quarta-feira, 6 de setembro de 2017

Liturgia do dia 04/09/2017

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Leituras
1Ts 4,13-18
Sl 95,1.3. 4-5. 11-12. 13 (R. 13b)
Lc 4,16-30

22ª Semana do Tempo Comum - Ano A

Segunda-Feira

Primeira Leitura: 1Ts 4,13-18

13 Não queremos, irmãos, que fiqueis na ignorância a respeito dos mortos; não vos deixeis tomar pela tristeza, como os outros que não têm esperança. 14 Pois, se cremos que Jesus morreu e ressuscitou, assim também devemos crer que Deus, por meio de Jesus, levará junto com ele os que morreram. 15 Isto vos dizemos segundo a palavra do Senhor: nós, os vivos, os que ficarmos para a vinda do Senhor, não procederemos os que morreram. 16Isto porque o mesmo Senhor descerá do céu, quando for dado um sinal, o grito do Arcanjo, o toque da trombeta divina, e os mortos ressuscitarão primeiro pelo poder de Cristo. 17 Depois, nós, os vivos, os que ficarmos, seremos arrebatados juntamente com eles por entre nuvens, nos ares, ao encontro do Senhor, e estaremos para sempre com o Senhor. 18 Portanto, consolai-vos uns aos outros com estas palavras.
Salmo: Sl 95,1.3. 4-5. 11-12. 13 (R. 13b)
R. O Senhor governará o mundo com justiça, aos povos regerá com lealdade.
1 Entoai ao Senhor um canto novo; sim, cantai ao Senhor, ó terra inteira!
3 Mostrai entre as nações a sua glória, entre todos os povos seus prodígios.

4 Grande é o Senhor, merece toda honra; mais que todos os deuses é terrível. 5 Pois nada são os deuses das nações, mas o Senhor, quem fez o céu foi ele!

11 Rejubilem-se os céus, exulte a terra; aplauda o mar com tudo que contém! 12 Os campos com seus frutos rejubilem, as árvores exultem nas florestas.

13 Em face do Senhor exultem todos, porque ele vem para reger a terra. Governará o mundo com justiça, aos povos regerá com lealdade.
Evangelho: Lc 4,16-30

Naquele tempo Jesus: 16 Foi a Nazaré, onde tinha crescido. Num sábado, entrou na sinagoga como era de seu costume e se levantou para fazer a leitura. 17 Foi-lhe apresentado o livro do profeta Isaías, que ele abriu, dando com a passagem onde está escrito: 18 O Espírito do Senhor está sobre mim; porque ele me consagrou com o óleo, para levar a Boa-Nova aos pobres; enviou-me para proclamar aos prisioneiros a libertação e aos cegos a recuperação da vista; dar liberdade aos oprimidos, 19 e proclamar o ano de graça do Senhor. 20 Enrolou o volume, que entregou ao ajudante e se sentou. Na sinagoga todos olhavam atentamente para ele. 21 Jesus começou a lhes falar: “Hoje se cumpre esta passagem da Escritura que acabais de ouvir”. 22 E todos davam testemunho dele, maravilhados com a mensagem de graça que saía de sua boca. Perguntavam: “Não é este o filho de José?”. 23 Então ele lhes respondeu: “Sem dúvida, me citareis o provérbio: ‘Médico, cura-te a ti mesmo! Tudo o que ouvimos dizer que fizeste em Cafarnaum, faze igualmente em tua terra’”. 24 Depois acrescentou: “Eu vos declaro: nenhum profeta é bem recebido na sua terra. 25 Sem dúvida, eu vos afirmo que havia muitas viúvas em Israel no tempo de Elias, quando o céu ficou fechado durante três anos e seis meses e grande fome devastou todo o país. 26 No entanto, Elias não foi enviado a nenhuma delas, mas, sim, a uma viúva de Sarepta, na região de Sidon. 27 Havia também muitos leprosos em Israel, no tempo do profeta Eliseu; e nenhum deles foi curado, a não ser o sírio Naaman”. 28 Ouvindo estas palavras, os que estavam na sinagoga ficaram com muita cólera, 29 se levantaram e o levaram para fora da cidade, até o alto do morro sobre o qual ela estava construída, para o jogarem dali abaixo. 30 Mas Jesus passou pelo meio deles e seguiu seu caminho.
Leituras: Diretório da Liturgia e da Organização da Igreja no Brasil 2017 - Ano A - São Mateus, Brasília, Edições CNBB, 2016.
Citações bíblicas: Bíblia Mensagem de Deus, São Paulo, Edições Loyola e Editora Santuário, 2016.
Boa Nova para cada dia
“... nenhum profeta é bem recebido em sua pátria.”.(Lc 4,24c).
Jesus quis, com esta frase, que os profetas somente são desprezados entre seus parentes e conhecidos. Não lhe dão o valor que todos os outros reconhecem.
Ele se referia a outros casos de profetas rejeitados pelo Povo Eleito no passado.
É por isso que explica como Deus mandou seus profetas para outros povos que neles creram.
Assim disse que Deus enviou Elias a Sarepta, onde uma viúva acreditou nele. Elias lhe pedira um pão, quando ela mal tinha farinha e azeite para matar sua fome e a do filho, esperando em seguida a morte. Porém quando Elias lhe pede que faça primeiro um pão para ele, prometendo que não faltariam nem farinha nem óleo, a mulher imediatamente acreditou no profeta: Ela foi; e fez conforme a palavra de Elias; e assim comeu ela, e ele, e a sua casa muitos dias. (1Rs 17,15).
Por que Deus não mandou Elias a alguém de Israel e sim à viúva estrangeira?
Foi porque naquele tempo Israel estava em crise religiosa, sob o rei Acab, que dominado por sua mulher Jezabel introduzira o culto de Baal contra o do seu verdadeiro Deus (1Rs 16,30-32). Tanto Acab como sua mulher desprezavam Elias. Eles nunca o aceitariam para se converterem ao verdadeiro Deus.
Elias, enviado a Sidon, foi acolhido pela viúva não israelita. Ela e sua família aceitaram o profeta. Quando o filho dela faleceu, Elias pediu a Deus que o ressuscitasse. Ressuscitado o menino, a viúva teve fé no Deus de Israel: ... a mulher disse a Elias: Nisto conheço, agora, que tu és homem de Deus e que a palavra do Senhor na tua boca é verdade. (1Rs 17,24).
Depois de lembrar este fato acontecido com Elias, a conversão da viúva, o cumprimento da missão do profeta contra a idolatria de Acab, Jesus ainda recorda Eliseu, que curou o sírio Naamã de sua lepra. Eliseu, profeta, foi aceito pelo estrangeiro sírio que se converteu ao Deus de Israel.
Jesus podia ter lembrado também a estória de Jonas, profeta aceito entre os ninivitas que se converteram e fizeram penitência, sendo assim salvos da condenação já prometida por Deus pelos pecados que tinham feito.
O que vemos nestes fatos?
Jesus, em Nazaré, fora dizer a seus parentes e conhecidos que Ele era um profeta. E ao mesmo tempo, foi apresentar sua missão recebida de Deus que o ungira, como diz Is 61,1-2, que em Lc 4,18-19 é reproduzido deste modo:
“18. O Espírito do Senhor está sobre mim,
porque Ele me consagrou com a unção
para anunciar a Boa Nova aos pobres;
enviou-me para proclamar a libertação dos cativos
e aos cegos a recuperação da vista;
para libertar os oprimidos
19. e para proclamar um ano da graça do Senhor”.
O que Jesus diz nestas palavras é seu projeto para pôr em execução a missão profética recebida de Deus. Cada palavra deveria ser aprofundada aqui. Mas podemos reduzir ao essencial o que Jesus diz:
a) Ele é ungido pelo Espírito Santo, portanto Messias,
b) e isto por decisão de Deus Pai, não do Filho. Portanto é Deus quem O constitui profeta e Messias, ungindo-O, para isto.
c) a missão de Jesus será a obra da salvação dos pecados para que também o povo de Nazaré receba de Deus a graça para se converter e entrar no Reino de Deus.
d) para isto Jesus veio lhes propor a conversão:
- anunciando a remissão dos pecados que oprimiam suas consciências,
- contra a cegueira de quem não vê a vontade de Deus porque tem o coração impuro,
e) e finalmente anunciar um ‘Ano de Graça’, um jubileu, em que todos festejam o perdão, dado generosamente por Deus, dos crimes passados e das penas devidas.
Aqui estava tudo o que o povo de Nazaré devia esperar de Jesus e pôr em prática.
Como as outras pessoas de outros lugares, eles também experimentariam a abertura dos tempos messiânicos. Seriam perdoados de seus pecados e poderiam entrar no Reino de Deus.
No entanto, do lado dos nazarenos, acontece o contrário.
Decepcionam Jesus porque têm uma compreensão errada da Sua missão profética.
Não o reconhecem como o Ungido.
São como Acab e Jezabel, que desejavam matar Elias.
Os nazarenos levaram Jesus para fora da cidade e queriam matá-lo precipitando-o do alto da colina. Portanto não demonstraram nenhum sinal de conversão. Iam cometer um homicídio se Jesus não tivesse escapado de suas mãos.
Perguntemo-nos: nós, que somos da ‘família de Deus’, como diz São Paulo em Ef 2,19, como aceitamos Jesus como Salvador, anunciador do Reino de Deus, Redentor de nossos pecados, o que nos introduz no tempo da Graça salvadora como num jubileu festivo?
Reflitamos, perguntando-nos: como aceitaríamos Elias e Eliseu?
Como aceitamos o plano salvador de Jesus?
Vivemos com alegria este momento da Graça que é o período atual da História da Salvação, antes que Jesus nos acolha em Sua Glória no último Dia?
Autor: Pe. Valdir Marques, SJ, Doutor em Teologia Bíblica pela Pontifícia Universidade Gregoriana de Roma.

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