terça-feira, 8 de agosto de 2017

Liturgia do dia 07/08/2017

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Leituras
Nm 11,4b-15
Sl 80,12-13. 14-15. 16-17 (R. 2a)
Mt 14,13-21

18ª Semana do Tempo Comum - Ano A

Segunda-Feira

Primeira Leitura: Nm 11,4b-15

Naqueles dias: 4b Os filhos de Israel foram tomados de fome e de novo se lamentaram, murmurando: “Quem nos dará carne para comer? 5 Bem nos lembramos dos peixes que comíamos de graça, lá no Egito; dos pepinos, dos melões, das alfaces, das cebolas e dos alhos. 6 No entanto, seca-se-nos, agora, a garganta, pois não há mais nada; nada para nossos olhos, a não ser o maná”. 7Era o maná, como grãos de coriandro, uma espécie de resina amarelada. 8 O povo se espalhava para o recolher, triturava-o na mó ou pulverizava-o no pilão, cozendo-o na panela para preparar roscas com sabor de tortas ao azeite. 9 Quando o orvalho da noite caía sobre o acampamento, caía também ali o maná.10 Ouviu, Moisés, as lamúrias do povo em cada família, à entrada de cada tenda; então, Javé entrou num violento acesso de cólera; contristou-se, muito, Moisés, 11 e voltou- se para Javé, nestas expressões: “Por que fazes mal a teu servo, e por que já não encontro eu favor a teus olhos, visto que me puseste sobre os ombros o peso de todo este povo? 12 Porventura, fui eu quem concebeu todo esse povo? Acaso, fui eu quem o gerou, para que me digas: leva-o contigo como a ama leva a criança que amamenta, até o país que eu te jurei dar a teus pais? 13Onde irei eu obter carne para dar a todo este povo? Porque lamentam-se eles murmurando-me: Dá-nos carne para comer. 14 Já não posso, sozinho, suportar o peso de todo este povo; é pesado demais para mim. 15 Se queres continuar a tratar-me assim, mata-me, Te rogo, se ainda encontro favor a teus olhos, para que não veja mais tamanha desgraça”.
Salmo: Sl 80,12-13. 14-15. 16-17 (R. 2a)
R. Dai vivas ao Senhor, que é nossa força.
12 Mas não ouviu meu povo a minha voz e não quis Israel obedecer-me. 13 Ante os seus corações endurecidos, deixei-os caminhar a seu arbítrio.

14 Ah, se meu povo ouvisse a minha voz, ah, se Israel andasse em meus caminhos! 15 Eu logo lhe abateria os inimigos e estenderia a mão contra o opressor.

16 Os que odeiam o Senhor se renderiam seriam castigados para sempre. 17 Mas daria ao meu povo a flor do trigo, e de mel do rochedo o fartaria”.
Evangelho: Mt 14,13-21

13 Quando recebeu a notícia, Jesus se afastou de lá numa barca para um lugar isolado. Mas o povo, sabendo disso, deixou as cidades e o seguiu a pé. 14 Deixando a barca, viu a enorme multidão, ficou com muita pena dela e curou os seus enfermos. 15 Caía a tarde, os discípulos chegaram perto dele e disseram: “O lugar é afastado e já estamos passando da hora. Despede, então, o povo, para que possa ir aos povoados comprar alimento”.16 Mas Jesus respondeu:“Não precisa ir. Dai-lhe vós mesmos de comer”. 17 Mas observaram eles: “Nós só temos aqui cinco pães e dois peixes”. 18 Ele disse: “Trazei-os aqui para mim”. 19 E tendo mandado o povo se acomodar sobre a relva, tomou os cinco pães e os dois peixes, levantou seu olhar para o céu, e recitou a fórmula da bênção. Em seguida, partiu os pães que deu aos discípulos, e eles os distribuíram ao povo. 20 Todos comeram fartamente, e foram recolhidas as sobras: doze cestos bem cheios! 21 Entretanto, os que tinham comido eram cerca de cinco mil homens, sem contar as mulheres e as crianças.
Leituras: Diretório da Liturgia e da Organização da Igreja no Brasil 2017 - Ano A - São Mateus, Brasília, Edições CNBB, 2016.
Citações bíblicas: Bíblia Mensagem de Deus, São Paulo, Edições Loyola e Editora Santuário, 2016.
Boa Nova para cada dia
Todos comeram e ficaram saciados (Mt 14,20).
Este é o Evangelho que narra a primeira multiplicação dos pães por Jesus.
São Mateus a coloca logo no início da vida pública de Jesus, pois diz que este milagre foi feito por Ele logo após o martírio de João Batista.
É necessário notar isto, porque, pela teologia de São Mateus, Jesus precisava se apresentar como o enviado por Deus tal como o Povo Eleito esperava, a partir das profecias antigas sobre a vinda do Messias.
Esta narrativa prende o leitor do começo ao fim.
Logo de início os discípulos de Jesus se encontram diante de um problema que são incapazes de resolver: saciar a fome de mais de cinco mil homens. Mas Jesus os provoca, prevendo já o que Ele mesmo ia fazer, dizendo:
“Dai-lhes vós mesmos de comer” (Mt 14,16).
Os discípulos se assustaram. Mas esta frase de Jesus era uma profecia: eles, de fato, dariam de comer àqueles cinco mil homens, pelo milagre que Ele faria.
A seguir, os gestos de Jesus mostram como Ele dominava a situação com grande segurança. Tomados os cinco pães e dois peixes, olhou para o céu, a Deus Pai, fonte da Vida.
Depois invocou sobre eles a Bênção, que significa a conservação da Vida criada por Deus.
Para Jesus, pessoalmente, estes gestos eram expressão de Sua intimidade com Deus Pai, o Deus Vivo e conservador da Vida que Ele mesmo criara.
Para Jesus, esta Bênção multiplicadora dos pães e peixes era sua participação no poder de Deus Pai de criar e manter a Vida.
Feitos estes gestos, a Jesus apenas restava distribuir aqueles alimentos abençoados com a abundância criativa do Pai. Então Ele manda que os discípulos dêem, eles mesmos, de comer a mais de cinco mil homens.
Todos comeram à saciedade. E sobram ainda muitos restos.
Mas ninguém entendeu o que se passou no íntimo de Jesus em sua união com Deus Pai.
Hoje entendemos isto: o sinal que Jesus deu neste milagre foi o de que Ele participa do poder divino de dar a Vida.
Mas será mais tarde, na instituição da Eucaristia, que Jesus oferecerá o Pão da Vida, o alimento para a Vida Eterna, no Seu Corpo e no Seu Sangue. O milagre da multiplicação dos pães que lemos no Evangelho de hoje, foi seu prenúncio.
Meditemos, pois, este milagre, em vista da comunhão que recebemos em cada Eucaristia, entendendo como Jesus pode nos dar a Vida e conservar-nos nela, nesta vida terrena e na futura Vida Eterna.
Autor: Pe. Valdir Marques, SJ, Doutor em Teologia Bíblica pela Pontifícia Universidade Gregoriana de Roma.

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