quarta-feira, 6 de setembro de 2017

Liturgia do dia 05/09/2017

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Leituras
1Ts 5,1-6.9-11
Sl 26 (27),1. 4. 13-14 (R. 13)
Lc 4,31-37

22ª Semana do Tempo Comum - Ano A

Terça-Feira

Primeira Leitura: 1Ts 5,1-6.9-11
1Mas, quanto à ocasião e às circunstâncias disto, irmãos, não há que vos escrever. 2 Sabeis perfeitamente que o dia do Senhor virá como um ladrão de noite. 3 Quando os homens disserem: “Paz e segurança”, então, de repente, cairá sobre eles a ruína, como as dores do parto sobre a mulher grávida. E não poderão escapar. Mas vós, irmãos, não estais em trevas, para que esse dia vos surpreenda como um ladrão. 5 Todos vós sois filhos da luz, filhos do dia. Não somos da noite, nem das trevas. 6Por isso, não durmamos, como fazem os outros, mas nos conservemos acordados e sóbrios. 9 É que Deus não nos destinou para a ira, mas para que consigamos a salvação por meio de nosso Senhor Jesus Cristo. 10 Ele morreu por nós, para que, vivos ou mortos, vivamos unidos a ele. 11Por isso, reanimai-vos e edificai-vos uns aos outros como já o fazeis.
Salmo: Sl 26 (27),1. 4. 13-14 (R. 13)

R. Hei de ver a bondade do Senhor na terra dos que vivem!

1 Só Deus é minha luz e salvação: de quem teria medo? É ele a proteção da minha vida; quem me fará tremer?

Peço ao Senhor apenas uma coisa, uma só eu procuro: é habitar a casa do Senhor por toda a minha vida; gozar a suavidade do Senhor, contemplar o seu templo.

13 Hei de ver a bondade do Senhor na terra dos que vivem! 14 Espera no Senhor! Força e coragem! Espera no Senhor!
Evangelho: Lc 4,31-37

Naquele tempo Jesus 31 desceu a Cafarnaum, cidade da Galileia, e ensinava ao povo no sábado. 32 Todos se sentiam atingidos pela sua doutrina, porque falava com autoridade. 33 Na sinagoga estava um homem possuído pelo espírito de um demônio impuro, que começou a gritar com força: 34 “Que temos a ver contigo, Jesus de Nazaré? Vieste para a nossa ruína? Eu sei quem és tu: és o Santo de Deus”. 35 Mas Jesus o repreendeu severamente: “Cala-te! E sai deste homem!”. Então o demônio jogou o homem no chão diante de todos, e saiu dele, sem lhe fazer nenhum mal. 36 Todos ficaram muito espantados. E perguntavam uns aos outros: “Que significa isto? Ordena com autoridade e poder aos espíritos impuros, e eles saem?”. 37 E sua fama se espalhava por toda aquela região.
Leituras: Diretório da Liturgia e da Organização da Igreja no Brasil 2017 - Ano A - São Mateus, Brasília, Edições CNBB, 2016.
Citações bíblicas: Bíblia Mensagem de Deus, São Paulo, Edições Loyola e Editora Santuário, 2016.
Boa Nova para cada dia
“O que queres de nós, Jesus nazareno? Vieste para nos destruir? Eu sei quem tu és: tu és o Santo de Deus” (Lc 4,34-35).
Este primeiro exorcismo de Jesus relatado nos Evangelhos provoca um espanto atordoante sobre os que presenciaram aquela cena.
A forte impressão causada pela voz do demônio foi total surpresa: como o demônio ousava entrar num lugar sagrado como a sinagoga? Sabiam que o demônio podia tomar posse do corpo de uma pessoa, mas aquele caso era totalmente inesperado. Mas, com a chegada de Jesus, o demônio sai de seu escondimento. E, desta vez, para declarar seu medo de Jesus. Este era um fato novo para os habitantes de Cafarnaum, uma notícia que iria se espalhar rapidamente pelos arredores.
O que fica claro desta declaração do demônio?
Ele reconhece que Jesus quer fazer contra eles alguma coisa. Por isso perguntam, no plural, para dizer que todos os demônios se expressavam com aquela reclamação: “O que queres de nós, Jesus nazareno? Vieste para nos destruir?”.
De fato, Jesus veio destruir a ação dos demônios sobre os homens, ação que, naquele caso, era a possessão de um homem. Portanto possessões não seriam mais tão comuns entre o povo, desde que Jesus chegou ao mundo para inaugurar o Reino de Deus. No Reino de Deus quem comanda e age sobre as pessoas é Deus e não o demônio.
Até aquele momento Jesus era um simples homem vindo de Nazaré. Ele encantava com suas pregações e seu plano de instalar o Reino de Deus no meio do Povo Eleito. Mas depois daquele encontro e expulsão dos demônios na sinagoga, Jesus passa a ser visto com outros olhos.
As pessoas não sabiam que entre Jesus e Deus havia um relacionamento especial. E será precisamente um ser sobre-humano quem vai dizer isto: o demônio que conhece os segredos de Deus mais que os simples homens mortais foi quem o revelou: “Eu sei quem tu és: tu és o santo de Deus”.
Notemos que desta vez o demônio fala no singular: “Eu sei ... ”. Porque sua fala mudou do plural para o singular? Antes tinha dito: “O que queres de nós, Jesus nazareno? Vieste para nos destruir? Mesmo no plural, esta fala pode ter sido a de um só demônio entendendo que a ação de Jesus afetaria a todos eles, isto é, certamente iria destruir o poder de todos. Assim, em seguida, um só fala claramente o que os demônios sabiam sobre Jesus, sem a menor dúvida: “Eu sei quem tu és: tu és o Santo de Deus”.
Novamente o espanto tomou conta da comunidade na sinagoga. Jesus não era o simples carpinteiro vindo de Nazaré, que podia falar coisas bonitas durante o culto na sinagoga. As pessoas começaram a se perguntar: “... o que significa ser ‘Santo de Deus’ ”?
Não sabemos como aquela comunidade em Cafarnaum entendeu, imediatamente, por “Santo de Deus”. Mas sabemos que, quando São Lucas escreveu este Evangelho, todos já sabiam que Jesus era o “Santo” no sentido de “Ungido”, o “Messias”. Assim para os leitores de São Lucas neste Evangelho ficou claro que Jesus era o Filho de Deus vindo ao mundo para ser o Messias de Israel e o Salvador do mundo.
Voltemos às nossas considerações sobre o Evangelho de ontem. São Lucas descreve a chegada de Jesus a sua terra, Nazaré.
Ali, na sinagoga, Jesus se manifesta como a pessoa sobre a qual se cumpre a profecia de Isaías 61,1-2. Isto é, Ele se declara o Messias de Israel, que, como tal, vinha salvar o Povo de Deus, como também o povo de sua pátria. Mas seus concidadãos lhe pedem que faça coisas ‘como as que fizera em Cafarnaum’ (Lc 4,23). Como sabiam o que Jesus fizera em Cafarnaum? Ora, por esta pergunta entendemos que ficaram sabendo deste exorcismo feito na sinagoga de Cafarnaum. Fora um milagre espetacular. Por que, perguntaram os nazarenos, Jesus não faria um exorcismo também em Nazaré para provocar o espanto de todos também lá?
Como vimos ontem, Jesus não fez exorcismo nenhum em Nazaré porque seu plano para seus parentes era outro. Sobre isto é bom voltar a reconsiderar o comentário ao Evangelho de ontem, onde estas coisas ficam claras.
Aprendemos muito sobre Jesus no Evangelho de hoje.
Ele é o ‘Santo de Deus’, isto é o Messias Salvador.
Entre ele e Deus há um relacionamento especial para um projeto especial. Deus quer que o seu ‘Santo’ estabeleça Seu Reino no mundo, expelindo dele os demônios. Com a presença de Jesus no mundo passa a vigorar a vontade de Deus em Seu Reino de paz, sem os tormentos que os demônios causavam nos homens entregues à ignorância e idolatria.
Peçamos a Jesus que em nossos tempos também expulse os demônios que dominam as pessoas que os cultuam em seitas satânicas.
Peçamos a Jesus que interceda por nós junto ao Pai, para que não nos deixemos levar pelas tentações, mostrando-nos como o demônio se reveste de anjo de luz para nos perder.
Autor: Pe. Valdir Marques, SJ, Doutor em Teologia Bíblica pela Pontifícia Universidade Gregoriana de Roma.

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