segunda-feira, 8 de outubro de 2018

Liturgia do dia 14/10/2018


Liturgia do dia 14/10/2018


Leituras
Sb 7,7-11
Sl 89(90),12-13.14-15.16-17 (R/. cf. 14)
Hb 4,12-13
Mc 10,17-30

28º Domingo do Tempo Comum

Domingo

Primeira Leitura: Sb 7,7-11

7 Assim rezei e foi-me concedida a inteligência; supliquei e o espírito da sabedoria veio a mim. 8 Estimei-a mais que cetros e tronos e julguei as riquezas sem valor, comparados a ela. 9 Não a igualei com a pedra mais preciosa; todo o ouro, à sua vista, é punhado de areia, e a prata, a seu lado, é como lodo. 10 Amei-a mais que saúde e formosura; preferi-a à luz, pois seu brilho não conhece ocaso. 11 Mas com ela vieram-me todos os bens;riquezas incalculáveis, por suas mãos.
Salmo: Sl 89(90),12-13.14-15.16-17 (R/. cf. 14)
R. Saciai-nos, ó Senhor, com vosso amor, e exultaremos de alegria!
12 Dá-nos saber contar os nossos dias, e os nossos corações se tornam sábios. 13 Um instante, Senhor! Oh, até quando? Tem compaixão de nós, estes teus servos!

14 Sacia-nos depressa em teu amor, e alegres cantaremos toda a vida! 15 Dá-nos em alegria os dias tristes, os anos de aflição por que passamos.

16 Revelem-se aos teus servos tuas obras. A tua glória à sua descendência. 17 Que o Senhor, nosso Deus, nos abençoe e faça prosperar nosso trabalho!
Segunda Leitura: Hb 4,12-13
12 Na verdade, a palavra de Deus é viva e eficaz. Ela é mais afiada do que qualquer espada de dois gumes. Ela penetra até o ponto de separação entre a alma e o espírito, entre as juntas e as medulas. E ela pode julgar os sentimentos e os pensamentos do coração.13 Não existe criatura alguma que fique invisível diante dela; mas tudo se apresenta nu e patente aos olhos de Deus, a quem devemos todos prestar contas.
Evangelho: Mc 10,17-30

Naquele tempo:17 Jesus estava saindo para uma viagem, quando chegou um homem que se ajoelhou diante dele e perguntou: “Bom Mestre, que devo fazer para conseguir a vida eterna?”. 18 Jesus lhe respondeu: “Por que me chamas de bom? Ninguém é bom senão Deus.19 Conheceis os mandamentos: Não mates, não cometas adultério, não furtes, não levantes falsas acusações, não prejudiques a ninguém, honra teu pai e tua mãe”. 20 Ele então lhe disse: “Mestre, tenho observado tudo isso desde minha adolescência”. 21 Jesus olhou para ele atentamente e sentiu afeto por ele. Por isso lhe declarou: “Uma coisa te falta: vai, vende tudo quanto tens e dá aos pobres, e, então, terás um tesouro no céu. Depois vem e segue-me”. 22 Mas, a esta palavra, seu rosto ficou sombrio. E retirou-se triste, porque tinha muitos bens.23 Jesus, olhando à sua volta, disse aos discípulos: “Como é difícil aos que têm riquezas entrar no Reino de Deus!”. 24 Os discípulos ficaram desconcertados com estas palavras. Mas Jesus insistiu: “Filhos, como é difícil entrar no Reino de Deus! 25 É mais fácil um camelo passar pelo buraco duma agulha do que um rico entrar no Reino de Deus!”. 26 Eles ficaram mais impressionados ainda. E comentavam entre si: “Mas então, quem pode se salvar?”. 27 Jesus olhou atentamente para eles e lhes disse: “Isto é impossível aos homens, mas não a Deus: porque a Deus tudo é possível”. 28 Pedro então começou a dizer: “Nós abandonamos tudo e estamos te seguindo!”. 29 Por isso Jesus afirmou: “Eu vos declaro esta verdade: ninguém que deixar uma casa, ou irmãos, ou irmãs, ou mãe, ou pai, ou filhos, ou terras por causa de mim e do Evangelho, 30 ficará sem receber, já agora, no presente, cem vezes mais em casas, em irmãos, em irmãs, em mães, em filhos, em terras, e também perseguições, e, no mundo futuro, a vida eterna.
Leituras: Diretório da Liturgia e da Organização da Igreja no Brasil 2018 - Ano B - São Marcos, Brasília, Edições CNBB, 2017.
Citações bíblicas: Bíblia Mensagem de Deus, São Paulo, Edições Loyola e Editora Santuário, 2016.
Boa Nova para cada dia
JESUS OLHOU PARA ELE COM AMOR E DISSE: ... “VEM E SEGUE-ME”. 
(Mc 10,21)
A nossa Salvação eterna somente nos vem por meio de Jesus que nos reconcilia com Deus Pai, apagando todos os nossos pecados.
Portanto é certo seguir Jesus e não outras promessas de Salvação.
Mas Jesus, para nos dar a Salvação, ajuda-nos com sua orientação.
E esta orientação de Jesus provém de sua Sabedoria, que é a mesma de Deus Pai.
Foi assim que Ele, diante do jovem que procurava a Vida Eterna, somente podia apresentar-Se com o único caminho para consegui-la.
Quando procuramos informações sobre a Sabedoria de Deus na Sagrada Escritura, encontramo-la nos livros que são chamados ‘sapienciais’, e, entre estes, o próprio livro da Sabedoria.
É deste livro que a Liturgia da Palavra deste domingo traz um trecho, como Primeira Leitura. Nele lemos:
Todos os bens me vieram com ela,
pois a riqueza incalculável está em suas mãos (Sb 8,11).
Para o leitor judeu dos tempos antigos, a ‘riqueza incalculável’ era apenas uma riqueza acima do muito que o homem podia conseguir com o esforço da simples sabedoria humana.
A Sabedoria de que a Primeira Leitura fala é a do próprio Deus, distribuída aos homens que O amam.
Mas no Novo Testamento, com a vinda do Filho de Deus ao mundo, a Igreja identificou a Sabedoria de Deus com o próprio Filho. Jesus, portanto, é esta Sabedoria de Deus, identificada pelo apóstolo São Paulo em 1Cor 1,24.30. Isto é, para nós que vivemos nos tempos depois de Cristo, Jesus é esta Sabedoria divina.
Isto não quer dizer que Jesus Cristo sabe muitas coisas e coisas que somente uma Pessoa divina sabe. O que dá sentido à Sabedoria divina é o que Deus sabe, e o que mais importa para o gênero humano e para o mundo criado: a Salvação da humanidade, e a restauração da natureza criada no primeiro momento da Criação, sem a deturpação que nela o homem introduzir ao desobedecer a Deus no pecado.
Sendo Deus amor (1Jo 4,8), por amor criou todo o universo, o mundo em que vivemos e o gênero humano.Que outro sentido Deus encontraria, além do amor, para criar todas as criaturas e amá-las? Sem amar Deus nada criaria, e Ele mesmo cairia no vazio. Portanto a Sabedoria divina se expressa no amor criador.
Estes pensamentos nos levam para o Evangelho de hoje.
Nele encontramos esta passagem:
Jesus olhou para ele com amor e disse:
... “depois vem e segue-me” (Mc 10,21).
Sabendo que Jesus é a Sabedoria de Deus e o amor de Deus para salvar todas as pessoas, entendemos como Ele devia apresentar-se àquele jovem como o Caminho para alcançar a Vida Eterna. Foi por isso que Ele disse: “ ... vem e segue-me”. Estava ali, bem diante daquele jovem, o amor de Deus, a Sabedoria divina, o Caminho para a Vida Eterna. E ele perdeu tudo porque era rico.
Haverá punição para quem rejeita a Sabedoria salvadora de Deus, dada aos homens por Seu amor?
Não podemos concluir imediatamente que Deus puna quem não corresponda a Seu Amor manifesto em sua Sabedoria salvadora. Mas na Segunda Leitura lemos:
A palavra de Deus é viva ...
julga os pensamentos e as intenções do coração (Hb 4,12).
E este texto continua:
... não há criatura que possa ocultar-se diante dela ...
e é a ela que devemos prestar contas (Hb 4,13).
Devemos prestar contas à Sabedoria de Deus. Em outras palavras, a Jesus Cristo, que é a Sabedoria de Deus.
Longe de imaginar estas palavras como perigo de condenação em primeiro lugar, pelo contrário devemos pensar nelas como a expressão da providência divina para nos advertir contra o risco de perdermos a Salvação eterna. De fato, é apenas o pecado que vai contra o amor de Deus, levando-nos a não amá-Lo e sim a odiá-Lo. Neste caso, o Amor divino fica incapaz de corresponder com amor ao nosso ódio, que é o pecado. Isto quer dizer que temos o terrível poder de anular o Amor que é Deus e a Sabedoria Dele que se manifesta em afeto por nós. Assim, a Sabedoria divina que nos perscruta os corações para pôr neles suas inspirações cheias de afeto para nos salvar, descobre também em nosso íntimo todas as revoltas contra o amor de Deus. O resultado é a condenação e não a Salvação eterna.
Neste domingo, portanto, por alguns momentos meditamos sobre o Amor de Deus que se manifesta em Sua Sabedoria salvadora.
No entanto, a meditação sobre a Sabedoria de Deus no antigo Povo Eleito foi constante. Esta meditação também concluía que há risco de perdermos os dias de nossa vida com inutilidades, esquecendo o mais importante, isto é, o aprendizado sobre a Salvação que a Sabedoria divina nos dá gratuitamente, porque o Amor, que é o próprio Deus, não tem preço:
Ensinai-nos a contar os nossos dias,
e dai ao nosso coração sabedoria [Sl 89(90)12].
Precisamos sentir o amor de Deus por nós.
Precisamos da instrução que a Sabedoria divina nos dá.
Precisamos da Salvação que nos vem pela Sabedoria de Deus, na pessoa de Jesus Cristo.
Com estas necessidades atendidas, viveremos a Vida Eterna que o jovem rico perdeu.
Peçamos, portanto, o que o Salmo Responsorial nos diz neste domingo:
Ensinai-nos a contar os nossos dias,
e dai ao nosso coração sabedoria [Sl 89(90)12].
Autor: Pe. Valdir Marques, SJ, Doutor em Teologia Bíblica pela Pontifícia Universidade Gregoriana de Roma.

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