quarta-feira, 6 de setembro de 2017

Liturgia do dia 07/09/2017

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Leituras
Cl 1,9-14
Sl 97,2-3ab. 3cd-4. 5-6 (R. 2a)
Lc 5,1-11

22ª Semana do Tempo Comum - Ano A

Quinta-Feira

Primeira LeituraCl 1,9-14

Irmãos: 9 Por isso, desde que tomamos conhecimento do fato, não paramos de rezar por vós, e de pedir que conheçais plenamente a sua vontade, em toda sabedoria e inteligência dadas pelo Espírito. 10 Assim vos comportareis de um modo digno de Deus, para lhe agradardes em tudo. Produzindo toda espécie de boas obras, crescereis no conhecimento de Deus. 11 Que o seu glorioso poder vos fortifique com pleno vigor, para suportardes todas as contrariedades com paciência e constância, cheios de alegria; 12 dai graças ao Pai, que vos tornou capazes de participar da maravilhosa sorte dos santos, na luz. 13 De fato, ele nos arrancou do poder das trevas, para nos transferir para o reino de seu Filho amado, 14 por quem temos a redenção, o perdão dos pecados.
Salmo: Sl 97,2-3ab. 3cd-4. 5-6 (R. 2a)
R. Revelou o Senhor o seu auxílio, sua justiça aos povos.
Revelou o Senhor o seu auxílio, sua justiça aos povos.3ab De seu fiel amor ele lembrou-se, em favor de Israel.

3 cd Os extremos da terra contemplaram nosso Deus a salvar-nos. 4 Aclamai o Senhor, ó terra inteira, com cânticos e música!

Celebrai o Senhor em vossas harpas e nos vossos saltérios. 6 Ante o Senhor e Rei, rejubilai-vos com tubas e trombetas.
Evangelho: Lc 5,1-11

Naquele tempo Jesus 1 estava perto do lago de Genesaré. A multidão o apertava à sua volta para ouvir a palavra de Deus. 2 Jesus viu duas barcas na praia. Os pescadores tinham saído para lavar as redes. 3 Ele entrou numa das barcas, que era de Simão, e pediu que a afastasse um pouco da terra. Em seguida sentou-se e, da barca, ensinava a multidão. 4 Quando acabou de falar, disse a Simão: “Faze-te ao largo e lançai vossas redes para a pesca”. 5 Simão respondeu: “Mestre, trabalhamos a noite inteira sem pegar nada. Mas, por causa da tua palavra, vou lançar as redes”. 6 Fizeram assim e apanharam tão grande quantidade de peixes, que as redes estavam arrebentando. 7 Então fizeram sinais, para os companheiros da outra barca irem ajudá-los. Eles foram e encheram as duas barcas, a ponto de começarem a afundar. 8 Vendo isto, Simão Pedro caiu de joelhos diante de Jesus dizendo: “Afasta-te de mim, Senhor, porque eu sou um pecador!”. 9 De fato, tanto ele como os outros seus companheiros ficaram espantados com a quantidade de peixes que acabavam de apanhar;10 e também Tiago e João, filhos de Zebedeu, que eram sócios de Simão. Mas Jesus disse a Simão: “Acaba com esse medo! De agora em diante serás pescador de homens!”. 11 Então, eles arrastaram as barcas para a praia e, deixando tudo, o seguiram.
Leituras: Diretório da Liturgia e da Organização da Igreja no Brasil 2017 - Ano A - São Mateus, Brasília, Edições CNBB, 2016.
Citações bíblicas: Bíblia Mensagem de Deus, São Paulo, Edições Loyola e Editora Santuário, 2016.
Boa Nova para cada dia
Então, levaram as barcas para a margem, deixando tudo e seguiram a Jesus. (Lc 5,11).
Nesta frase do Evangelho de São Lucas vemos como Simão Pedro, Tiago e João filhos de Zebedeu se tornaram discípulos de Jesus, seguindo-o e para isto deixando para trás os únicos bens que possuíam, suas barcas e redes de pesca.
Devemos perguntar: estes pescadores decidiram seguir Jesus como a seu Rabi somente por terem-No visto fazer aquela pesca milagrosa? Devemos concluir que sim, pois um milagre como aquele ninguém fizera por eles em nenhuma ocasião. Mas não somente por isto.
Devemos nos lembrar o que São Lucas nos diz no seu Evangelho lido nos dias anteriores: Jesus fizera um espantoso exorcismo em Cafarnaum. Ora, era nessa cidade que moravam Simão Pedro e seus sócios, Tiago e João. Como todo o povo da redondeza de Cafarnaum soubera do exorcismo feito na sinagoga, podemos supor, logicamente, que também Simão Pedro e seus sócios ficaram sabendo quem era Jesus. De fato, quando Jesus vai falar para o povo junto do lago, Jesus, sem mais, entra na barca que era de Simão, como se entre eles já houvesse alguma familiaridade.
Disto devemos concluir que o chamamento dos apóstolos por Jesus não aconteceu num instante sem preparo anterior, como parece ter acontecido em alguns casos relatados no Evangelho de São Mateus: Simão e André, Tiago e João são chamados por Jesus que caminhava pela praia: Mt 4,18-22. Nenhum motivo aparece aqui como razão para que seguissem a Jesus. Isso não significa que tais motivos não existissem mas que o Evangelho de São Mateus apenas é resumido demais sobre este ponto.
Mc 3,13 diz que Jesus chamou os discípulos que Ele quis, isto é, que os escolheu, tendo-os conhecido antes. Jesus não chamaria sem mais alguém que não conhecesse. E nenhum convidado estaria disposto a seguir Jesus sem saber quais seriam as consequências deste seguimento.
É verdade que alguns tinham interesses meramente humanos no seguimento de Jesus. Podemos concluir isto pelo caso de Judas.
Mas por outro lado, também Simão Pedro tinha seus interesses antes de uma conversão maior. Foi ele quem perguntou a Jesus: Pedro, tomando a palavra, disse-lhe: Eis que nós deixamos tudo e te seguimos; que receberemos? (Mt 19,27).
Por sua vez, Tiago e João também eram interesseiros: desejaram receber postos importantes no reino de Jesus, que imaginavam ser puramente humano. É o que lemos em Mc 10,35 e Mt 20,20.
E Jesus, diante destes defeitos dos que escolheu, ‘como quis’, como reagiria?
Ele escolheu homens frágeis como nós para que entendêssemos que o Reino de Deus é governado por Deus e não pelos homens. Apesar dos defeitos dos discípulos, com eles, e não sem eles, é que Jesus salvou o mundo.
Pensemos em nossas comunidades paroquiais, colaboradores do pároco, pessoas à frente de importantes instituições da Igreja. Não são perfeitos. Entre o grande bem que podem fazer, revelam suas fraquezas. No entanto foram estes que Deus escolheu, e foram que estes que em sua generosidade responderam ao convite de Jesus: Então, levaram as barcas para a margem, deixando tudo e seguiram a Jesus. (Lc 5,11).
Rezemos e demos apoio às pessoas que ao lado dos párocos se encarregam da grande tarefa de levar adiante a missão de nossas paróquias.

Autor: Pe. Valdir Marques, SJ, Doutor em Teologia Bíblica pela Pontifícia Universidade Gregoriana de Roma.

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