “Se sois filhos de Abraão, praticai as obras de Abraão. 40 No entanto, vós quereis matar-me, a mim que vos disse a verdade, que ouvi do próprio Deus. Isto, Abraão não fez! 41 Vós fazeis as obras do vosso pai”. Disseram-lhe: “Nós não somos bastardos. Temos um só pai, que é Deus”.42 Jesus lhes disse: “Se Deus fosse vosso pai, vós me amaríeis, porque saí de Deus e aqui estou; eu não vim porque quis: foi ele quem me enviou.

Leituras: Diretório da Liturgia e da Organização da Igreja no Brasil 2017 - Ano A - São Mateus, Brasília, Edições CNBB, 2016.

Citações bíblicas: Bíblia Mensagem de Deus, São Paulo, Edições Loyola e Editora Santuário, 2016.

Boa Nova para cada dia

Se Deus fosse vosso Pai, vós certamente me amaríeis, porque de Deus é que saí e vim. (Jo 8,42a).

O Evangelho de hoje traz uma cena em que Jesus discute com judeus.

Jesus, bem intencionado, ouve-os pacientemente, mas também energicamente. Ele tenta convencê-los de vários pontos sobre a missão que recebeu de Deus Pai.

Estes judeus mantinham-se aferrados a suas convicções. Eles não queriam, na verdade, aceitar Jesus plenamente. Com o coração fechado, não se converteriam a Jesus jamais.

Já aqui temos, neste Evangelho, um convite para rever nossas convicções religiosas. Podemos correr o risco de criar para nós convicções contrárias a Deus, a Jesus, ao Espírito Santo, à Igreja. Há quem se acredite bom católico permanecendo neste tipo de erro, isto é, ter o coração endurecido, resistindo aos convites de conversão dados por Deus.

Aqueles judeus que ouviram Jesus permaneceram com o coração endurecido e não se converteram, mesmo tendo diante deles o próprio Filho de Deus.

Não imaginemos que seríamos melhores do que eles se nosso coração permanecesse endurecido. Poderíamos ser iguais a eles, mesmo crendo no próprio Filho de Deus encarnado, cujas palavras ouvimos cada dia na Liturgia da Palavra.

Nesta discussão com os judeus, Jesus os acusa de três erros.

O primeiro é a incapacidade deles em entender que aceitando Jesus ficariam livres do pecado. Jesus viera para isto, como lemos em Lc 2,11: ... hoje nasceu para vós, na cidade de Davi, o Salvador, que é Cristo, o Senhor.

Os judeus O escutaram, mas não se converteram a Jesus.

O segundo erro é a contradição dos judeus em relação a Jesus judeu: eles são filhos de Abraão. Nesta condição deveriam ser coerentes vendo que Jesus também era filho de Abraão. Deveriam reconhecer e aceitar Jesus como irmão deles. No entanto Jesus os acusa de agirem como filhos do demônio: “procurais matar-me...(Jo 8,37b)”; “... vós fazeis o que ouvistes de vosso pai” (Jo 8,38b), isto é, o demônio.

Novamente os judeus ouvem Jesus acusá-los de planejar Sua morte, pecado de homicídio, coisa que Deus não inspira e sim o demônio.

Ouviram novamente Jesus, mas não se converteram a Ele.

O terceiro erro: os judeus se consideram filhos de Deus, mas querem matar O Filho de Deus, como Ele mesmo disse: “Se Deus fosse vosso Pai, vós certamente me amaríeis, porque de Deus é que saí e vim” (Jo 8,42b). Como era possível que fossem filhos de Deus querendo matar O Filho de Deus?

Pela terceira vez ouviram Jesus, e não se converteram a Ele.

Deus, neste Evangelho, nos convida a considerar Jesus nestes três pontos:

a) Aquele que veio para salvar dos pecados os judeus e a toda a humanidade, desde que aceito. Eles, enquanto pecadores, deviam aceitar a Salvação dada por Jesus.

b) Aquele que é filho de Abraão e que veio em primeiro lugar para salvar os judeus. Como filho de Abraão os judeus O deveriam acolher como irmão.

c) Aquele que é Filho de Deus e não possesso de Belzebu (Lc 11,19), veio salvar os judeus por ordem de Deus. Eles, como filhos de Deus, deveriam acolher O Filho de Deus.

Destes pecados dos judeus aprendemos nós mesmos a olhar Jesus como o Salvador dos pecados da humanidade. Nesta Quaresma concentramos nossas meditações nesta entrega de Jesus para perdoar nossos pecados. Portanto devemos pedir que Ele nos perdoe, arrependendo-nos de todos os nossos pecados numa confissão bem cuidada, movidos pelo amor de Deus.

Assim nos veremos como filhos de Abraão, pela fé, e filhos adotivos de Deus por meio de Jesus, Filho de Deus. Ele anulou o pecado, a distância entre nós e Deus Pai.

Autor: Pe. Valdir Marques, SJ, Doutor em Teologia Bíblica pela Pontifícia Universidade Gregoriana de Roma.
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