sexta-feira, 19 de outubro de 2018

Liturgia do dia 19/10/2018


Liturgia do dia 19/10/2018


Leituras
Ef 1,11-14
Sl 32(33),1-2.4-5.12-13 (R/. 12b)
Lc 12,1-7

28ª Semana do Tempo Comum

Sexta-Feira

Primeira Leitura: Ef 1,11-14

Irmãos: 11 É nele que fomos feitos herdeiros, predestinados conforme o plano daquele que dispõe todas as coisas segundo a determinação da sua vontade, 12 para sermos, em louvor de sua glória, os que de antemão pusemos em Cristo a nossa esperança. 13 É nele que também vós, depois de ouvirdes a palavra da verdade, a Boa-Nova da vossa salvação, tendo acreditado, fostes marcados com o sinal do Espírito Santo prometido, 14 garantia de nossa herança divina e da completa redenção do povo conquistado por Deus, para o louvor de sua glória.
Salmo: Sl 32(33),1-2.4-5.12-13 (R/. 12b)
R. Feliz o povo que o Senhor escolheu por sua herança!
1 Aclamai o Senhor, vós que sois justos: devem louvar a Deus os homens retos! 2 Dai graças ao Senhor ao som da harpa, na lira de dez cordas celebrai-o.
4 Pois é reta a palavra do Senhor, e tudo o que ele fez é verdadeiro. 5 Ele ama a justiça e a retidão, da graça do Senhor enche-se a terra.

12 Feliz é a nação que o tem por Deus, o povo que escolheu por sua herança! 13 Pois do alto do céu o Senhor olha e eis que filhos de Adão ele contempla.
Evangelho: Lc 12,1-7

Naquele tempo: 1 milhares de pessoas se ajuntavam à multidão, de modo que se esmagavam uns aos outros. E Jesus começou a dizer: “Tomai cuidado com o fermento dos fariseus: a hipocrisia. 2 Não há nada encoberto, que não se venha a descobrir; nem escondido, que não se venha a saber. 3 Por isso, tudo o que tiverdes dito nas trevas será ouvido em plena luz; e o que tiverdes dito ao ouvido, num quarto retirado da casa, será proclamado por cima dos terraços.4 Eu vos digo, meus amigos: não temais os que matam o corpo e depois disso nada mais podem fazer. 5 Eu vos mostrarei de quem deveis ter medo: temei aquele que, depois de matar, tem o poder de lançar na geena! Deste, sim, eu vos digo, deveis ter medo. 6 Não se vendem cinco pardais por duas pequenas moedas? E, no entanto, nem um só deles está esquecido diante de Deus! Mais que isso, até os cabelos de vossas cabeças estão contados. 7 Então não tenhais medo: valeis mais do que muitos pardais.
Leituras: Diretório da Liturgia e da Organização da Igreja no Brasil 2018 - Ano B - São Marcos, Brasília, Edições CNBB, 2017.
Citações bíblicas: Bíblia Mensagem de Deus, São Paulo, Edições Loyola e Editora Santuário, 2016.
Boa Nova para cada dia
“Nada há de escondido que não venha a ser revelado, e não há nada de oculto que não venha a ser conhecido”. (Lc 12,2).
Começamos hoje a leitura do capítulo 12 de São Lucas; nos próximos dias ainda voltaremos a ele.
Lucas 12,1-7 reúne vários ensinos de Jesus aos seus discípulos.
Jesus aparece aqui rodeado de uma imensa multidão, tão numerosa que as pessoas até se pisoteiam. Mas São Lucas não nos diz aqui o que Jesus ensinou a tal multidão, porque logo passa a mostrar o que Ele fala em particular a seu círculo reservado de discípulos. Se menciona a multidão, quer insistir que Jesus diferencia claramente um grupo reservado de discípulos de todas as outras pessoas.
A seus discípulos, e só a eles, Jesus precisa dizer algumas coisas muito importantes:
Devem evitar o ‘fermento’ dos fariseus (Lc 12,1e), que é a hipocrisia. Os discípulos já sabiam disto porque Jesus, em ocasiões anteriores, já havia enfrentado fariseus e doutores da Lei, acusando-os de hipócritas. Chamando à atenção seus discípulos, afirma que nenhum deles poderia admitir o mínimo de hipocrisia. Para ser discípulo de Jesus é preciso ser autêntico.
Chegaria um dia em que os discípulos revelariam aos homens os segredos de Deus e de Seu Reino. Estes segredos Jesus revelara somente a eles, não à multidão e muito menos a seus inimigos, os sumos sacerdotes, os anciãos do Povo, os fariseus, os escribas e os doutores da Lei. Por enquanto, naquele momento em que Jesus está falando com os discípulos, não convinha revelar estes segredos. Um dia o farão, sem medo das consequências, que poderiam incluir a morte deles.
Jesus previne os discípulos sobre o futuro em que seus inimigos, e inimigos de seus discípulos, os procurarão para matá-los. Estes inimigos nada mais poderão fazer do que matar o corpo, enquanto que a alma imortal será levada para Deus. O corpo volta ao pó de onde veio, mas a alma volta para Deus: Eclesiastes 12,7. Ora, Jesus e seus discípulos serão mortos por seus inimigos, sem que estes se deem conta de que Deus tem o poder de mandar os inimigos para o inferno (Lc 12,5bc).
Os discípulos de Jesus serão protegidos por Deus que os ama e deles não se esquece. Se Deus cuida até dos pardais muito mais defenderá dos inimigos os discípulos de Jesus, que valem muito mais que muitos pardais. Deus preza tanto os discípulos de Jesus que, para o bem deles, sabe até quantos fios de cabelo cada um tem em suas cabeças (Lc 12,6-7).
O Evangelho de hoje termina aqui, com Jesus mostrando aos discípulos que eles serão protegidos por Deus no dia em que pregarem os mistérios do Reino e forem perseguidos e mortos por seus inimigos, a liderança de Israel.
Para confirmar esta compreensão do Evangelho de hoje, o leitor é convidado a continuar a leitura de Lc 12, dos versículos 8 a 12. Isto porque aí Jesus porá condições para que os discípulos o sigam, ou seja:
Jesus vai se declarar a favor de cada discípulo que o testemunhar diante dos homens. E isto acontecerá no Juízo Final, quando Jesus vier sobre as nuvens com seus anjos (Lc 12,9).
No momento em que os discípulos forem perseguidos e expulsos das sinagogas, não deverão temer sequer como se defenderão nos tribunais dos judeus: o Espírito Santo lhes dará palavras que inimigo algum poderá contradizer (Lc 12,11-12).
Assim terminam nossas considerações sobre o Evangelho de hoje, sabendo bem por qual motivo Jesus interrompeu seus discursos à multidão (Lc 12,1) para se dirigir em particular a seus discípulos. Ele precisou fazer isto, certamente porque não podia deixar para depois estas instruções aos que mais tarde dariam a vida por Ele.
Tudo isto nos é dado para nossa contemplação e meditação.
Pensemos no modo como Jesus tratou a multidão e como em particular deu lições importantíssimas a seus discípulos.
Vejamo-nos na figura daqueles discípulos, nós hoje como privilegiados de Jesus, porque cada dia e cada domingo somos alimentados pelo Pão da Palavra. Ele nos fala continuamente, dando-nos lições que nos alimentam espiritualmente. Ele nos lembra que para Deus valemos mais que muitos pardais, e que no Juízo Final estará à nossa espera para nos defender e nos garantir a Vida Eterna com Deus Pai.
Autor: Pe. Valdir Marques, SJ, Doutor em Teologia Bíblica pela Pontifícia Universidade Gregoriana de Roma.

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