quinta-feira, 28 de dezembro de 2017

Liturgia do dia 03/12/2017



Leituras
Is 63,16b-17.19b;64,2b-7
Sl 79(80),2-3.15-16.18-19
ICor 1,3-9
Mc 13,33-37

1º Domingo do Advento

Domingo

Primeira Leitura: Is 63,16b-17.19b;64,2b-7

16b És tu, Javé, que és nosso Pai, “nosso Redentor”, tal é teu Nome desde sempre. 17 Por que, Javé, nos deixaste extraviar dos teus caminhos? Endureceste nosso coração longe de teu temor? Volta-te para nós por amor dos teus servos e das tribos da tua herança! 19b Ah! Se rasgasses os céus e descesses, ante tua Face os montes escorreriam, 64,2b ao fazer coisas terríveis que não esperávamos 3 e das quais nunca se ouviu falar. Nenhum ouvido ouviu, nenhum olho viu um Deus, com exceção de ti, agir assim, em favor de quem nele confia. 4 Vais ao encontro dos que praticam justiça e se lembram de teus caminhos. Eis que tu te irritaste, e nós tínhamos pecado, por muito tempo nos rebelamos contra ti. 5 Éramos todos como o impuro, e todas as nossas obras de justiça como sujeira de menstruação; todos nós murchávamos como folhas, e nossos crimes nos levavam como o vento. 6Ninguém invocava teu Nome nem se erguia para apoiar-se em ti. Pois nos escondeste tua Face e nos entregaste ao poder dos nossos crimes. 7 No entanto, Javé, és nosso Pai. Somos a argila, és nosso oleiro; somos todos obras de tuas mãos.
Salmo: Sl 79(80) 2ac.3b.15-16.18-19 (R.4)
R. Restaura-nos, Senhor, Deus dos exércitos;brilhe o teu rosto, e então seremos salvos!
2 Ó pastor de Israel, dá-nos ouvido.

Desperta o teu poder e vem salvar-nos!

15 Volta-te para nós, Deus dos exércitos; olha do céu, visita esta videira, 16 tua mão a plantou, vem protegê-la!

18 Sustente tua mão teu protegido, o nascido de Adão, que confirmaste! 19 Para longe de ti jamais iremos: dá-nos viver para invocar teu nome!
Segunda Leitura: ICor 1,3-9

Irmãos: 3 Graça e paz a vós da parte de Deus, nosso Pai, e do Senhor Jesus Cristo! 4 Não paro de agradecer a Deus por vós, pela graça de Deus que vos foi dada em Cristo Jesus. 5 Por ele fostes enriquecidos em tudo, em toda a palavra e em toda a ciência, 6 na medida em que o testemunho de Cristo se firmou em vós, 7 de modo que não vos falta nenhum dom da graça durante a espera da revelação de nosso Senhor, Jesus Cristo. 8 É ele quem vos fortalecerá até o fim, para que sejais considerados honestos no dia de nosso Senhor Jesus Cristo. 9 É fiel o Deus por quem fostes chamados à comunhão com o seu Filho, Jesus Cristo, nosso Senhor.
Evangelho: Mc 13,33-37

Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos:33 Prestai atenção! Vigiai! Porque não sabeis quando será o momento. 34 Este momento será como um homem que foi viajar, deixou sua casa, passou a administração aos empregados, indicou o trabalho a cada um e ordenou ao porteiro que ficasse vigiando. 35 Ficai vigiando, porque não sabeis quando o dono da casa voltará: se à tarde, à meia-noite, ao canto do galo ou de manhã; 36 para que, se chegar de repente, não vos encontre dormindo. 37 O que digo a vós digo a todos: Ficai vigiando!”
Leituras: Diretório da Liturgia e da Organização da Igreja no Brasil 2017 - Ano A - São Mateus, Brasília, Edições CNBB, 2016.
Citações bíblicas: Bíblia Mensagem de Deus, São Paulo, Edições Loyola e Editora Santuário, 2016.
Boa Nova para cada dia
VIVAMOS O ADVENTO NA EXPECTATIVA DAS DUAS VINDAS DE JESUS CRISTO:
A DO NATAL E A DE SUA VOLTA GLORIOSA NO JUÍZO FINAL.
Neste domingo a Igreja inicia o ciclo litúrgico do Advento.
O tom da liturgia do Advento é de preparação espiritual para o Tempo do Natal de Jesus Cristo.
A Igreja quer que nosso espírito esteja alegre na espera do Menino Deus que vem.
Porém esta espera deve manter ainda a lembrança da Vinda Gloriosa de Cristo no fim dos tempos.
É por isso que no Evangelho de hoje Jesus vai nos prevenir para o fim dos tempos, quando, depois que Ele viveu na terra e morreu para nos salvar, Ele virá para nos dar a Salvação plena na Vida Eterna.
Vivamos, pois, o Advento na expectativa das duas vindas de Jesus Cristo: a do Natal e a de Sua Volta Gloriosa no Juízo Final.
Primeira Leitura:
 Is 63,16-19;64,2-7.
Vens ao encontro de quem pratica a justiça com alegria, de quem se lembra de ti em teus caminhos.
(Is 63,4).
Primeira Leitura é um texto de Isaías.
O profeta escreve ao Povo Eleito prevendo o futuro da reconstrução de Israel após o cativeiro da Babilônia.
Este foi um tempo especialíssimo para o Povo Eleito, uma vez que o retorno do Exílio na Babilônia significou o início de nova época em sua história.
Tudo será diferente de antes do Exílio. O passado se foi, com seus sofrimentos, escravidão, punição dos pecados passados e recuperação espiritual dos eleitos de Deus. A volta a Jerusalém e a reconstrução da cidade santa será o início de uma fase jamais imaginada pelos israelitas.
No momento em que esta nova época se inicia, o Povo Eleito não sabe ainda como será seu futuro.
Cheios de esperança, os israelitas podem, no entanto, aguardar toda proteção de Deus para uma vida nova.
Isaías, nesta passagem que lemos agora, tem a certeza de que Deus visitará seu Povo indo ao encontro dos bons israelitas. Estes são os que praticam a justiça com alegria, os que ainda se lembram e praticam os Mandamentos de Deus dados por meio de Moisés séculos atrás.
Ou seja, a certeza de que Deus voltará a Seu Povo depois que até o Templo de Jerusalém tinha sido destruído pelo rei da Babilônia, está fundada na fidelidade dos poucos israelitas que se mantiveram fiéis à Lei de Deus dada por meio de Moisés. Se não existissem tais israelitas, Deus teria que criá-los. Porém, Deus que é fiel para sempre, jamais abandonaria Seu Povo, por mais pecador que fosse. Um dia ia voltar para recuperá-lo.
São estes os pensamentos com os quais a Primeira Leitura nos prepara para iniciar o Tempo do Advento de Jesus Cristo na Igreja.
Pensemos no amor de Deus por Seu Povo: Ele nos envia Seu Filho, que vai perdoar os pecados da humanidade com Sua Morte salvadora. Portanto o Tempo do Advento é para nós tempo de alegria e de esperança na Vida Eterna.
Salmo Responsorial: Sl 79(80),2-3.15-16.18-19.
Voltai-vos para nós, Deus do Universo! 
[Sl 79(80),15a].
Visitai a vossa vinha e protegei-a!
 [Sl 79(80),15c]
Salmo Responsorial é todo um pedido a Deus para que manifeste sua Glória a Seu Povo.
Ouçamos novamente seu início:
Ó pastor de Israel, prestai ouvidos.
Vós que sobre os querubins vos assentais,
aparecei cheio de Glória e Esplendor!
Despertai vosso Poder, ó nosso Deus,
e vinde logo trazer a Salvação. 
[Sl 79(80),2a.cd-3bc].
Apliquemos a Jesus este Salmo, seguindo a longa tradição da Igreja.
Notemos como o que é dito sobre a vinda de Deus para a Salvação de Seu Povo pode ser entendido em relação ao Filho de Deus, Jesus Cristo.
Jesus Cristo mesmo se viu na figura do Pastor de Israel.Ele disse que era o bom pastor (Jo 10,14).
Jesus Cristo está sentado à direita de Deus Pai, entre querubins no céu, como nos diz São Paulo em Colossenses: ... já ressuscitastes com Cristo, buscai as coisas que são de cima, onde Cristo está assentado à destra de Deus (Cl 3,1).
Jesus Cristo recebeu do Pai todo Poder depois de Sua Ressurreição: “ ... foi-Me dado todo o poder no céu e na terra (Mt 28,18).
Jesus Cristo nos veio trazer a Salvação, como Zacarias cantou sobre Ele: Bendito seja o Senhor, Deus de Israel, porque visitou e remiu o seu povo! (Lc 1,68). Zacarias, neste canto, profetiza a visita e a redenção de Israel na pessoa de Jesus, que chamará de ‘Sol nascente’ que nos vem visitar em Lc 1,78:
Graças à misericordiosa compaixão de nosso Deus, o Sol que nasce do Alto nos visitará.
Todas estas afirmações deste Salmo Responsorial nos leva a pensar como será a vinda de Jesus neste Natal em seu nascimento, e como será sua Vinda Gloriosa no Juízo Final quando nos dará a Salvação plena.
A ‘visita’ de Deus na pessoa de Seu Filho, é, portanto, motivo de nossa alegria preparatória para o Natal. Que seja também motivo de nossa alegria na espera de Sua Vinda gloriosa.
Segunda Leitura: 1Cor 1,3-9.
Deus é fiel; por Ele fostes chamados à comunhão com Seu Filho, Jesus Cristo, Senhor Nosso. 
(1Cor 1,9).
Quando São Paulo escreveu esta Primeira Carta aos Coríntios, tinha a intenção de lembrar-lhes a importância do Batismo que tinham recebido formando uma comunidade de fé.
Esta comunidade vivia em Corinto um momento novo, momento em que apenas tinham abandonado o paganismo. Era uma época nova que aqueles coríntios experimentavam com fervor e entusiasmo pela certeza da Salvação dada por Jesus Cristo.
Esta nova época na vida dos coríntios equivalia, até certo ponto, à experiência do Povo Eleito depois que saíra da escravidão da Babilônia. Os israelitas foram livres por Deus da escravidão e estavam para começar uma vida nova sob a proteção divina. Foi o que Isaías nos disse na Primeira Leitura de hoje.
Aos coríntios São Paulo afirma que de Deus receberam dons. Tudo o que precisavam para a Salvação lhes fora dado. A única coisa com que deviam se ocupar era a perseverança nesta vida nova até o dia da Vinda Gloriosa de Jesus Cristo: ... não tendes falta de nenhum dom, vós que aguardais a Revelação do Senhor Nosso, Jesus Cristo (1Cor 1,7b). Esta ‘Revelação’ é a de Jesus Rei no Juízo Final.
No horizonte da história da Igreja de Corinto estava a Vinda Gloriosa de Jesus Cristo.
No horizonte de nossa história no momento presente está a Vinda de Jesus Cristo em seu Natal.E, junto com ela, a lembrança da futura Vinda Gloriosa de Jesus no fim dos tempos.
Esta Segunda Leitura, portanto, nos prepara tanto para o Natal como para a instalação do Reino de Deus com a volta de Jesus no Juízo Final. Estejamos prontos para as alegrias que estas Vindas de Jesus nos darão. E sejamos gratos a Deus, especialmente na Celebração Eucarística de hoje.
Evangelho: Mc 13,33-37.
“Vigiai, portanto, porque não sabeis quando o dono da casa vem ... ” 
(Mc 13,35ab).
Esta exortação de Jesus ao vigiar para não ter a surpresa de Sua Vinda sem o devido preparo, refere-se especialmente à Vinda Gloriosa Dele no fim dos tempos. Ele está advertindo para o Juízo Final, para o qual devemos chegar sem pecado nem culpas por eles, mas perdoados e em estado de Graça.
Quanto a isto, não devemos temer nada, uma vez que, confiando em Jesus, que nos fará perseverar no bem, longe do pecado. Foi São Paulo quem nos disse isto, na Segunda Leitura:
É Ele que vos dará perseverança em vosso procedimento irrepreensível até o fim, até o Dia de Nosso Senhor, Jesus Cristo (1Cor 1,8).
Porém pensemos na chegada de Jesus no dia de Natal.
Desta chegada já sabemos o dia. A hora será aquela em que estivermos na Igreja, participando da Celebração Eucarística. Jesus chegará e nos encontrará preparados.
Podemos aprimorar nossa preparação espiritual participando da Novena do Natal que é rezada em famílias em diversas paróquias. Mas devemos nos preparar interiormente com uma confissão que purifique nossos corações, para que estejamos em união com Deus à espera de Seu Filho.
Retomemos o pensamento inicial sobre este Primeiro Domingo do Advento:
Vivamos pois o Advento na expectativa das duas vindas de Jesus Cristo:
a do Natal e
a de Sua Volta Gloriosa no Juízo Final.
Autor: Pe. Valdir Marques, SJ, Doutor em Teologia Bíblica pela Pontifícia Universidade Gregoriana de Roma.
Descobrindo a Bíblia
A Parusia: pânico ou vigilância?
“De mil passou, de dois mil não passará.” Há quem aproveite a proximidade do ano 2000 para criar um clima de pânico: o fim do mundo vai acontecer e todas essas coisas mais. Conversa de pessoas ingênuas ou sensacionalistas, ou de manipuladores do medo alheio. O fim do mundo foi anunciado para o tempo em que os bárbaros invadiram o Império Romano, por volta de 450 depois de Cristo; mais tarde, por volta do ano 1000, por volta de 1300 e, ainda, por muitas outras ocasiões. Houve até religiões que foram criadas para esse dia e que, depois, tiveram de mudar seus dogmas, porque nada aconteceu.
Não é que a gente negue o fim do mundo, ou, pelo menos, da civilização humana que domina este nosso planeta. Mas devemos levar a sério duas palavras de Jesus: “O céu e a terra passarão, mas as minhas palavras não passarão”. E, por outro lado: “Esse dia e essa hora ninguém conhece, nem os anjos no céu, nem o Filho, ninguém, senão o Pai” (Mc 13,31-32).
E, em seguida, Jesus desenvolve uma parábola. É como alguém que parte em viagem: confia sua casa à criadagem, cada um no seu posto, o porteiro na portaria... Ele pode voltar a qualquer hora, em plena noite ou de madrugada, mas espera encontrar cada um ocupado com sua tarefa. Não dormir, porteiro! O negócio é vigiar! (cf. Mc 3,33-37; evangelho do primeiro domingo do Advento, neste ano).
Em outros termos: o que importa não é o acontecimento em si, mas a atitude que essa expectativa provoca em nós: vigilância.
Que vigilância?
Jesus nos confiou o cuidado de sua “casa”. A casa de Jesus é a comunidade que ele reuniu por sua palavra e por seu exemplo, o empenho de sua vida por nós. Aliás, o exemplo é a mais poderosa palavra. O amor fiel até o fim de Jesus fez surgir uma comunidade, para que continuasse sendo eloqüente, para as pessoas das gerações ulteriores, aquilo que ele nos deu a conhecer da parte de Deus, seu Pai. É disso que devemos tomar conta, com vigilância, para que o Senhor não volte de improviso e encontre tudo abandonado, jogado às traças.
Você já fez a experiência de que esperar alguém pode ser tão cativante quanto estar com ele? Não quero dizer que seja pouca coisa a presença do Cristo glorioso, mas que já é uma grande graça poder esperá-lo. O desejo do reencontro nos dá força e energia, nos faz viver. É mais importante saber que Cristo gosta de nós naquilo que estamos fazendo e gostaria de nos encontrar assim quando de sua vinda do que imaginar as coisas que vão acontecer no fim do mundo.
O sensacionalismo em torno ao fim do mundo vem muitas vezes da parte de quem não se dá bem com sua tarefa no mundo hoje. São Paulo, embora acreditando que a vinda de Cristo se daria em breve, insiste que não se deve especular a respeito: esse dia vem como um ladrão, de noite, quando ninguém espera (1Ts 4,4; cf. Mt 24,43-44). E adverte alguns fiéis de Tessalônica para que, em vez de perder tempo com especulações sobre o fim do mundo, trabalhem com suas próprias mãos (2Ts 3,10-12).
Não se preocupar com a data da parusia não significa acomodação ou falta de fé, mas o contrário. Significa que temos Cristo tão presente, em nosso desejo de estar com ele, que estamos de prontidão todos os dias de nossa vida, para lhe entregar sua “casa” bem cuidada.
A vigilância do cristão não consiste em calcular a data do fim do mundo e sim, em ter sempre sua tarefa pronta para, com carinho, entregá-la ao Mestre e Senhor.
Artigo extraído do livro Descobrir a Bíblia a partir da Liturgia, Pe. Johan Konings, Loyola, 199

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