sexta-feira, 9 de fevereiro de 2018

Liturgia do dia 11/02/2018


Liturgia do dia 11/02/2018


Leituras
Lv 13,1-2.44-46 ou à escolha: 2Reis 5,9-14
Sl 31(32),1-2.5.11 (R/. 7)
1Cor 10,31-11,1
Mc 1,40-45 (Cura de um leproso)

6ª semana do Tempo Comum - Ano B

Domingo

Primeira Leitura: Lv 13,1-2.44-46 ou à escolha: 2Reis 5,9-14

Javé falou a Moisés e Aarão dizendo: 2 “Quando um homem tiver sobre a pele de sua carne um tumor, uma inflamação ou uma mancha branca e vir assim sobre a pele do corpo uma chaga de lepra, será conduzido a Aarão, o sacerdote, ou a um dos sacerdotes, seus filhos.44 é um leproso; ele é impuro; o sacerdote o declarará impuro: é na cabeça que está a chaga de sua lepra. 45 O leproso atacado de lepra trará suas vestes estraçalhadas e deixará em desordem seus cabelos, cobrirá sua barba e gritará: ‘Impuro! impuro!’. 46 Por todo o tempo que durar sua chaga, será impuro. Ele é impuro; habitará sozinho; sua morada será fora do acampamento.
Ou (escolhe-se uma das leituras) 2Reis 5,9-14
Veio assim Naaman com seus cavalos e seu carro, e parou à porta de Eliseu. 10 Eliseu mandou dizer por um mensageiro: “Vai lavar-te sete vezes no Jordão, e ficará limpa a tua carne!”. 11 Naaman irritou-se e foi dizendo: “Pensei comigo: ele sairá, apresentar-se-á e invocará o nome de Javé, seu Deus, e tocará com sua mão o lugar da lepra, curando-me então! 12 Os rios de Damasco, o Abna e o Farfar, não são melhores que todas as águas de Israel? Não posso lavar-me lá e ficar limpo?”. E, voltando as costas, retirou-se cheio de cólera. 13 Aproximaram-se seus servos para falar, e disseram: “Meu pai, se o profeta te tivesse ordenado coisa mais difícil, não a terias feito? Tanto melhor se apenas te disse: ‘Lava-te, e ficarás limpo da lepra”’. 14 Desceu Naaman e mergulhou sete vezes no Jordão, segundo a palavra do homem de Deus, e sua carne se tornou limpa como a de uma criança.
Salmo: Sl 31(32),1-2.5.11 (R/. 7)
R. Tu me salvas da angústia, ó meu refúgio, em hinos de alegria tu me envolves.
1 Feliz o pecador que é perdoado, aquele cuja falta foi coberta! 2 Feliz o que o Senhor vê sem malícia, e já não tem engano em seu espírito!

5 Enfim te confessei o meu pecado, já não mais escondi a minha culpa. Disse: “Vou confessar a minha falta!”, e o meu pecado, ó Deus, absolveste!

11 “Alegrai-vos, ó justos, no Senhor; retos de coração, exultai todos!
Segunda Leitura: 1Cor 10,31–11,1

Irmãos: 31 Portanto, quer comais, quer bebais, quer façais qualquer outra coisa, fazei tudo para a glória de Deus. 32 Procedei de modo a não dar escândalo, nem aos judeus, nem aos gregos, nem à Igreja de Deus, 33 como também eu procuro agradar a todos em tudo, não procurando o meu próprio interesse, mas o de todos, para que sejam salvos. 11,1 Sede meus imitadores como eu sou de Cristo.
Evangelho: Mc 1,40-45 (Cura de um leproso)
Naquele tempo, 40 chegou perto de Jesus um leproso, implorando auxílio. Ajoelhou-se e lhe suplicou: “Se queres, tu podes me curar”. 41 Cheio de compaixão, Jesus estendeu a mão e tocando nele disse: “Quero! Fica curado!”. 42 E no mesmo instante a lepra desapareceu e ele recuperou a saúde. 43 Jesus o mandou embora com palavras severas. 44 Disse-lhe: “Cuidado! Não fales nada a ninguém. Mas vai apresentar-te ao sacerdote e oferece pela tua cura o que Moisés determinou, para que lhes sirva do atestado”. 45 Ele, porém, logo que partiu, começou a proclamar bem alto e espalhar o acontecido, de modo que Jesus já não podia entrar abertamente numa cidade, mas ficava fora, em lugares retirados. Contudo, iam procurá-lo pessoas de toda parte.
Leituras: Diretório da Liturgia e da Organização da Igreja no Brasil 2018 - Ano B - São Marcos, Brasília, Edições CNBB, 2017.
Citações bíblicas: Bíblia Mensagem de Deus, São Paulo, Edições Loyola e Editora Santuário, 2016.
Boa Nova para cada dia
O HORROR QUE É O PECADO, LEPRA ESPIRITUAL.JESUS TEM COMPAIXÃO DE NÓS E TIRA O PECADO DO MUNDO. PURIFICADO, NOSSO CORAÇÃO CANTA DE ALEGRIA.
Toda a Liturgia da Palavra deste domingo trata da maravilha que é a purificação do coração por meio do perdão misericordioso de Deus.
E este perdão é mostrado, no Evangelho de hoje, num gesto de Jesus: ele cura um leproso.
O leproso tinha certeza de que Jesus podia curá-lo. Ele já tinha conhecido outros milagres que Jesus fizera e sabia muito bem como podia perfeitamente curá-lo da lepra e do estado de impureza ritual em que se encontrava.
Assim, cheio de confiança na bondade de Jesus, mas sofrido em seu íntimo, foi ao seu encontro e lhe disse:“Se queres, podes curar-me” (Mc 1,40c).  Por qual motivo aquele homem tinha necessidade de ser curado e libertado do impedimento que esta doença lhe impunha no convívio da comunidade do Povo Eleito?


É na Primeira Leitura que encontramos a resposta:
Durante todo o tempo em que estiver leproso será impuro; e, sendo impuro, deve ficar isolado e morar fora do acampamento. (Lv 13,46).
Isto foi o que Moisés prescreveu a respeito dos leprosos.
Quando chegavam perto de uma aldeia ou cidade, deviam mostrar-se claramente como impuros: suas roupas deviam estar rasgadas, os cabelos em desordem e a barba coberta; e deviam gritar aos outros: “Impuro, impuro!” (Lv 13,45).
Todas as pessoas sentiam horror dos leprosos. E os evitavam para não se contaminarem. Acontece que esta contaminação não era considerada apenas física, mas também espiritual. Se alguém tocasse um leproso, ficaria contagiado e tão impuro, ritualmente, como ele.
Isto significava não somente exclusão social, mas também exclusão da vida religiosa e litúrgica da comunidade do Povo Eleito. Para as almas espiritualmente piedosas, aquilo era um martírio, um duro sofrimento, sem fim previsível.
Ora, diante do leproso que Lhe suplicava pela purificação do corpo e alma, Jesus se comove. Isto é, Jesus sente pena de quem sofre pelos efeitos espirituais da culpa motivada pelo pecado, que, neste caso, é representado pela lepra.
Meditando sobre este Evangelho, tomamos consciência de quanta compaixão Jesus tem de nós quando nos encontramos no pecado. Ele é o primeiro a querer nos curar. Ele é o primeiro a querer ver-nos limpos, em nosso exterior e interior. Ele é o primeiro que deseja que nosso coração seja purificado. E isto, sabemos, é um poder que Jesus tem, como teve o de curar inúmeras pessoas de todos os tipos de doenças, de todos os tipos de pecados.
Quando pedimos a Deus a reconciliação com Ele no sacramento da penitência, antes de chegarmos lá o Pai e o Filho já se predispuseram para nos dar a reconciliação com toda a generosidade que só a bondade divina tem.
Do momento em que ouvimos o padre dizer: “Eu te absolvo dos teus pecados, em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo”, estamos daquele Jesus, que, cheio de compaixão, estendeu a mão, tocou nele, e disse: “Eu quero: fica curado!” (Mc 1,41).
Portanto, o perdão de nossos pecados acontece porque Jesus, em primeiro lugar, é quem o deseja mais do que nós mesmos.
Isto é motivo de alegria para quem se viu aliviado do peso de consciência e da impureza de seu coração. É o sentimento que o Sl 31(32) traduz, quando diz:
1.Feliz o homem que foi perdoado e cuja falta já foi encoberta!
2.Feliz o homem a quem o Senhor não olha mais como sendo culpado, e em cuja alma não há falsidade!
5.Eu confessei, afinal, meu pecado, e minha falta vos fiz conhecer. Disse: "Eu irei confessar meu pecado!" E perdoastes, Senhor, minha falta.
11.Regozijai-vos, ó justos, em Deus, e no Senhor exultai de alegria! Corações retos, cantai jubilosos! [Sl 31(32), 1.2.5.11]
Recebido o perdão de Deus por desejo de Jesus, como nos mostra o Evangelho de hoje, damos um passo a um degrau acima em nossa subida espiritual para a perfeição que Deus deseja de todos nós.
Quando São Paulo evangelizava os pagãos, dizia-lhes:
Quer comais,
quer bebais,
quer façais qualquer outra coisa, 

fazei tudo para a Glória de Deus. (1Cor 10,31).
Uma vez perdoados, reconciliados com Deus, purificados em nossos corações, voltar à impureza não faz mais sentido. Neste estado espiritual, em que o pecado e o sentimento de culpa foram cancelados de nossa vida pelo poder de Deus, o que passará a nos elevar espiritualmente? Será o que São Paulo ensinou aos coríntios:

... fazei tudo para a Glória de Deus. (1Cor 10,31).
É assim que devemos nos sentir depois de uma confissão bem feita.
Ocasiões para isto encontramos em retiros espirituais, no tempo da Semana Santa, ou em outra situação que nos leve a pedir a Jesus:
... “Se queres, podes curar-me” (Mc 1,40c).

Ele quer. Ele sente compaixão de nós. Ele abre para nós Seu Coração.
Sintamos a alegria deste retorno e retificação de toda a nossa vida espiritual no amor de Deus.
Autor: Pe. Valdir Marques, SJ, Doutor em Teologia Bíblica pela Pontifícia Universidade Gregoriana de Roma.
Descobrindo a Bíblia
A autoridade de Jesus
A muitos não parece simpático que Jesus lhes seja apresentado como “autoridade”. Contudo, o singelo evangelho de Marcos faz isso de maneira provocante. E é revelador relacionar os diversos usos do termo exousia, que deveríamos traduzir por “poder-autoridade”, misturando a efetividade (força) com o respaldo dado por uma instância superior (autorização).

O poder de Jesus aparece no início de sua atividade pública. Na sinagoga em Cafarnaum, o povo observa que ele ensina “como alguém que tem autoridade, e não como os escribas” (1,22), o que se comprova pelo fato de ele expulsar demônios: “um ensinamento novo, e com autoridade” (1,27). Em seguida, a cura do paralítico serve para mostrar que “o Filho do Homem” tem poder-autoridade sobre o pecado (como explicaremos mais adiante) (2,10). E, quando ele organiza e envia os discípulos, dá-lhes o poder de expulsar os demônios (3,15; 6,7). Portanto, Jesus não apenas tem, mas também pode comunicar, o poder-autoridade.

Já durante sua atividade na Galiléia, este poder é questionado, quando os escribas dizem que é pelo chefe dos demônios que ele expulsa demônios (3,22). Mas a questão é posta de maneira decisiva, depois que Jesus expulsa os vendilhões do Templo: “Com que autoridade fazes essas coisas? Quem te deu autoridade para fazeres isso?”, perguntam “as autoridades” (11,28). Jesus responde com uma contrapergunta: se o batismo de João é do céu ou da terra — pois as autoridades, por um lado, desprezaram o batismo de João, mas por outro lado não podem negar em público que João foi um profeta... Como se calam, Jesus também não declara com que autoridade ele age.

O último uso do termo é na parábola que conta que o “senhor”, ao viajar, confia a autoridade (ou responsabilidade) aos seus funcionários (13,34), portanto, outra alusão ao poder que Jesus tem de comunicar sua autoridade.

Como veremos no próximo domingo, o poder-autoridade de Jesus é essencialmente aquele que Deus confere ao Filho do Homem, o poder escatológico sobre o pecado, o poder do julgamento. O poder sobre os espíritos impuros também significa isso. O reino de Satanás terminou. Basta observar aqui que esse poder não contradiz o fato de Jesus ser essencialmente o Servo Sofredor. No seguimento de Jesus não cabe um uso do poder como o exercem os poderosos deste mundo, tiranizando seus súditos. O maior no reino de Deus é aquele que se torna escravo de seus irmãos. O Filho do Homem veio não para ser servido, e sim, para servir e dar sua vida por muitos (Mc 10,41-45). Mas ele é também aquele que vem, na glória, sentado à direita do Poder (Deus mesmo) (14,62). Quem sabe combinar estas duas dimensões, a do poder e a do serviço, entendeu Jesus e pode ser o seu discípulo.

Artigo extraído do livro Descobrir a Bíblia a partir da Liturgia, Pe. Johan Konings, Loyola,1997.

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