terça-feira, 12 de junho de 2018

Liturgia do dia 08/06/2018


Liturgia do dia 08/06/2018


Leituras
Os 11,1.3-4.8c-9
Cânt.: Is 12,2-3.4bcd.5-6 (R/. 3)
Ef 3,8-12.14-19
Jo 19,31-37

SAGRADO CORAÇÃO DE JESUS, Solenidade

Sexta-Feira

Primeira Leitura: Os 11,1.3-4.8c-9

Assim diz o Senhor: 1 Quando Israel era criança, eu o amei; e do Egito eu chamei o meu filho. 
3 E eu tinha ensinado Efraim a andar, pegava-o em meus braços, e não compreenderam que eu cuidava deles! 4 Eu os atraía com atrativos humanos, com enlaçamentos de amor. Eu era, para eles, como os que erguem um bebezinho nos braços, e o acarinham com seu rosto. Eu me inclinava para ele, e lhe dava de comer. 8c Dentro de mim meu coração se comove, e minhas entranhas se agitam de emoção. 9 Não darei vazão ao ardor da minha cólera, não tornarei a destruir Efraim, porque eu sou Deus, e não homem, no meio de ti eu sou o Santo, e não hei de vir com furor.
Salmo: Is 12,2-3.4bcd.5-6 (R/. 3)

R. Com alegria bebereis do manancial da salvação.

2 Eis o Deus de minha salvação, confio e não temo: Javé é minha força e meu canto, a minha salvação!”. 3 Com alegria haurireis a água nas fontes da salvação.

4 Louvai a Javé, invocai seu Nome! Entre os povos anunciai suas maravilhas! Proclamai que seu Nome é sublime!

5 Cantai a Javé, que mostrou sua grandeza! Que se publique por toda a terra! 6 Clama de alegria e júbilo, habitante de Sião! É grande, entre vós, o Santo de Israel!”.
Segunda Leitura: Ef 3,8-12.14-19

Irmãos: 8 A mim, o menor de todos os santos, foi concedida esta graça de anunciar aos pagãos as riquezas insondáveis de Cristo, 9 e mostrar claramente a todos o plano misterioso da salvação, oculto desde sempre em Deus, o Criador de tudo. 10 E isto para manifestar agora aos Principados e às Potestades celestes, por meio da Igreja, a multiforme sabedoria de Deus, 11 segundo o plano eterno que realizou em Cristo Jesus, nosso Senhor, 12 em quem nós temos, pela fé nele, livre e confiante acesso a Deus; 14 Eis por que dobro os joelhos diante do Pai, 15 de quem procede toda e qualquer família, no céu e na terra. 16 Que ele, segundo a riqueza da sua glória, se digne conceder que sejais fortalecidos pelo seu Espírito, para que o homem interior se fortifique em vós. 17 Que Cristo habite pela fé nos vossos corações! Que sejais enraizados e fundados no amor! 18 Então, podereis compreender, com todos os santos, qual a largura, o comprimento, a altitude 19 e a profundeza e conhecer a caridade de Cristo, ela que supera todo o entendimento, para que sejais repletos de toda a plenitude de Deus.
Evangelho: Jo 19,31-37
31 Era o dia da Preparação, os judeus, com medo de que os corpos ficassem nas cruzes durante o sábado — este dia de sábado devia ser muito importante —, pediram a Pilatos licença para lhes quebrar as pernas e retirar os corpos de lá. 32 Os soldados então, foram, quebraram as pernas do primeiro e, depois, do outro que tinha sido crucificado com ele. 33 Quando chegaram, porém, a Jesus, viram que já estava morto e não lhe quebraram as pernas; 34 mas um soldado lhe abriu o lado com a lança e, no mesmo instante, saiu sangue e água. 35 Aquele que viu dá testemunho e seu testemunho é verdadeiro. E ele sabe que diz a verdade, para que vós também acrediteis. 36 Porque tudo isto aconteceu para que se cumprisse a Escritura: Nenhum osso lhe será quebrado. E a Escritura diz também:37 Contemplarão aquele que trespassaram.
Leituras: Diretório da Liturgia e da Organização da Igreja no Brasil 2018 - Ano B - São Marcos, Brasília, Edições CNBB, 2017.
Citações bíblicas: Bíblia Mensagem de Deus, São Paulo, Edições Loyola e Editora Santuário, 2016.
Boa Nova para cada dia
EM CRISTO TEMOS A LIBERDADE DE NOS APROXIMAR DE DEUSCOM TODA CONFIANÇA
Nesta Solenidade do Sagrado Coração De Jesus encontramos alimento para nossa meditação na Liturgia da Palavra.
Na Segunda Leitura São Paulo nos diz:
Em Cristo nós temos, pela fé Nele, a liberdade de nos aproximarmos de Deus com toda a confiança. (Ef 3,12).
Como Jesus Cristo pode nos fazer próximos de Deus?
É precisamente porque ninguém está próximo de Deus mais do que Ele.
Quando Jesus nos aproxima do Pai, acompanha-nos nesta elevação ao céu.
Ora, Jesus ama o Pai. E quando nos eleva ao Pai, enche nosso coração com o amor que Ele tem pelo Pai.
É verdade que nosso amor por Deus é imperfeito. Sozinhos nada ou pouco podemos fazer. Mas com Jesus amar ao Pai, no maior grau possível ao ser humano, torna-se possível se a Deus formos levados por Jesus. Pois Ele disse: “Sem mim nada podeis fazer”. (Jo 15,5).
O que Jesus deseja, precisamente, é que amemos o Pai como Ele O ama.
É o cumprimento do Primeiro Mandamento, o Mandamento que para Jesus foi alimento espiritual. Ele mesmo o disse aos discípulos quando se encontrou com a samaritana:
“O meu alimento é fazer a vontade Daquele que me enviou e realizar a Sua obra”. (Jo 4,34).
Portanto com Jesus podemos amar ao Pai da melhor maneira possível nesta terra.
Nesta Solenidade celebramos o Coração de Jesus.
E o que este Coração significa?
Significa o amor perfeito do Filho pelo Pai e o amor do Filho pela humanidade que Ele salva com sua Paixão e Morte.
Que provas Jesus poderia nos dar de amar-nos tão perfeitamente?
Ele mesmo disse, referindo-Se a Si mesmo:
“Ninguém tem amor maior do que Aquele que dá Sua Vida pelos amigos” (Jo 15,13).
Nossa elevação ao Pai pelo amor que por Ele e por nós o Filho tem, é nossa prova de que o próprio Pai nos ama.
No passado do Povo Eleito este amor de Deus pelos seus escolhidos foi expresso pelo profeta Oséias. Dele lemos aPrimeira Leitura que diz:
“Ensinei Efraim a dar os primeiros passos, tomei-o em meus braços, mas eles não reconheceram que eu cuidava deles” (Os 11,3).
Efraim, nome de uma das doze tribos de Israel, está dito aqui para dizer todo o Povo Eleito. Oséias revela a decepção de Deus com Seu Povo, porque dele não recebeu a resposta amorosa correspondente ao Seu amor. Muitas vezes o Povo Eleito se recusou a amar a Deus como devia. E, pior, Israel cometeu muitos pecados, inclusive o da idolatria, abandonando seu Deus em troca de ídolos.
Contudo Deus sempre foi paciente. Mesmo punindo Israel demonstrava seu amor por ele. Entendamos o amor de Deus expresso nestas palavras de Oséias:
“Meu Coração comove-se no íntimo e arde de compaixão. Não darei largas à minha ira, não voltarei a destruir Efraim, Eu sou Deus, e não homem; o Santo no meio de vós e não me servirei do terror” (Os 11,8c-9).
Assim se revela o amor de Deus Pai por nós.
Assim vemos como nos ama Jesus, pois o amor que tem por nós é o mesmo do Pai por nós. Entendemos por qual motivo a figura do ‘Coração’ é a preferida por Jesus para expressar o mesmo amor que Ele tem por nós como o Pai tem por Efraim.
E ‘Coração’ para dizer o amor do Filho e do Pai por nós, é a melhor maneira de nos fazer entender o quanto significamos para a Santíssima Trindade.
Evangelho nos diz: ... um soldado abriu-Lhe o lado com uma lança, e logo saiu sangue e água. (Jo 19,34).

O mesmo São João Evangelista nos diz que o Sangue de Jesus nos purifica de todo pecado (1Jo 1,7). Era necessário que isto se tornasse visível uma vez que Jesus derramara seu Sangue em Sua Paixão e Morte de Cruz. Novamente entendemos o que Jesus nos disse e que já consideramos aqui:
“Ninguém tem amor maior do que Aquele que dá Sua Vida pelos amigos” (Jo 15,13).
Ora, derramando Seu Sangue Jesus deu Sua vida por nós, apagando nossos pecados.
E por qual motivo saiu água do lado de Cristo?
Desde antiga tradição da Igreja esta água simboliza nosso Batismo, no qual também somos lavados de nossos pecados.
A água enquanto símbolo de morte, faz-nos morrer para os pecados cometidos antes.
Enquanto significa fonte de vida, a água nos faz nascer para uma vida nova; tanto morte ao pecado como vida nova nos são dadas pela Graça de Deus que age em nosso Batismo.
São Paulo nos ajuda a entender isto, quando nos diz:
Pelo Batismo na Sua Morte, fomos sepultados com Ele [Jesus], para que, como Cristo ressuscitou dos mortos pela Glória do Pai, assim também nós levemos uma vida nova (Rm 6,4).
Esta ‘Vida Nova’ normalmente é entendida uma vida em que, depois do Batismo, não se pode mais pecar. Porém num sentido mais elevado pode significar a participação na vida santa do Cristo Ressuscitado, sentido que São Paulo também nos dá quando diz ainda em Romanos 6,11:
Assim, vós também, considerai-vos mortos para o pecado e vivos para Deus, em Jesus Cristo.
Em ‘vivos para Deus’, que é o primeiro Vivente, como Seu Nome significa, temos a maior expressão desta Vida no amor de Deus por nós e no nosso por Ele. Novamente aqui nos serve como símbolo o Coração, que em Jesus pulsa de amor pelo Pai e por nós.
Desta maneira contemplemos o Coração de Jesus Cristo.
Vejamos nele tudo o que significamos para a Santíssima Trindade e o que ela significa para nós. Isto é, Deus é Amor como nos diz 1Jo 4,16:
... nós conhecemos o amor que Deus tem para conosco, e acreditamos Nele. Deus é Amor: quem permanece no Amor permanece com Deus, e Deus permanece com ele.
Consolemo-nos com estas palavras, e ainda, com o Salmo Responsorial, texto de Isaías, digamos:

“Eis o Deus,

meu Salvador;

eu confio

e nada temo ...” [Is 12,2a].

De fato, quem é acolhido e envolto pelo Deus, que é amor, como pode temer alguma coisa?

O Coração de Jesus, manifestação do amor de Deus por nós, é onde nos abrigamos.

Que desta morada jamais saiamos, uma vez que em Jesus Cristo temos liberdade de nos aproximar de Deus com toda confiança.

Autor: Pe. Valdir Marques, SJ, Doutor em Teologia Bíblica pela Pontifícia Universidade Gregoriana de Roma.

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