sexta-feira, 7 de julho de 2017

Liturgia do dia 04/07/2017

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Leituras
Gn 19,15-29
Sl 25,2-3. 9-10. 11-12 (R.3a) 
Mt 8,23-27

13ª Semana do Tempo Comum - Ano A

Terça-Feira

Primeira Leitura: Gn 19,15-29

Naqueles dias: 15 Ao romper da aurora, os Anjos insistiram com Lot: “Depressa! Toma tua mulher e as duas filhas que aqui estão, e sai para não seres atingido pelo castigo que vai cair sobre a cidade”, 16 Como ele hesitasse, os homens o agarraram pela mão, como também sua mulher e suas duas filhas — porque Javé o queria tratar com ternura —, e os fizeram sair e o colocaram fora da cidade. 17 Tendo-os levado para fora, disse: “Por tua vida, foge! Não olhes para trás, nem fiques parado em lugar algum desta região; foge para os montes a fim de não pereceres!”. 18 Mas Lot lhe respondeu: “Não, meu Senhor. 19 Teu servo obteve graça a teus olhos, e grande foi a bondade que me mostraste, conservando-me a vida. Mas eu não conseguirei fugir para a montanha sem que a desgraça antes me alcance, e assim morra. 20 Eis que está perto uma cidade, de modo que poderei nela refugiar-me, e ela é tão pequena! Permite que nela me refugie — não é ela tão pequena? — e salve ali a minha vida!”. 21 Respondeu-lhe: Pois bem, seja! Atendo ainda desta vez a tal pedido e não destruirei a cidade de que me falas. 22 Apressa-te e salva-te ali, pois nada posso fazer antes de chegares lá”. Por isso aquela cidade foi chamada de Segor. 23 O sol levantava-se sobre a terra quando Lot chegou a Segor. 24 Nesse momento Javé fez cair sobre Sodoma e Gomorra uma chuva de enxofre e fogo vinda do alto do céu, da parte de Javé. 25 Ele arrasou aquelas cidades e toda a planície, e todos os moradores das cidades e a vegetação do solo. 26 A mulher de Lot, porque olhou para trás, ficou convertida numa coluna de sal. 27 De manhã foi Abraão para o lugar onde estivera com Javé, 28 e, olhando na direção de Sodoma e Gomorra e de toda a planície, viu uma fumaça subir da terra como se fosse uma fornalha. 29 Deste modo, ao destruir as cidades da planície, lembrou-se Deus de Abraão e salvou Lot no meio da catástrofe que se abatera sobre as cidades em que Lot havia habitado.

Salmo: Sl 25,2-3. 9-10. 11-12 (R.3a)

R. Tenho sempre vosso amor ante meus olhos.

2 Perscruta-me, Senhor, e põe-me à prova: passa-me ao fogo os rins e o coração. 3 Sempre tive ante os olhos teu amor e prossegui fiel no teu caminho.

9 Não juntes minha alma à dos perversos, nem à dos sanguinários minha vida; 10 pois eis que em suas mãos se encontra o crime, repleta de suborno é sua destra.

11 Porém sigo inocente o meu caminho; tem compaixão, Senhor, vem resgatar-me! 12 Meus pés se firmam no caminho reto: bendigo-te, Senhor, nas assembleias.

Evangelho: Mt 8,23-27

Naquele tempo Jesus 23 entrou na barca, seguido dos discípulos. 24 Aconteceu que se levantou no mar uma tempestade tão violenta, que a barca estava sendo submersa pelas ondas. Ele, no entanto, dormia. 25 Os discípulos chegaram até ele e o acordaram, dizendo: “Senhor, salva-nos! Estamos perdidos!”. 26 Jesus respondeu-lhes: “Por que estais com medo, homens pobres de fé?”. Então se levantou, deu uma ordem aos ventos e ao mar, e se fez uma grande calma. 27 Aqueles homens ficaram pasmos e diziam: “Quem é este, a quem até os ventos e o mar obedecem?”.

Leituras: Diretório da Liturgia e da Organização da Igreja no Brasil 2017 - Ano A - São Mateus, Brasília, Edições CNBB, 2016.

Citações bíblicas: Bíblia Mensagem de Deus, São Paulo, Edições Loyola e Editora Santuário, 2016.

Boa Nova para cada dia

“Por que tendes tanto medo, homens de pouca fé?” (Mt 8,26b).

O Evangelho de hoje descreve a cena em que os discípulos de Jesus enfrentam a tempestade no mar da Galileia. Jesus ia no barco, mas dormia. A violência do vento e das ondas os deixou apavorados, embora fossem pescadores habituados a tempestades.

Depois de algum tempo tentando conter o barco, decidiram acordar Jesus e lhe pedir alguma ajuda, mesmo sabendo que Ele não era pescador nem entendido em navegação.

Mas nós podemos perguntar: como Jesus podia ficar tão indiferente àquela situação extremamente perigosa enfrentada por seus amigos?

O fato é que o sono de Jesus era tão pesado que não acordava mesmo naquele barco desgovernado. Isso nos surpreende: Jesus estaria agindo assim de propósito?

Se lermos atentamente este Evangelho podemos supor que Jesus agiu assim propositalmente. Um caso semelhante aconteceu quando morreu Lázaro: Jesus poderia ter ido curá-lo antes de ressuscitá-lo. Mas não foi de propósito, porque tinha uma mensagem extremamente importante a dar a todas as pessoas que presenciariam o milagre daquela ressurreição.

No caso desta tempestade acalmada, haveria uma mensagem de Jesus tão importante que valeria, de sua parte, dormir daquela forma tão profunda?

Havia, sem dúvida, uma lição a ser dada aos discípulos.

Jesus queria ensinar-lhes que nada podiam fazer sem Ele.

Ora, sendo acordado, o que Jesus fez foi precisamente demonstrar que tinha um poder que homem algum tinha neste mundo. Era preciso que os discípulos soubessem disto, aprendendo-o na dura realidade de um risco de vida no mar.

Assim, Jesus acordado, dá ordens ao vento e o vento para de soprar.

As ondas se acalmam e a tempestade termina. Tudo volta à paz de antes.

Os discípulos ficam pasmos.

E perguntam: “Quem é este homem, que até os ventos e o mar Lhe obedecem?” (Mt 8,27b).

Qual resposta os discípulos encontraram?

constataram que Jesus era um homem fora do comum. Ele tinha poderes que somente Deus demonstrara ter. Deus pôde abrir o Mar Vermelho para que todo o Povo Eleito se salvasse a pé enxuto fugindo da perseguição dos egípcios (Ex 14,29; 15,19).

Se Jesus tinha poderes como Deus, o que os discípulos podiam concluir?

A resposta é evidente: este homem que pode dar ordens às forças naturais tem poderes que só Deus tem. Portanto não é um homem comum, mas Nele um poder divino opera. O que havia entre Ele e Deus?

São Pedro, em outra tempestade, foi ao encontro de Jesus sobre as águas. Começando a afundar, pediu ajuda de Jesus. E Jesus o segurou pela mão e o salvou. Os discípulos “que estavam no barco O adoraram, dizendo: Verdadeiramente és Filho de Deus!” (Mt 14,33).

Fica claro aqui, finalmente, que a divindade de Jesus nos é reconhecida pelos discípulos nestes Evangelhos. Embora não entendessem totalmente o que isto significasse, os discípulos sabem que Jesus e Deus tem poderes sobre-humanos.

Mais ainda, a lição que Jesus ensina é que Nele os discípulos devem ter plena fé. Confirma-se a exigência que Jesus pusera a cada um que aceitou o convite de ser seu discípulo: total confiança Nele, a ponto de não abandonar nem nas situações mais arriscadas em que suas vidas correm perigo. Um dia isto vai acontecer, mas estarão firmes na confiança inabalável em Jesus.

Aqui chegamos ao ponto desejado pelo evangelista São Mateus ao nos narrar o milagre da tempestade acalmada.

E para nós a lição de Jesus aos discípulos continua exigente: para sermos salvos por Ele, que é o Filho de Deus, devemos ter firme fé Nele.

Autor: Pe. Valdir Marques, SJ, Doutor em Teologia Bíblica pela Pontifícia Universidade Gregoriana de Roma.

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