quarta-feira, 5 de dezembro de 2018

Liturgia do dia 05/11/2018


Liturgia do dia 05/11/2018


Leituras
Fl 2,1-4
Sl 130(131),1.2.3
Lc 14,12-14

31ª Semana do Tempo Comum

Segunda-Feira

Primeira Leitura: Fl 2,1-4

Irmãos, 1 Portanto, se sabeis o que é um consolo em Cristo, um conforto de caridade, uma comunhão no Espírito, uma compassiva ternura, enchei-me de alegria. Para isto vivei em pleno acordo, tendo um mesmo amor, um mesmo coração, um só e mesmo sentimento. 3 Não procedais em nada com espírito de rivalidade e de vanglória, mas considerai humildemente os outros como superiores, 4 não procurando os próprios interesses, mas também os dos outros.
Salmo: Sl 130(131),1.2.3

R. Guardai-me em paz junto a vós, ó Senhor!

1 Não se exalta, Senhor, meu coração; não se eleva soberbo o meu olhar, nem acalento ideias de grandeza!

2 Guardo em paz e silêncio a minha alma, que repousa em meu peito saciada, qual no colo da mãe a criancinha.

3 Confia no Senhor, ó Israel, desde agora e por toda a eternidade.
Evangelho: Lc 14,12-14

12 Disse Jesus ainda a quem o tinha convidado: “Quando deres algum almoço ou jantar, não convides teus amigos, nem teus irmãos, nem teus parentes, nem teus vizinhos ricos, para não acontecer que por sua vez eles também te convidem e assim te retribuam. 13 Pelo contrário, quando deres um banquete, convida os pobres, os estropiados, os coxos e os cegos. 14 Serás feliz porque não terão com que te retribuir. Mas receberás a tua recompensa na ressurreição dos justos”.
Leituras: Diretório da Liturgia e da Organização da Igreja no Brasil 2018 - Ano B - São Marcos, Brasília, Edições CNBB, 2017.
Citações bíblicas: Bíblia Mensagem de Deus, São Paulo, Edições Loyola e Editora Santuário, 2016.
Boa Nova para cada dia
“Então, tu serás bem-aventurado! Porque eles não te podem retribuir. Tu receberás a recompensa na Ressurreição dos Justos” (Lc 14,14).
À casa do chefe dos fariseus Jesus fora convidado.
Nessa refeição estariam pessoas ricas e parentes do chefe dos fariseus.
Tratava-se de uma refeição especial para vários convidados para ouvir Jesus, mas não era um banquete como os das festas.
Jesus notando isto, e a mesmo tempo vendo que nenhum pobre, além Dele, fora convidado, quis ensinar a todos, e especialmente ao fariseu chefe, uma bem-aventurança.
Podemos entender que se tratava de uma bem-aventurança nova, mas não tão diferente das outras que Ele anunciara no ‘Sermão da Montanha’, presente em Mt 5,3-12.
Como Jesus fala, aqui em Lc 14,14, de uma nova bem-aventurança, precisamos repensar sobre o que ‘bem-aventurança’ significa. Entendemos que esta palavra afirma um comportamento ou situação de pessoas que algum dia serão recompensadas. Há recompensas nesta vida e recompensas na Vida Eterna.
Jesus fala, no Evangelho de hoje, de uma recompensa na Ressurreição dos Justos. Isto é, depois da morte, portanto na Vida Eterna.
Mas notemos: Ele aconselha o chefe dos fariseus naquela refeição, a convidar pessoas que no ‘Sermão da Montanha’ tinha chamado de ‘bem-aventurados’:os pobres, porque deles é o Reino de Deus (Lc 6,20); os aleijados, os coxos e os cegos, pois choram por causa de sua condição triste de vida mas serão consolados (Lc 6,21).
Se o chefe dos fariseus convidar aqueles ‘bem-aventurados’, será também ele um ‘bem-aventurado’. É precisamente o que Jesus diz em Lc 14,14. E a recompensa que ele terá será uma bem-aventurança celeste, na Ressurreição dos Justos.
Quando será a Ressurreição dos Justos?
A Ressurreição dos Justos acontecerá no fim do mundo, com o Juízo Final. São Lucas não os descreve, mas sim o Evangelho de São Mateus, em 25,34—35:
34. Então dirá o Rei aos que estiverem à sua direita: “Vinde, benditos de meu Pai! Recebei como herança o Reino que Meu Pai vos preparou desde a criação do mundo!”
35. Pois eu estava com fome e me destes de comer; eu estava com sede e me destes de beber; eu eraestrangeiro e me recebestes em casa; ...
São Mateus fala aqui da fome, da sede e do estrangeiro. É seu modo de dizer o mesmo que Lc 14,14 sobre os pobres, os aleijados, os coxos e os cegos.
Portanto, o fariseu que convidou Jesus desta vez, aprendeu como ser ‘bem-aventurado’ por meio dos ‘bem-aventurados’ declarados por Jesus no ‘Sermão da Montanha’.
Precisamos refletir mais do que isto para aprender a lição que Jesus nos dá neste Evangelho?
Sua lição é clara.
Sua lição ao mesmo tempo é altamente incômodapara quem nunca convidou os pobres, os aleijados, os coxos e os cegos para suas festas.
Alguém de nós já fez uma festa só para os pobres, os aleijados, os coxos e os cegos?          

Sejamos sinceros: talvez contaremos nos dedos de uma só mão quem tenha feito isto.
Aqui Jesus nos repreende. Só faltaria que Ele nos dissesse: “Você não será bem-aventurado, porque não convidou para suas festas os pobres, os aleijados, os coxos e os cegos; pelo contrário, convidou somente quem o poderia retribuir por ser rico, parente, gente influente, sadia, feliz neste mundo...”.
Se não fizermos o que Jesus ensinou ao chefe dos fariseus, não nos será dada a ‘bem-aventurança’ na Ressurreição dos Justos. Vamos deixar, então, que até a nossa morte jamais convidemos os pobres, os aleijados, os coxos e os cegos?
Deus não brinca conosco fazendo suas advertências. Hoje é um dia em que Ele quer que mudemos de comportamento, passando a convidar para nossas refeições os pobres, os aleijados, os coxos e os cegos.
Vamos fazer o que Jesus ensinou, mesmo que sejamos incompreendidos por muitas pessoas.
O que vale é ser compreendido por Jesus e merecer a recompensa na Ressurreição dos Justos.
Senão, ao contrário, na ‘Ressurreição dos Justos’ nos acontecerá o que São Mateus diz em 25,41-43a:
41. “Depois o Rei dirá aos que estiverem à sua esquerda: ‘Afastai-vos de mim, malditos! Ide para o fogo eterno, preparado para o diabo e para os seus anjos.’
42. Pois eu estava com fome e não me destes de comer; eu estava com sede e não me destes de beber;
43. eu era estrangeiro e não me recebeste em casa’ ...”.
Não tenhamos medo deste triste fim dos que não acolheram Jesus nos pobres, aleijados, coxos e cegos. Muito pelo contrário, se Ele nos dá uma ordem tão exigente, entenderá nossas dificuldades e nos ajudará a fazer a Sua vontade que é a mesma de Deus.
Mudemos nosso comportamento como Jesus quer, e passemos desde já a experimentar a ‘bem-aventurança’ que mereceremos na Ressurreição dos Justos.
Autor: Pe. Valdir Marques, SJ, Doutor em Teologia Bíblica pela Pontifícia Universidade Gregoriana de Roma.

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