sábado, 8 de abril de 2017

Liturgia do dia 08/04/2017

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Leituras
Ez 37,21-28
Jr 31, 10. 11-12ab. 13 (R. Cf. 10d)
Jo 11,45-56

5ª Semana da Quaresma

Sábado

Primeira Leitura: Ez 37,21-28

21  Assim fala o Senhor Javé: Eis que tirarei os filhos de Israel do meio das nações entre as quais agora se encontram. Reuni-los-ei de todos os lados e os estabelecerei novamente em sua própria terra. 22 Farei deles um só povo, nas montanhas de Israel. Um único rei será o rei de todos. Não mais serão dois povos e não mais se dividirão em dois reinos. 23 Não mais se contaminarão com seus ídolos e figuras abomináveis e demais práticas abomináveis Livrá-los-ei de todas as infidelidades que cometeram e os purificarei. Serão meu povo e eu serei seu Deus. 24 Meu servo Davi reinará sobre eles e haverá para todos um só pastor. Viverão segundo meus mandamentos, observarão minhas ordens e as porão em prática. 25 Habitarão na terra que dei a meu servo Jacó e na qual habitaram seus antepassados. Nela habitarão eles, seus filhos e seus netos, para sempre, e meu servo Davi será seu príncipe, para sempre. 26 Concluirei com eles uma aliança de paz, que será uma aliança eterna. Eu os multiplicarei e colocarei meu Santuário no meio deles, para sempre. 27 Minha Morada estará sobre eles, sendo eu para eles seu Deus e sendo eles o meu povo. 28 Reconhecerão os povos que eu sou Javé, santificador de Israel, quando meu Santuário estiver no meio deles para sempre.
Salmo: Jr 31, 10. 11-12ab. 13 (R. Cf. 10d)

R. O Senhor nos guardará qual pastor a seu rebanho.

10 Ouvi, nações, a palavra de Javé, anunciai-a às ilhas longínquas: “O que dispersou Israel o recolhe, e o guarda como um pastor seu rebanho”.

11 Pois Javé redimiu Jacó, resgatou-o da mão do mais forte. 12 Virão alegres às alturas de Sião, afluirão para as bênçãos de Javé: o trigo, o vinho e o azeite, as ovelhas e os bois; sua alma será um jardim regado e não mais languescerão.

13 Então a virgem dançará alegremente, jovens e velhos, todos juntos: mudarei seu luto em regozijo, confortá-los-ei, mudarei sua dor em alegria.
Evangelho: Jo 11,45-56

45 Muitos dos judeus, que tinham ido visitar Maria e viram o que Jesus havia feito, creram nele. 46 Alguns, pelo contrário, foram ter com os fariseus e contaram-lhes o que Jesus tinha feito. 47 Os sacerdotes-chefes e os fariseus reuniram o Conselho e discutiram: “Que faremos? Este homem está fazendo muitos sinais. 48 Se o deixarmos continuar assim, todos crerão nele, depois virão os romanos e destruirão nosso lugar santo e nossa nação”. 49 Um deles, Caifás, que era o Sumo Sacerdote neste ano, lhes disse: “Vós não entendeis nada! 50 Não compreendeis então que é melhor para vós morrer um só homem pelo povo, do que ser destruída toda a nação?”. 51 Não falou isto por si mesmo, mas, sendo o Sumo Sacerdote daquele ano, profetizou que Jesus haveria de morrer por toda a nação. 52 E não só por toda a nação, mas também para congraçar, na unidade, todos os filhos de Deus que estão dispersos. 53 A partir desse dia resolveram matá-lo. 54 Por isso Jesus já não andava em público entre os judeus; mas retirou-se dali para a região vizinha do deserto, na cidade chamada Efraim, e ficou ali com seus discípulos. 55 Ora, estava próxima a Páscoa dos judeus. Antes dela muitos da região subiram a Jerusalém para se purificar. 56 Então procuravam a Jesus e comentavam entre si, quando se encontravam no Templo: “Que vos parece? Será que ele virá à festa?”.
Leituras: Diretório da Liturgia e da Organização da Igreja no Brasil 2017 - Ano A - São Mateus, Brasília, Edições CNBB, 2016.
Citações bíblicas: Bíblia Mensagem de Deus, São Paulo, Edições Loyola e Editora Santuário, 2016.
Boa Nova para cada dia
“... é melhor um só morrer pelo povo do que perecer a nação inteira”. (Jo 11,510,b).
Ao longo do Evangelho de São João vemos Jesus afirmando sua filiação divina.
Jesus ia conduzindo com serenidade esta missão recebida de Deus.
Ele não pensava em revolta religiosa, social e política contra os líderes religiosos, nem contra os romanos.
Ele se dirigia rumo à implantação do Reino de Deus.
E este Reino era de Verdade e Vida, de Santidade e Graça, de Justiça, Amor e Paz.
Quando Jesus ressuscitou Lázaro, estava perto de realizar seu plano. Por causa desta ressurreição muitos judeus acreditaram em Jesus, mesmo alguns que não aceitavam os milagres e sinais que Ele tinha feito antes.
Mas o que acontece depois que Lázaro volta a sua casa e vive normalmente?
Alguns judeus vão contar o milagre aos sumos sacerdotes.
E aqui vemos como estes homens interpretam o bem que Jesus fez naquele milagre como um perigo para a nação inteira. Imaginam que Jesus quer promover uma revolução contra Roma. Era completa distorção do plano de Jesus.
Por qual motivo os líderes religiosos agiram assim?
É que perceberam que Jesus exigia deles uma mudança religiosa radical: deviam aceitar o Reino de Deus que Jesus implantara, não eles. Deviam reconhecer Jesus como Filho de Deus, como o Messias pacífico de Israel, não um messias político.
Ora, isto significava completa conversão dos líderes religiosos a Jesus.
E isto eles jamais aceitariam, porque perderiam sua posição de liderança religiosa, política e social. Grandes interesses estavam envolvidos.
Jesus queria uma profunda mudança religiosa de todo o povo judeu, a começar pelos líderes religiosos. Os líderes judeus, no entanto, temendo tal revolução religiosa que tiraria seus privilégios, distorceram a intenção de Jesus em ameaça política contra Roma. Deste modo, disseram, Jesus levaria a nação à guerra, e todos os judeus seriam mortos pelos romanos (Jo 11,48).
Foi Caifás, quem, dentro desta trama, disse: “... é melhor um só morrer pelo povo do que perecer a nação inteira”. (Jo 11,510,b).
Nesta frase São João Evangelista vê uma profecia sobre Jesus: “Sendo sumo sacerdote ... profetizou que Jesus iria morrer pela nação” (Jo 11,51b).
Com esta frase São João Evangelista encerra as discussões entre judeus e Jesus sobre sua origem divina, suas obras, seu plano de implantar o Reino de Deus. Daqui em diante somente se tratará da execução do plano de morte salvadora de Jesus.
Vemos como nesta Liturgia da Palavra fomos guiados pelo Evangelho a nos preparar para a comemoração da morte de Jesus.
É desta maneira que a esta altura da Quaresma precisamos concentrar nossa mente e coração no sentido da morte de Jesus como nosso Salvador, o Salvador dos pecados do mundo.
Consideremos a vastidão da face da terra com todos os seus habitantes hoje e no passado.
Como calcular o número dos que foram salvos pela morte redentora de Jesus?
Como entender que Jesus, indo para sua morte, pensou em cada um de nós?
Ele, que antes do mundo fora gerado, não criado, pelo Pai, conhecia o futuro e sabia quais eram os que O aceitariam para serem salvos. Portanto já sabia que nós nos encontraríamos hoje dentro de Sua Igreja, para nela sermos salvos por Ele.
E em oração reconhecida, demos graças a Deus por nos ter incluído no número dos seus “santos”, isto é, dos salvos pelo sangue de Jesus.
E com esta reflexão continuemos nossa vivência quaresmal rumo ao nosso encontro com Jesus na Vida Eterna.
Autor: Pe. Valdir Marques, SJ, Doutor em Teologia Bíblica pela Pontifícia Universidade Gregoriana de Roma.

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