segunda-feira, 10 de julho de 2017

Liturgia do dia 09/07/2017

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Leituras
Zc 9,9-10
Sl 144,1-2.8-9.10-11.13cd-14 (R 1)
Rm 8,9.11-13
Mt 11,25-30

14ª Semana do Tempo Comum - Ano A

Domingo

Primeira Leitura:  Zc 9,9-10

Assim diz o Senhor: 9 Rejubila-te ao máximo, filha de Sião; grita de alegria, filha de Jerusalém. Eis que teu Rei vem a ti; ele é justo e vitorioso, humilde e montado em um burro, em um burrinho, filho de jumenta. 10 Ele suprimirá os carros de Efraim e os cavalos de Jerusalém. O arco de guerra será suprimido e ele proclamará a paz às nações. Seu domínio estender-se-á do mar ao mar, e do rio Eufrates até os confins da terra.
Salmo: Sl 144,1-2.8-9.10-11.13cd-14 (R 1)
R. Bendirei, eternamente, vosso nome, ó Senhor!
1 Ó meu Deus, meu rei, quero exaltar-te e bendizer-te sempre e eternamente. 2 Dia após dia, quero bendizer-te, louvar teu nome, sempre e eternamente.

8 O Senhor é bondoso e compassivo, lento em irar-se e cheio de ternura. 9 Benigno é o Senhor para com todos, de todos que criou se compadece.

10 Todas as criaturas te agradeçam, bendigam-te, Senhor, teus santos todos! 11 Falem eles da glória do teu reino e saibam proclamar teu poderio.

13cd O Senhor é fiel ao que promete, é todo amor em tudo o que ele faz. 14 Ampara todo aquele que vacila, reergue os que se curvam sob os fardos.
Segunda Leitura: Rm 8,9.11-13

Irmãos: 9 Mas vós não viveis segundo a carne, mas segundo o espírito, se é que realmente o Espírito de Deus habita em vós. Quem não possui o Espírito de Cristo, não pertence a Cristo. 11 Se em vós habita o Espírito daquele que ressuscitou Jesus dentre os mortos, então ele, que ressuscitou a Cristo Jesus dos mortos, dará também vida a vossos corpos mortais, pelo seu Espírito que habita em vós. 
12 Portanto, irmãos, não devemos nada à carne, para vivermos segundo a carne. 13 Pois, se viveis segundo a carne, estais caminhando para a morte. Mas se, pelo Espírito, fazeis morrer as obras da carne, vós vivereis.
Evangelho: Mt 11,25-30

25 Naquele tempo Jesus disse: “Eu te bendigo, Pai, Senhor do céu e da terra, por teres ocultado estas coisas aos sábios e entendidos e as teres revelado aos pequeninos. 26 Sim, Pai, porque desta maneira é que se realizou o que dispuseste na tua benevolência. 27 Todas as coisas me foram entregues por meu Pai. Ninguém conhece o Filho senão o Pai, nem alguém conhece o Pai senão o Filho e aquele a quem o Filho o quiser revelar. 28Vinde a mim, vós todos que estais oprimidos de trabalhos e sobrecarregados, e eu vos aliviarei. 29 Tomai sobre vós o meu jugo e aprendei de mim, que sou manso e humilde de coração, e encontrareis repouso para vossas almas.30 Porque o meu jugo é suave, e o meu peso, leve”.
Leituras: Diretório da Liturgia e da Organização da Igreja no Brasil 2017 - Ano A - São Mateus, Brasília, Edições CNBB, 2016.
Citações bíblicas: Bíblia Mensagem de Deus, São Paulo, Edições Loyola e Editora Santuário, 2016.
Boa Nova para cada dia
Primeira Leitura:
 Zc 9,9-10.
“Eis que vem teu rei ao teu encontro; Ele é justo, Ele salva ...” 
(Zc 9,9b).
Esta é uma profecia sobre o Messias de Israel: Ele chegaria a Jerusalém montado num potro, filho de uma jumenta. Esta profecia foi feita pelo profeta Zacarias por volta do ano 520 antes de Cristo.
Que seja uma profecia messiânica é certo: um filho de Davi, Salomão, entrou em Jerusalém para ser ungido como Messias Rei de Israel. Está escrito em 1Rs 1,38-39 que o Rei Davi mandou que seu filho Salomão montasse em sua mula e fosse ungido rei, isto é, messias, pelo sacerdote Sadoc em Jerusalém.
Para a primitiva Igreja cristã esta profecia de Zc 9,9 se referia claramente a Jesus Cristo, que entrou em Jerusalém montado num jumentinho, filho de uma jumenta (Mt 21,2.7).
A nós interessa a compreensão que a Igreja primitiva teve desta profecia. Para a Igreja esta profecia se realizou no dia em que Jesus entrou em Jerusalém antes de enfrentar sua morte.
Ora, este momento da vida de Jesus foi de grande importância pelo seu significado salvador como cumprimento dos planos de Deus para a salvação da humanidade. Deus que fez o profeta Zacarias predizer o que Jesus faria para a salvação da humanidade, determinou que em Seu Filho esta profecia se realizasse. Assim a Igreja primitiva, a primeira comunidade cristã, viu o mistério da salvação realizado em Jesus dentro do eterno plano de Deus Pai.
Hoje, nós, cristãos do século XXI, ouvimos esta profecia e aprofundamos nosso conhecimento sobre o projeto de Deus para nos salvar em Jesus Cristo. Na Semana Santa relemos estas passagens nos Evangelhos e tomamos consciência do que está acontecendo ao longo dos séculos na nossa História da Salvação.
Entendamos bem tudo isto, dando graças a Deus.Antes da criação do mundo Deus pensou em tudo para nossa Salvação. E em nossos dias nos lembramos deste plano divino a cada ano, pelo tempo da Páscoa. Que a liturgia deste domingo nos fortaleça em nossa fé e esperança de Salvação na Vida Eterna.
Salmo Responsorial: Sl 144(145),1-14.
Misericórdia e piedade é o Senhor; Ele e amor, é paciência, é compaixão. 
[Sl 144(145),8].
Este Salmo Responsorial começa com este versículo:
Ó meu Deus, quero exaltar-Vos, ó meu Rei.
A figura do Rei retorna neste Salmo, lembrando o que meditamos sobre o Rei Messias de Israel na Primeira Leitura. O Salmo chama Deus de Rei.
Mas na Segunda Leitura o Rei era o Messias filho de Davi, que a Igreja identificou com Jesus Cristo.
O que esta realeza tem a nos dizer?
Para o Povo Eleito somente o Deus dos patriarcas era conhecido. Logo, só Deus Pai era reconhecido em sua realeza divina. A revelação do Filho de Deus não tinha acontecido com Sua Encarnação no seio da Virgem Maria.
Quando Jesus ressuscitouos primeiros cristãos entenderam como Ele, com Vida Divina enquanto ressuscitado, revelava sua divindade como a de Deus Pai.
Foi isto o que a Igreja entendeu rezando o Salmo 2,7.
Assim diz o Salmo 2,7: Proclamarei o decreto do Senhor: Ele me disse: Tu és Meu Filho, Eu, hoje, Te gerei.
A Igreja entendeu por este “hoje” o dia da Ressurreição de Jesus.
E no dia de sua Ressurreição, foi manifestado por Deus como Seu filho Divino, e, como tal, como Seu Messias, o Ungido-Rei-Cristo.
A realeza de Jesus não é somente sobre o antigo Povo de Deus.
Sua realeza se estende sobre toda a humanidade, do Novo Povo de Deus, formado pelos que crendo em Jesus foram batizados em Seu Nome (M 28,19).
Celebramos Jesus como Rei no 34º Domingo do Tempo Comum.
Quando esta data chegar, lembremo-nos do sentido que a realeza de Jesus tem para nós. Seu poder não é para nos submeter, mas sim para nos salvar, pois seu reino é de amor e de paz.
Segunda Leitura: Rm 8,9.11-13.
Se alguém não tem o Espírito de Cristo, não pertence a Cristo. ...
 (Rm 8,9b).
Como se traduz em gestos reais nossa submissão ao reinado de Jesus?
Sabemos que seu reinado é de amor e de paz.
Portanto no poder do Reino de Jesus somente podemos encontrar encorajamento para vivermos neste mundo segundo a vontade do Pai.
No Reinado de Jesus cumpre-se o que Ele nos ensinou:
Pai Nosso ... venha a nós o Vosso Reino – do qual participa Jesus – ;
Seja feita a Vossa Vontade na terra tal como se cumpre no céu ...
Como cumpriremos a vontade de Deus? Como faremos o que Jesus nos mandou no Pai-Nosso?
Desejamos cumprir fielmente a vontade de Deus.
No entanto encontramos em nós mesmos oposição em nossa própria condição humana submetida à “Carne” que nos faz pecar.
São Paulo diz em Rm 7, 16-20:
 16 Ora, se faço o que não quero, consinto com a Lei, que é boa.
 17 Neste caso, quem faz isto já não sou eu, mas oPecado que habita em mim.
 18 Porque eu sei que em mim, isto é, na minhaCarne, não habita bem nenhum, pois o querer o bem está em mim; não, porém, o efetuá-lo.
 19 Porque não faço o bem que prefiro, mas o mal que não quero, esse faço.
 20 Mas, se eu faço o que não quero, já não sou eu quem o faz, e sim o Pecado que habita em mim.
São Paulo nos quer ensinar que pela nossa condição de seres humanos marcados pelo Pecado uma resistência “natural” contra vontade de Deus existe. Isto ele chama de “Carne”.
E contra a “Carne”, o que podemos fazer?
Somente podemos resistir à “Carne” e a seu resultado, que é o Pecado, com o auxílio do Espírito Santo que nos foi dado em nosso Batismo.
É assim que também São Paulo diz em Gl 5,16-17:
 16 Digo, porém: andai no Espírito e jamais satisfareis à concupiscência da Carne.
17 Porque a Carne milita contra o Espírito, e oEspírito, contra a Carne, porque são opostos entre si ...
Reconsideremos a abertura de nossa meditação sobore esta Segunda Leitura:
Se alguém não tem o Espírito de Cristo, não pertence a Cristo. ... (Rm 8,9b).
Aqui São Paulo não nos obriga a uma escolha: ou com Cristo ou contra Ele.
Contra Ele renunciamos à Salvação que Ele nos dá.
Contra Ele não teremos a Vida Eterna.
Contra Ele não viveremos em Seu Reino de amor e paz.
Fica claro, portanto, qual a escolha devemos fazer.
Sintamos alegria de ficar com Jesus Cristo.
Que Deus nos conserve com Jesus Cristo em Seu Reino por toda esta vida e por toda a Vida Eterna.
Evangelho: Mt 11,25-30.
“Tudo me foi entregue por Meu Pai ... ”
 (Mt 11,27a).
Para que entendamos como a melhor escolha de nossa vida é pelo Reino de Jesus Cristo, o Evangelho de hoje começa com estas palavras:
“Eu Te louvo, ó Pai, Senhor do céu e da terra, porque escondeste estas coisas aos sábios e entendidos e as revelaste aos pequeninos.” (Mt 11,25).
Entendamos bem:
Para escolhermos o Reino de Jesus Cristo não podemos impor-Lhe condições, mas agir com simplicidade e de coração totalmente aberto.
Pessoas orgulhosas não conseguem entrar no Reino de Jesus Cristo. Ele mesmo ensina que somente os pequeninos recebem de Deus a compreensão e decisão de entrar em Seu Reino.
Sejamos, portanto, simples como as crianças, os pequeninos.
Jesus se sentia à vontade entre as crianças, e disse que delas é o Reino dos Céus Diz Mt 18,3-4:
3... se não vos converterdes e não vos tornardes como crianças, de modo algum entrareis no Reino dos Céus.
 4 Portanto, aquele que se humilhar como esta criança, esse é o maior no Reino dos Céus ....
Toda nossa meditação neste domingo se concentrou no Reino de Deus, Reino dos Céus, Reino de Jesus Cristo.
Por este Reino fizemos nossa escolha.
E para alcançarmos a Salvação na Vida Eterna somente precisamos perseverar no Reino até o fim de nossas vidas. Mas por isto não nos perturbemos: o Espírito Santo vem em nosso socorro. Cumpriremos então a vontade de Deus e herdaremos com Jesus Cristo a Vida Eterna.
Autor: Pe. Valdir Marques, SJ, Doutor em Teologia Bíblica pela Pontifícia Universidade Gregoriana de Roma.
Descobrindo a Bíblia
Os “pequenos” e o “fardo leve”
 “Eu te louvo, Pai, Senhor do Céu e da Terra, por teres ocultado isso aos sábios e aos entendidos e por tê-lo revelado aos pequenos. Sim, Pai, assim foi do teu agrado. Tudo me foi entregue por meu Pai. Ninguém conhece o Filho a não ser o Pai, e ninguém conhece o Pai a não ser o Filho e aquele a quem o Filho quiser revelá-lo” (Mt 11,25-30).
Antes de pronunciar estas palavras, Jesus censurou o orgulho das cidades da Galiléia, Corazin, Betsaida e Cafarnaum, cidades que se enriqueceram com o comércio do trigo e do peixe. Em vez de reconhecerem os dons de Deus, ficaram cegas para a pregação do Evangelho (Mt 11,20-24).
Em contraste com essa censura, Jesus, em 11,25, se põe a louvar o Pai, Senhor do Universo, porque ocultou os mistérios do Reino aos sábios e entendidos e os revelou aos pequenos (em 13,11, esses pequenos são os discípulos). Apenas estes são capazes de compreender e acatar a mensagem de Jesus. Isso foi uma decisão consciente e livre de Deus.
O termo “pequenos”, em nossas bíblias, traduz diversos termos do original grego dos evangelhos escritos (e do aramaico, língua de Jesus e da tradição oral dos primeiros cristãos).
•  Em Mt 11,25, o termo se contrapõe a “sábios” e lembra as crianças que esperam tudo de seus pais (népios). Pode ser traduzido também por “simples”, aquele que se deixa instruir.
•  Já o termo usado em 10,42; 11,11; 13,32; 18,6.10.14 (mikrós) indica os que desconhecem a ambição do poder e da riqueza. É quase sinônimo de pobre e humilde. Estas diversas nuances se completam. O evangelho não se coaduna com o orgulho.
•  Em Mt 25,40.45, usa-se um termo mais forte ainda, os “mínimos”, os insignificantes (elákhistos), para indicar aqueles que são os destinatários das boas ações que nos qualificam para entrar no Reino do Pai.
Voltando ao nosso texto, descobrimos, nas palavras de Mt 11,27, a origem do dom que nos chega através de Jesus: o Pai houve por bem entregar tudo nas mãos dele. Só o Pai conhece (= porta em seu íntimo) seu filho Jesus e só o filho conhece o Pai, e também aquele que chega a conhecer o Pai graças à revelação pelo Filho. O conhecimento do Pai passa por Jesus.
Nas palavras seguintes, perfila-se o caráter próprio do ensinamento de Jesus: “Vinde a mim, todos vós que estais cansados sob o peso do fardo, e eu vos darei descanso. Tomai sobre vós o meu jugo e sede discípulos meus, pois eu sou manso e humilde de coração, e encontrareis descanso para vossas almas. Sim, meu jugo é fácil de carregar e meu fardo é leve” (Mt 11,28-30). Jesus se dirige ao povo que está submetido aos 613 preceitos e proibições descobertos na Bíblia pelos rabinos daquele tempo. Esse é o “jugo” do judaísmo rabínico, que, por causa de sua complexidade e exigências insustentáveis, acaba por acabrunhar as pessoas (Mt 23,4). Jesus não está se referindo ao jugo do pecado, mas da Lei de Moisés interpretada desse jeito (cf. Sr 6,24-25[22-23]; 51,26-27; a imagem do jugo pode parecer estranha para nós, mas era familiar para um povo que usava o boi como ajuda na luta pelo sustento).
Jesus nos convida a assumir um outro jugo, que não machuca como aquele dos rabinos. Fazendo-se discípulo de Jesus, que é manso e humilde de coração e não busca dominar, é possível encontrar descanso. Seu jugo não machuca, seu peso é leve. Ele exige de seus discípulos somente o essencial, a “justiça do Reino” (Mt 7,33). O essencial proclamado por Jesus é, quantitativamente, bem menos complicado que o sistema dos rabinos. Qualitativamente, porém, é mais exigente (Mt 5,20), pois o amor fraterno, a grande regra de Jesus, ocupa todas as nossas atividades: menos leis, mais exigência para o coração.
Artigo extraído do livro Descobrir a Bíblia a partir da Liturgia, Pe. Johan Konings, Loyola, 1997.

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