quarta-feira, 22 de agosto de 2018

Liturgia do dia 26/08/2018


Liturgia do dia 26/08/2018


Leituras
Js 24,1-2a.15-17.18b
Sl 33(34),2-3.16-17.18-19.20-21.22-23 (R/. 9a)
Ef 5,21-32
Jo 6,60-69

21º Domingo do Tempo Comum

Domingo

Primeira Leitura: Js 24,1-2a.15-17.18b

Reuniu Josué todas as tribos de Israel em Siquém, convocando anciãos, chefes, juízes e magistrados, que se apresentaram diante de Deus. 2 Então falou Josué a todo o povo: “Assim diz Javé, Deus de Israel:15 Porém, se não vos agrada servir a Javé, escolhei hoje a quem quereis servir: aos deuses que vossos pais serviram além do Rio ou aos deuses dos amorreus em cuja terra habitais. Quanto a mim e minha casa, havemos de servir a Javé’”. 16 O povo respondeu: “Longe de nós abandonar Javé para servir a outros deuses! 17 Javé, nosso Deus, não foi ele quem nos tirou, a nós e a nossos pais, da terra do Egito, casa da escravidão, e fez à nossa vista grandes prodígios, guardando-nos por todo o caminho que trilhamos e por todos os povos pelos quais passamos? 18b Nós queremos, nós também, servir a Javé, porque ele é o nosso Deus!”.
Salmo: Sl 33(34),2-3.16-17.18-19.20-21.22-23 (R/. 9a)
R. Provai e vede quão suave é o Senhor!
2 Bendirei ao Senhor em qualquer tempo, terei sempre na boca o seu louvor! 3 Hei de glorificar-me no Senhor, escutem os humildes e se alegrem

16 Os olhos do Senhor buscam os justos, inclina os seus ouvidos para ouvi-los. 17 O olhar do Senhor procura os maus, para apagar da terra o seu vestígio.

18 Quando clamam por ele, logo atende; de todas as angústias os liberta. 19 Do coração aflito ele está perto, ele conforta o espírito abatido.

20 As aflições afluem sobre o justo, mas o Senhor de todas o liberta. 21 Ele protege todos os seus membros, não será atingido nenhum deles.

22 A malícia do ímpio o leva à morte, é castigado quem odeia o justo. 23 Salva o Senhor a vida dos seus servos; quem nele espera não será punido.
Segunda Leitura: Ef 5,21-32

Irmãos: 21 Sede submissos uns aos outros no temor de Cristo. 22 As mulheres sejam submissas aos seus maridos, como ao Senhor, 23 porque o marido é cabeça da mulher, como Cristo é cabeça da Igreja, ele, o salvador do Corpo. 24 Como a Igreja está sujeita a Cristo, assim as mulheres estejam sujeitas em tudo a seus maridos. 25 Maridos, amai vossas esposas como Cristo amou a Igreja e se entregou a ela, 26 para santificá-la e purificá-la pela água do batismo e pela palavra, 27 e fazer com que comparecesse diante de si resplandecente, sem ruga nem mancha, ou algo parecido, mas santa e imaculada. 28 Além disto, os maridos devem amar suas esposas como a seus próprios corpos. Quem ama sua esposa, ama a si mesmo, 29 e nunca ninguém deixou de amar sua própria carne; pelo contrário, a alimenta e cuida dela. É assim que Cristo faz com a Igreja, 30 porque somos membros do seu Corpo. 31 E então o homem deixará pai e mãe para se unir à mulher, e serão os dois uma só carne: 32 Este mistério é sublime. Digo isto porque ele se refere a Cristo e à Igreja.
Evangelho: Jo 6,60-69
60 Muitos dos seus discípulos disseram, depois de o ouvirem: “É dura esta linguagem! Quem a pode ouvir?”. 61 Percebendo que seus discípulos murmuravam a este respeito, Jesus lhes disse: “Isto vos escandaliza? 62 Então, o que será quando virdes o Filho do homem subindo para o lugar onde estava antes… 63 O espírito é que dá vida; a carne de nada serve. As palavras que vos tenho dito são espírito e vida. 64 Contudo alguns de vós não creem”. Já desde o começo Jesus sabia quais os que não acreditavam e quem havia de entregá-lo. 65 E acrescentou: Por isso vos disse que ninguém pode vir a mim se isto não lhe for concedido pelo Pai”. 66 Desde então, muitos discípulos o abandonaram e não mais o seguiam. 67 Jesus perguntou, então, aos Doze: “Vós também não quereis ir embora?”. 68 Simão Pedro respondeu: “Senhor, a quem iremos? Tu tens palavras de vida eterna. 69 E nós acreditamos e conhecemos que és o Santo de Deus”.
Leituras: Diretório da Liturgia e da Organização da Igreja no Brasil 2018 - Ano B - São Marcos, Brasília, Edições CNBB, 2017.
Citações bíblicas: Bíblia Mensagem de Deus, São Paulo, Edições Loyola e Editora Santuário, 2016.
Boa Nova para cada dia
NÓS CREMOS FIRMEMENTE E RECONHECEMOS QUE TU ÉS O SANTO DE DEUS.(Jo 6,69)
Toda a Liturgia da Palavra deste domingo nos orienta á aceitação de Jesus como nosso Salvador porque Ele é o Santo de Deus.
Primeira Leitura apresenta Josué propondo aos filhos de Israel uma escolha: ou servir ao Deus que os libertara da escravidão do Egito ou servir a outros deuses. Era um momento crucial para a história de Israel. O povo que saíra do Egito começava uma etapa completamente nova diante da conquista da Terra Prometida. Era necessário firmar os alicerces da religião desta nação, fazendo a escolha correta.
Então Josué falou a todo o povo:
se vos parece mal servir ao Senhor,

escolhei hoje a quem quereis servir: ... 
(Js 24,2; 25,15).
Ora, tendo ainda a lembrança da saída do Egito e a passagem pelo Mar Vermelho a pés enxutos, o povo respondeu a Josué:
“Longe de nós abandonarmos o Senhor para servir a deuses estranhos, porque o Senhor, nosso Deus, Ele mesmo é quem nos tirou, a nós e a nossos pais, da terra do Egito, da casa da escravidão” (Js 24,16-17).

justificativa do Povo Eleito para esta escolha pelo Deus dos antepassados se fundamentava em Sua ação salvadora, necessária para a própria sobrevivência dos filhos de Israel como uma nova nação. Sem o Senhor, todos teriam perecido mortos na escravidão do Egito.
Foi desta maneira, positiva e correta, que teve início a ocupação da Terra Prometida por parte de Israel.Tudo, dali em diante, deveria correr na maior ordem e paz. Isto o Deus dos antepassados podia garantir para o futuro, uma vez que no passado demonstrara sua Glória e poder salvador.
Os anos se passaram e o Povo Eleito se estabeleceu na Terra Prometida.
Muitos riscos e tentações de cair na idolatria apareceram.
Porém prevaleceu a certeza de que a escolha pelo Deus dos antepassados fora correta.
Houve muitos momentos em que Israel pôde cantar oSalmo Responsorial deste domingo, especialmente o versículo 20, que diz:
Muitos males se abatem sobre os justos, mas o Senhor de todos eles os liberta [Sl 33(34),20].
Pois o Senhor não os libertara da pior experiência de sofrimento como a escravidão no Egito? O poder de Deus vela pelo seu Povo Eleito.
A certeza de que o Senhor Deus de Israel liberta os justos do Povo Eleito tornou-se, para aquela nação, uma segurança proverbial. Todas as vezes que uma pessoa ou o povo todo se encontrava em dificuldades de todos os tipos, sabiam que delas o poderoso Deus dos Patriarcas os libertaria.
A consciência da necessidade deste ponto firme, desta rocha salvadora, era uma constante em Israel. E vai reaparecer no Evangelho de hoje, quando Pedro reconhecer que esta segurança os doze apóstolos somente encontravam em Jesus.
No Evangelho de hoje encontramos também um momento decisivo do relacionamento de Jesus com seus doze apóstolos. Depois de lhes falar sobre Seu Corpo como comida e de Seu Sangue como bebida, muitos discípulos se afastaram Dele. Era o momento exato em que Jesus precisava ter a certeza de que seus apóstolos não O abandonariam. Portanto, perguntou-lhes:
“Vós também quereis ir embora?” (Jo 6,67).
Foi então que aconteceu uma reação semelhante à do Povo Eleito que, quando interrogado por Josué, escolheu servir ao Senhor dos antepassados e não a outros deuses. No Evangelho quem dá esta resposta positiva é Simão Pedro:
“A quem iremos, Senhor? Tu tens palavras de Vida Eterna.
Nós cremos firmemente e reconhecemos que Tu és o Santo de Deus” (Jo 6,68-69).
Este é o ponto de chegada de toda a nossa meditação sobre a Liturgia da Palavra deste domingo: a escolha de Simão Pedro, como representante dos doze apóstolos, é pelo Santo de Deus. E uma afirmação de fé no Deus dos Patriarcas que mandou o Seu Santo, Jesus, como única rocha de segurança salvadora. Além Dele, ninguém mais pode oferecer a Vida Eterna.

 
Jesus se alegrou com esta adesão de seus doze apóstolos.
Era possível contar com eles para momentos muito mais críticos que estavam por vir.
Mas para os apóstolos ficava definida a segurança que Jesus representava para a Salvação.
Os apóstolos de Jesus foram figuras do que viríamos a ser nós mesmos hoje em dia.
Em Jesus temos a segurança de Salvação e Vida Eterna. E isto não sem motivo ou sem fundamento. Nossa fé em Jesus está garantida por tudo o que Ele realizou e realiza para nossa Salvação. Que Jesus se alegre com nossa escolha por tão grande Salvador.
No dia em que Ele vier ao nosso encontro, dirá:
“Eis que estou à porta, e bato;
se alguém ouvir a minha voz,
e abrir a porta, entrarei em sua casa,
e com ele cearei, e ele comigo. (Ap 3,20)
Esta será a consequência final de nossa adesão a Jesus: a Vida Eterna na ceia celeste.
São Paulo teve a clara compreensão das consequências da escolha dos cristãos por Cristo e não pelos deuses pagãos. Ele via em Cristo um amor apaixonado por Sua Igreja, isto é, por todos os que por Ele foram salvos no Batismo. Estas são suas comparações a este propósito, lidas na Segunda Leitura de hoje:
Ninguém jamais odiou sua carne.
Ao contrário, alimenta-a e cerca-a de cuidados,como Cristo faz com sua Igreja (Ef 5,29).
A ‘carne’ neste caso representa a esposa amada por seu esposo, imagem da Igreja amada por Cristo.
Como disse o Salmo Responsorial de hoje, a propósito do cuidado de Deus por seu Povo Eleito, entendemos que Jesus Cristo cuida de sua esposa, a Igreja, todos nós. Mesmo que muitos males se abatam sobre ela, de todos eles o Senhor a liberta.
Tenhamos grande alegria por termos respondido a Jesus que preferimos ficar com Ele apesar das exigências ou sofrimentos que isto implica. Diante de tudo o que Jesus é para nós, os sofrimentos desta vida pouco significam.

Autor: Pe. Valdir Marques, SJ, Doutor em Teologia Bíblica pela Pontifícia Universidade Gregoriana de Roma.

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