terça-feira, 19 de junho de 2018

Liturgia do dia 17/06/2018


Liturgia do dia 17/06/2018


Leituras
Ez 17,22-24
Sl 91(92),2-3.13-14.15-16 (R/. cf. 2a)
2Cor 5,6-10
Mc 4,26-34

11º Domingo do Tempo Comum

Domingo

Primeira Leitura: Ez 17,22-24

22 Assim fala o Senhor Javé: Tomarei o cimo do cedro mais alto, colherei um ramo da ponta mais alta e o plantarei num monte muito elevado. 23 Plantá-lo-ei no alto monte de Israel: criará ramos, produzirá frutos e se tornará magnífico cedro. Toda espécie de pássaros morará sob ele, à sombra de seus ramos habitará todo volátil. 24 Saberão as árvores do campo; eu, Javé, rebaixei a árvore alta e elevei a humilhada; fiz secar uma árvore verde reverdecer uma seca. Eu, Javé, o disse e faço.
Salmo: Sl 91(92),2-3.13-14.15-16 (R/. cf. 2a)
R.É bom rendermos graças ao Senhor!
2 É bom rendermos graças ao Senhor, celebrar o teu nome, Deus Altíssimo; 3 proclamar de manhã o teu amor,tua fidelidade noite afora,
13 Eis que como a palmeira brota o justo, como os cedros do Líbano se eleva, 14 que, plantados na casa do Senhor, no átrio do nosso Deus se vão erguendo.

15 Embora velhos, cobrem-se de frutos; revestem-se, viçosos, de folhagens. 16 Eles proclamarão: “Reto é o Senhor; é o meu rochedo, nenhum mal há nele!”.
Segunda Leitura: 2Cor 5,6-10

Irmãos: 6 E assim temos sempre muita confiança, sabendo que vivemos exilados, longe do Senhor, enquanto habitamos este corpo. 7 De fato, ainda caminhamos na fé, e não ainda na visão. 8 Mas temos muita confiança, e preferimos ser exilados deste corpo para ir habitar junto do Senhor. 9 Por isso nós nos esforçamos por agradá-lo, quer morando neste corpo quer vivendo dele exilados. 10 Porque todos nós devemos comparecer diante do tribunal de Cristo, para que cada um receba a recompensa das obras realizadas quando estava no corpo, quer boas, quer más.
Evangelho: Mc 4,26-34

Naquele tempo Jesus dizia: 26 “Acontece com o Reino de Deus como a um homem que lança a semente na terra: 27 quer ele durma, quer esteja de pé, de noite ou de dia, a semente germina e cresce, sem que ele saiba como. 28 A terra por si mesma produz, primeiro a planta, depois a espiga, e por fim a espiga carregada de trigo. 29 E logo que o fruto amadurece, passa-se a foice, porque chegou o tempo da ceifa”.30 E dizia ainda: “Com que vamos comparar o Reino de Deus, por meio de que parábola vamos representá-lo? 31 É como um grão de mostarda que, quando semeado, é a menor de todas as sementes da terra: 32 mas, depois de semeado, cresce e torna-se maior que todos os arbustos, e produz grandes ramos, de modo que as aves do céu podem abrigar-se à sua sombra”.33 Era por meio de muitas parábolas desse tipo que lhes anunciava a palavra, conforme a compreensão dos ouvintes. 34 Não lhes falava sem parábolas, mas, em particular, explicava tudo aos seus discípulos.
Leituras: Diretório da Liturgia e da Organização da Igreja no Brasil 2018 - Ano B - São Marcos, Brasília, Edições CNBB, 2017.
Citações bíblicas: Bíblia Mensagem de Deus, São Paulo, Edições Loyola e Editora Santuário, 2016.
Boa Nova para cada dia
O REINO DOS CÉUS CRESCE E FRUTIFICA POR PURA OBRA DIVINA
A Liturgia da Palavra deste domingo nos coloca perante o poder de Deus que toma a iniciativa, com seu poder, para implantar Seu Reino na terra e fazê-lo frutificar em nosso benefício.
Jesus anunciou o Reino dos Céus, como diz o Evangelho de São Mateus, ou o Reino de Deus como diz São Marcos. Na verdade, se trata da mesma realidade salvífica divina.
Para que entendamos como Deus é poderoso, a Liturgia da Palavra nos traz uma passagem do livro do Profeta Ezequiel.
É uma passagem referente a um momento histórico crucial para o Povo Eleito.
O rei Sedecias de Judá, naquele tempo era súdito do rei Nabucodonosor, que dominava toda aquela região. Tentando libertar Judá do domínio de Nabucodonosor, Sedecias fez aliança militar com o Egito (Ezequiel 17,15).
Mas esta não era a vontade de Deus. Naquela ocasião, enquanto o reino de Judá estivesse sob a tutela do rei da Babilônia, permaneceria sem ser destruído. Pelo contrário, se pusesse sua esperança no faraó do Egito, dele não receberia ajuda, e Nabucodonosor destruiria o reino de Judá.
Apesar de advertido pelos profetas, o rei Sedecias rompeu a aliança com o rei Nabucodonosor e foi levado prisioneiro para a Babilônia. O reino de Judá chegou ao fim: o rei foi feito escravo e diante dele foram mortos todos os seus filhos, herdeiros de seu trono.
A esta altura, o Povo Eleito pergunta: Deus não tem poder para restaurar o reino de Judá?
Acontece que Deus tem poder para restaurar tanto o reino de Judá como para estabelecer na terra Seu Reino, o Reino de Deus.
É por isso que lemos hoje, como Primeira Leitura, esta profecia escrita por Ezequiel:
“Eu mesmo tirarei um galho da copa do cedro... vou plantá-lo sobre o alto monte de Israel.
Ele produzirá folhagem, dará frutos
e se tornará um cedro majestoso ...” (Ez 17,22b;23ab).
O cedro do Líbano era conhecido como a maior árvore da terra. Deus, tomando um broto desta árvore, restabelecerá o reino de Judá, que crescerá com grande força no futuro.
Isto vai acontecer quando Deus promover a restauração do reino de Judá, libertando seu Povo Eleito da escravidão na Babilônia. Para isto, somente Deus tinha poder. O povo de Israel estava reduzido à escravidão e por si não podia fazer nada.
Uma vez de volta para Judá, o Povo Eleito reconstruirá a cidade santa de Jerusalém no Monte Sião, o alto monte de Israel.
Em seguida Judá se consolidará, dará frutos e se tornará um cedro majestoso ...” (Ez 23ab).
É desta maneira que a Liturgia da Palavra, por meio destaPrimeira Leituranos prepara para a inauguração do Reino de Deus por Jesus, como veremos no Evangelho de hoje.
Jesus usará igualmente a comparação com uma planta.
Se Ezequiel se referiu ao cedro do Líbano, Jesus mostrará maior poder de Deus fazendo nascer o Reino de Deus de uma minúscula semente, a de mostarda, que se tornará a maior das hortaliças. É a imagem do poder de Deus que cria Seu Reino sobre a terra para continuar no céu.
No Evangelho ouvimos Jesus dizer:
“O Reino dos Céus é como um grão de mostarda ...
é a menor das sementes ...
semeado,
torna-se maior que todas as hortaliças ...” (Mc 4,31ac.32ab).
E o que Jesus afirmou tornou-se realidade. Nele, em Jesus, o Reino de Deus foi inaugurado com os sinais claros de sua existência. Jesus realizou milagre, prodígios, curas e outros sinais. Isto impressionou os discípulos, que antes nunca tinham visto coisa parecida. Foi o que São Pedro quis dizer em seu discurso presente em At 2,22:
“Jesus de Nazaré foi um homem provado por Deus, junto de vós, pelos milagres, prodígios e sinais que Deus realizou, por meio Dele, entre vós”.
Um dia Jesus também disse:
“... o reino de Deus está dentro de vós” (Lc 17,21).
Isto é, no íntimo de cada pessoa Deus reina.
Cada um de nós pode constatar esta realidade.
Ora, isto foi dito por Jesus em imagens, quando falou que a semente do Reino de Deus age em nosso íntimo sem que disto tomemos consciência, pois:
... a semente vai germinando e crescendo,
mas [o semeador] não sabe como isto acontece (Lc 17,27).
Jesus quis dizer com isto que a ação de Deus dentro de nós, onde ele implantou Seu Reino, não precisa ser imediatamente perceptível. No silêncio de nossos corações Deus, porém, faz ouvir a Sua voz. Ele nos move a viver em Seu Amor, pelo cumprimento de sua Lei, a Lei de Seu Reino.
E o que resulta em nós, desta ação divina?
Ouçamos o que nos diz o Salmo Responsorial
O justo crescerá como a palmeira, florirá igual ao cedro que há no Líbano [Sl 91(92),13].
Ora, o crescimento espiritual no interior de cada um de nós, os batizados, está aqui, comparado com o cedro do Líbano. Não foi isto que Ezequiel profetizou como restauração do reino de Judá, onde Deus agiria para fazer dele um cedro majestoso?
Tomemos consciência desta realidade do Reino de Deus dentro de nós.
E vejamos ainda, o que sobre isto nos diz o Apóstolo São Paulo:
... estamos cheios de confiança
e preferimos deixar a moradia do nosso corpo,
para ir morar junto do Senhor ...  (2Cor 5,8).
São Paulo, apesar de não falar do Reino de Deus como os evangelistas, fala da realidade que no íntimo das pessoas batizadas Deus realiza. E mais: São Paulo alimenta a viva esperança de ir para junto de Deus, onde Seu Reino não tem fim. “Deixar a moradia do nosso corpo” significa morrer para este mundo, porque na eternidade gozaremos do maior fruto que o Reino de Deus produz: a Vida Eterna no Amor de Deus Pai.Tudo isto deve nos consolar neste dia.A parábola da semente que se torna frondosa planta, imagem do Reino de Deus, foi composta por Jesus para nós, hoje, para este momento de nossa vida na terra. Hoje, como no tempo da vida terrena de Jesus, o Reino dos Ceus cresce e frutifica em nós por pura obra divina.

Autor: Pe. Valdir Marques, SJ, Doutor em Teologia Bíblica pela Pontifícia Universidade Gregoriana de Roma.

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