sábado, 11 de agosto de 2018

Liturgia do dia 12/08/2018


Liturgia do dia 12/08/2018


Leituras
1Rs 19,4-8
Sl 33(34),2-3.4-5.6-7.8-9 (R/. 9a)
Ef 4,30-5,2
Jo 6,41-51

19º Domingo do Tempo Comum

Domingo

Primeira Leitura: 1Rs 19,4-8

Naqueles dias, Elias 4 andou no deserto, caminhou um dia de viagem, foi sentar-se sob um junípero, e pediu a morte, dizendo: “Basta! Agora, Javé, tira a minha vida, pois não 
sou melhor que os meus pais”. 5 E, deitando-se, adormeceu sob o junípero. Eis que um anjo tocou nele, dizendo-lhe: “Levanta-te, e come!”. 6 Olhando ao redor, viu um pão cozido sobre pedras quentes e um jarro de água. Comeu e bebeu, e deitouse novamente. 7 O anjo de Javé veio uma segunda vez e tocou nele dizendo: “Levanta-te e come; porque o teu caminho é muito longo”. 8 Levantou-se, então, comeu e bebeu; e, sustentado por aquela comida, caminhou quarenta dias e quarenta noites até o monte de Deus, o Horeb.
Salmo: Sl 33(34),2-3.4-5.6-7.8-9 (R/. 9a)

R. Provai, e vede como Deus é bom.

2 Bendirei ao Senhor em qualquer tempo, terei sempre na boca o seu louvor! 3 Hei de glorificar-me no Senhor, escutem os humildes e se alegrem!

4 Engrandecei comigo o nosso Deus, exaltemos unidos o seu nome! 5 Pois sempre que o busquei, ele me ouviu; de todas as angústias me livrou.

6 Se olhardes para ele, brilhareis; não sofrerão vergonha as vossas faces. 7 Um infeliz gritou, e Deus o escuta; de todas as angústias ele o salva.

8 O anjo do Senhor vigia alerta, solícito em livrar quem teme a Deus. 9 Provai, e vede como Deus é bom, feliz quem busca nele o seu refúgio!
Segunda Leitura: Ef 4,30-5,2

Irmãos:30 Não entristeçais o Espírito Santo de Deus, que vos marcou com o seu sinal para o dia da redenção. 31 Amargor, indignação, cólera, gritos, maledicência e toda espécie de maldade sejam banidos dentre vós. 32 Sede antes bondosos e misericordiosos uns para com os outros, perdoando vos mutuamente, como Deus vos perdoou em Cristo. 5,1 Sim, sede imitadores de Deus como filhos queridos. 2 Procedei com amor, imitando Cristo que vos amou e se entregou por nós a Deus, como oferta e sacrifício de suave perfume.
Evangelho: Jo 6,41-51
Naquele tempo 41 Os judeus, contudo, murmuravam contra Jesus por ter dito: “Eu sou o pão descido do céu”. 42 Eles diziam: “Este não é Jesus, o filho de José? Nós conhecemos seu pai e sua mãe: Como diz agora: ‘Eu desci do céu?’”. 43 Jesus deu-lhes esta resposta: “Não murmureis entre vós. 44 Ninguém pode vir a mim se o Pai que me enviou não o atrair; e eu o ressuscitarei no último dia. 45 Está escrito nos profetas: E serão todos ensinados por Deus. Todo aquele que ouve o Pai e recebe seu ensinamento, vem a mim. 46 Não que alguém tenha visto o Pai; só aquele que é de Deus já viu o Pai. 47 Eu vos afirmo e esta é a verdade: aquele que crê tem a vida eterna!48 Eu sou o pão da vida. 49 Vossos pais comeram do maná no deserto, e apesar disso morreram. 50 Este é o pão que desce do céu para que não morra quem dele comer. 51 Eu sou o pão vivo descido do céu. Quem comer deste pão viverá eternamente! O pão que vou dar é a minha carne, que eu ofereço pela vida do mundo”.
Leituras: Diretório da Liturgia e da Organização da Igreja no Brasil 2018 - Ano B - São Marcos, Brasília, Edições CNBB, 2017.
Citações bíblicas: Bíblia Mensagem de Deus, São Paulo, Edições Loyola e Editora Santuário, 2016.
Boa Nova para cada dia
“EU SOU O PÃO DESCIDO DO CÉU. QUEM COMER DESTE PÃO VIVERÁ ETERNAMENTE”. (Jo 6,51).
A Liturgia da Palavra deste domingo se abre com a passagem do Primeiro Livro dos Reis em que Elias passa por um momento crucial de sua vida.
Leiamos a Primeira Leitura.
Elias tinha afrontado e vencido os sacerdotes do falso deus Baal. Este falso deus era adorado pelo rei Acab do Reino do Norte, por insistência de sua mulher, a rainha Jezabel. Elias desafiou o rei a pedir a Baal que mandasse fogo do céu para o holocausto oferecido por seus quatrocentos sacerdotes.
Baal, divindade inexistente, nada podia, e, muito menos, mandar fogo do céu.
Mas o Deus verdadeiro de Elias não só fez descer o fogo do céu como consumou totalmente a carne do novilho preparado. Deste modo o povo ficou sabendo que Baal não era deus. O Verdadeiro Deus era o de Elias. Os sacerdotes de Baal, falsários, foram mortos à espada.
A rainha Jezabel mandou a Elias um recado: ela o mandaria matar à espada assim como Elias matou os sacerdotes de Baal.
Atemorizado, correndo risco de vida, Elias fugiu para o deserto. Não tinha escolha: ou fugia ou morria. Estava em questão sua própria vida.
Foi neste momento que o Deus verdadeiro de Israel veio em seu socorro.
Em sua fuga Elias se deitou à sombra de um cedro e dormiu.
Deus não queria a morte de Elias. Por isso lhe enviou um anjo com esta ordem: “Levanta-te e come”; Elias viu a seu lado um pão assado e um jarro de água. Comeu e voltou a dormir.               Mas de novo o anjo mandou que se levantasse e comesse.
E aqui acontece um milagre maior ainda: seguindo a ordem do anjo, alimentado com aquele pão caminhou quarenta dias e quarenta noites. Não sem rumo, mas na direção do lugar santo para todo o Israel: o Monte Horeb, onde Deus tinha dado a Lei a Moisés.
Notemos bem: aquele alimento foi dado a Elias para que ele fosse ao encontro de Deus. Diz o Livro dos Reis:
Com a força desse alimento, andou quarenta dias e quarenta noites até chegar ao Horeb, o monte de Deus (1Rs 19,8).
O final desta estória é o que interessa neste relato. Era necessário que Elias, assim como Moisés, pudesse encontrar o Deus de Israel. E O encontrou, como o Livro dos Reis descreve em 19,12-13:     Passado o terremoto, veio um fogo. 
Mas o Senhor não estava no fogo.
E depois do fogo, ouviu-se um murmúrio de uma leve brisa.
Ouvindo isso, Elias cobriu o rosto com o manto, saiu e pôs-se à entrada da gruta.
Então lhe veio uma voz e lhe disse: 
Que fazes aqui, Elias?
Elias tinha encontrado o seu Deus. E a pergunta: ‘... o que fazes aqui?’, teria como resposta: ‘Busco a garantia de minha vida porque Jezabel deseja minha morte’.
É a este ponto que esta Primeira Leitura nos prepara para ouvirmos o Evangelho de hoje, porque nele Jesus oferece sua Carne como pão para a Vida Eterna, uma vez que a morte, preço do pecado, fora destruída pelo perdão dado na cruz.
No Evangelho, Jesus, depois de uma longa conversa com os judeus, termina por dizer: “Eu sou o pão descido do céu.
Quem comer deste pão viverá eternamente.
E o pão que eu darei é a minha carne, dada para a vida do mundo” (Jo 6,51).
Jesus teve que lhes dizer isto porque pouco antes os judeus tinham-se escandalizado quando Ele lhes falara:
Eu sou o pão que desceu do céu (Jo 6,41).
E, explicando-se, mais adiante, Jesus disse:
“Ninguém pode vir a mim se o Pai, que Me enviou, não o atrai.
E Eu o ressuscitarei no Último Dia”  (Jo 6,44).
A Ressurreição no Último Dia é o encontro com Deus, da pessoa que o próprio Deus levou a Jesus. Jesus era o caminho, a verdade e a vida (Jo 14,6). Ele podia levar as pessoas a Deus Pai.
E, ainda, como pão que alimenta para a Vida Eterna, Jesus fora representado naquele alimento dado por Deus a Elias no deserto: daquele pão Elias se alimentou para chegar ao Deus de Israel na montanha sagrada do Horeb.
Para os discípulos um dia Jesus explicou mais sobre o Pão da Vida.
E no dia da Última Ceia, entregou-lhes, no mistério da Eucaristia, Seu Corpo e Seu Sangue como alimentos para a Vida Eterna.
Nós nos alimentamos do Corpo e Sangue de Jesus.
Alimentados pela força deste Pão e deste Vinho, chegaremos à montanha sagrada onde reside Deus. Chegaremos ao céu, a morada divina, onde a morte não existe mais.
Ao longo de nossa vida, ainda nesta terra, nos é dado agradecer a Deus como nos instrui o Salmo Responsorial:
Provai e vede quão suave é o Senhor!
Feliz o homem que tem nele o seu refúgio [Sl 33(34),9].
Refugiados à sombra do poder protetor de Deus, vivemos nossa fé na presença eucarística de Jesus. Deus, em sua bondade imensa, nos concede este alimento todos os dias.
E, já nesta terra, vivemos os efeitos espirituais desta comunhão com o Pai e com o Filho.

São Paulo nos exorta, hoje também, como aos Efésios de seu tempo:
Vivei no amor, como Cristo nos amou e se entregou a Si mesmo a Deus por nós,
em oblação e sacrifício de suave odor (Ef 5,2).
Como os primeiros cristãos de Éfeso, que de São Paulo tinha recebido os sacramentos do Batismo e da Eucaristia, sabemos que foi por amor que Jesus nos deu Seu Corpo e Seu Sangue. Foi pelo sacrifício de sua vida que nos garantiu a Vida Eterna.
Terminemos com este pensamento nossa meditação sobre esta Liturgia da Palavra:
A Comunhão do Corpo e do Sangue de Jesus é necessária e insubstituível.
A Igreja tem razão quando põe entre seus mandamentos o de comungar ao menos uma vez por ano pela Páscoa da Ressurreição.
Todos sabemos que a generosidade de Deus nos permite comungar todos os dias, nas devidas condições espirituais. E, quanto mais nos alimentamos do Corpo e Sangue de Jesus, mais nos aproximamos Dele e de Deus Pai.
Finalmente, na Vida Eterna, ressuscitados, nos saciaremos do amor de Deus para sempre.

Autor: Pe. Valdir Marques, SJ, Doutor em Teologia Bíblica pela Pontifícia Universidade Gregoriana de Roma.

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