quinta-feira, 13 de julho de 2017

Liturgia do dia 16/07/2017

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Leituras
Is 55,10-11
Sl 64,10.11.12-13.14 (R. Lc 8,8)
Rm 8,18-23
Mt 13,1-23 ou abreviado: Mt 13,1-9

15ª Semana do Tempo Comum - Ano A

Domingo

Primeira Leitura:  Is 55,10-11

Isto diz o Senhor:10 Como a chuva e á neve descem dos céus e não voltam mais para lá sem ter embebido a terra, fecundando-a e fazendo-a germinar, para que ela dê a semente ao semeador e o pão comestível, 11 da mesma maneira, a Palavra que sai de minha boca não retorna a mim sem resultado, sem ter feito o que eu queria e conseguido êxito na sua missão.
Salmo: Sl 64,10.11.12-13.14 (R. Lc 8,8)
R. A semente caiu em terra boa e deu fruto.
10 Cumulas de riquezas o solo que inebrias; transborda o teu regato e faz crescer a espiga.

11 A terra preparando, os sulcos tu irrigas e as glebas amoleces; com chuvas abençoas os grãos que semearam.

12 Com teu carinho imenso coroas o ano inteiro; pois brotam dos teus rastros colheitas abundantes. 13Destilam as estepes, os montes rejubilam;

14 O gado veste os campos, trigais cobrem os vales, e há danças e canções!
Segunda Leitura: Rm 8,18-23

Irmãos:18 Tenho certeza de que os sofrimentos do tempo presente não têm proporção com a glória futura que vai se revelar em nós. 19 Porque a criação, em contínuos desejos, espera esta revelação dos filhos de Deus. 20 As criaturas ficaram sujeitas à vaidade, não porque elas quiseram mas por causa de quem as sujeitou, com a esperança 21 de elas também serem libertadas da escravidão da corrupção para participarem da liberdade gloriosa dos filhos de Deus. 22 Nós sabemos que a criação inteira geme até agora como que em dores de parto. 23 E não só ela, mas nós também, que possuímos o Espírito como primeira dádiva de Deus, gememos, interiormente, esperando a filiação adotiva, a redenção de nosso corpo.
Evangelho: Mt 13,1-23

1 Naquele mesmo dia, Jesus saiu da casa e sentou-se à beira do lago. 2 Tanta gente se reuniu perto dele, que entrou numa barca. Sentou-se ali. Todo o povo ficou de pé na praia. E ensinou-lhes muita coisa em parábolas. Ele dizia:- “Saiu certo semeador a semear. 4 Quando semeava, caíram grãos pelo caminho, vieram as aves do céu e os comeram. 5 Outros caíram em terreno pedregoso, onde não havia muita terra, e logo germinaram, porque a terra não era profunda; 6 mas, nascendo o sol, foram queimados pelo calor, e, não tendo grandes raízes, secaram. 7 Outros ainda caíram por entre os espinheiros. Estes cresceram e os sufocaram. 8Outros, por fim, caíram em boa terra, e produziram frutos, uns na base de cem, outros de sessenta e outros de trinta grãos por um. 9 Quem tiver ouvidos, que escute bem!”. 10 Então os discípulos chegaram perto e perguntaram: “Por que motivo falas com eles em parábolas?”. 11 “Porque a vós, respondeu-lhes, é dado conhecer os mistérios do reino dos céus, mas não a eles.12 Pois ao que tem será dado, e terá abundância, mas ao que tiver pouco, será tirado também este pouco. 13Portanto, se lhes falo em parábolas é porque, olhando, não percebem e, escutando, não entendem nem compreendem. 14 Neles se cumpre a profecia de Isaías: Ouvireis e não entendereis, olhareis e não enxergareis. 15Porque o espírito, deste povo se tornou insensível. Eles tapam os ouvidos, fecham os olhos, de modo que não podem ver com os olhos, ouvir com os ouvidos, compreender com a mente, nem se podem voltar para mim e alcançar de mim a salvação. 16 Felizes, porém, os vossos olhos porque estão vendo, e os vossos ouvidos porque estão ouvindo! 17 Eu vos declaro esta verdade: muitos profetas e homens justos suspiravam por ver o que estais vendo, e não viram; e por ouvir o que estais ouvindo, e não ouviram! 18 Escutai, então, a parábola do semeador. 19 Quando alguém ouve a palavra do reino sem entender, é porque o Maligno vem e arranca o que lhe foi semeado no coração: este é o grão semeado pelo caminho. 20 O grão semeado em terreno pedregoso significa todo aquele que, ouvindo a Palavra, logo a acolhe com alegria. 21 Contudo, não tem raiz própria, é homem inconstante: vindo uma aflição ou perseguição por causa da Palavra, perde a fé. 22 O grão semeado entre espinheiros significa aquele que ouve a Palavra, mas a preocupação deste mundo e a sedução das riquezas a sufocam, e assim ela não produz fruto. 23Quanto ao grão semeado em terra boa, indica os que ouvem a Palavra e a compreendem: e eles produzem bons frutos, na base de cem, de sessenta, de trinta grãos por um.”
Evangelho mais breve: Mt 13,1-9

1 Naquele mesmo dia, Jesus saiu da casa e sentou-se à beira do lago. 2 Tanta gente se reuniu perto dele, que entrou numa barca. Sentou-se ali. Todo o povo ficou de pé na praia. 3 E ensinou-lhes muita coisa em parábolas. Ele dizia:- “Saiu certo semeador a semear. 4 Quando semeava, caíram grãos pelo caminho, vieram as aves do céu e os comeram. 5 Outros caíram em terreno pedregoso, onde não havia muita terra, e logo germinaram, porque a terra não era profunda; 6 mas, nascendo o sol, foram queimados pelo calor, e, não tendo grandes raízes, secaram. 7 Outros ainda caíram por entre os espinheiros. Estes cresceram e os sufocaram. 8Outros, por fim, caíram em boa terra, e produziram frutos, uns na base de cem, outros de sessenta e outros de trinta grãos por um. 9 Quem tiver ouvidos, que escute bem!”.
Leituras: Diretório da Liturgia e da Organização da Igreja no Brasil 2017 - Ano A - São Mateus, Brasília, Edições CNBB, 2016.
Citações bíblicas: Bíblia Mensagem de Deus, São Paulo, Edições Loyola e Editora Santuário, 2016.
Boa Nova para cada dia
Primeira Leitura: Is 55,10-11.
“ ... a palavra que sair de minha boca não voltará para mim vazia ...” (Is 55,11a).
Ao longo da História da Salvação Deus se comunicou com homens e mulheres de maneiras muito diversificadas.
De modo especial no Antigo Testamento Deus se revelou a Abraão, prometendo-lhe uma descendência inumerável como as estrelas. Ora, a promessa de Deus se realizou, já no tempo de vida de Abraão mesmo, no nascimento de Isaque e dos demais descendentes dos Patriarcas.
Porém a Promessa de uma descendência que viveria eternamente somente aconteceu com a Ressurreição de Jesus. Todos os que Nele crerem herdarão a Vida Eterna. Somente assim uma descendência incontável e para sempre surgirá no cumprimento da promessa que Deus fez a Abraão.
Ora, isto confirma o que o profeta Isaías disse em Is 55,11: a palavra que sai da boca de Deus não retorna a Ele sem ser cumprida. Abraão está vivo em Deus, Jesus Cristo vive ressuscitado, e com Ele na Vida Eterna, já estão todos os herdeiros da fé de Abraão e da fé em Jesus Cristo.
Do mesmo modo podemos ter a certeza de que tudo o que Deus nos promete, seja individualmente seja em Igreja, vai acontecer. Deus não deixa de cumprir o que promete; o que pronuncia em benefício da humanidade deixa torna-se realidade.
Pensemos na imensa quantidade de bens – de modo especial nossa Salvação na Vida Eterna – que Deus nos faz esperar porque cremos Nele e em Seu Filho.
Devemos listar, se conseguirmos, o que em nossa vida individual Ele promete e realiza.
E do mesmo modo devemos ver quanto Deus realiza em Sua Igreja. Por tudo isto, demos graças a Deus.
Salmo Responsorial: Sl 64(65),10-14.
Nossos vales se revestem de trigais, tudo canta de alegria! [Sl 64(65),14bc].
A alegria do Salmista reflete sua constatação de que Deus realiza bens incontáveis na criação para o bem dos que O amam.
Muitas vezes o Povo Eleito pôde constatar como Deus cuidou dele com bondade indescritível. Deus sempre esteve ao lado de Seu Povo para o livrar dos inimigos, da escravidão no Egito, da fome, da sede, da peste, dos invasores da terra prometida, do Exílio na Babilônia e em muitas outras dificuldades.
O Salmo que cantamos hoje recorda uma das vezes em que Deus livrou seu Povo da seca, da sede e da fome. Para a agricultura a chuva era indispensável. É pela chuva no momento oportuno que o Salmista canta a bondade de Deus. O versículo 10ab diz: Visitais nossa terra com as chuvas; transborda a fartura. E no versículo 11d: ... abençoais as sementeiras. Ao ouvir‘abençoais’, entendamos a promessa de continuidade da vida não só criada, mas garantida como seu devido alimento.
Ora, o que mais importa é o sentido teológico que estas palavras do Salmo contêm. Este hino de louvor e gratidão a Deus não é mais nada que a constatação do que nos disse Isaías na Primeira Leitura: a palavra que Deus nos manda do céu é como a semente divina que germina para o bem dos filhos de Deus; cresce e produz milhares de frutos como os trigais.
Assim, espiritualmente, a palavra de Deus produz na humanidade seus frutos.
Agradecidos, todos devemos louvar a Deus como o faz este Salmo.
Retomemos cada versículo do Salmo Responsorial de hoje, meditemos sobre suas palavras, e constatemos que de maneira semelhante Deus nos manda suas palavras que em nós produzem o crescimento espiritual rumo à Vida Eterna que nos espera.
Segunda Leitura: Rm 8,18-23.
... também ela [a criação] espera  ...  participar da liberdade e da glória dos filhos de Deus. (Rm 8,21).
A esperança na fecundidade da Palavra Salvadora de Deus é a tônica desta passagem que São Paulo deixou escrita na Epístola aos Romanos.
São Paulo vê a humanidade em sofrimento antes da chegada do fim dos tempos.
Deus não deseja que a humanidade sofra indefinidamente por seus pecados, sem esperança na Salvação.
Deus quer que todo sofrimento que o pecado causou à humanidade e à Sua Criação tenha um fim.
E quer que vendo este fim, a Criação inteira se alegre diante da maravilha que para a humanidade Deus realiza. E o que Deus realiza na humanidade é a transformação da vida terrena mortal em Vida Eterna imortal, cheia do esplendor da Glória de Deus.
Quando todos nós, ressuscitados, formos cheios do esplendor do Cristo Ressuscitado, seremos o espetáculo que Deus dará ao mundo criado.
Todos os seres vivos, animados e inanimados ficarão radiosos de alegria pela maravilha que será a Salvação realizada no esplendor da Vida Eterna.
E esta Vida não será mais apenas humana, mas Vida Divina dada a participar a todas as pessoas salvas pelo Sangue de Jesus Cristo.
Alegremo-nos com esta palavra que Deus manda à terra, ao mundo dos que Nele creem, porque Sua Palavra somente voltará a Ele depois de ter realizado o que Ele quis: nossa participação na Vida Divina numa Nova Criação.
Evangelho: Mt 13,1-9.
“Outras sementes, porém, caíram em terra boa, e produziram à base de cem, de sessenta e de trinta frutos por semente”. (Mt 13,8).
Quando Jesus contou esta parábola a seus discípulos nem todos a entenderam. Então Ele a explicou ponto por ponto.
A semente que o semeador joga na terra representa a palavra de Deus dada aos homens. Notemos como Jesus nos faz recordar a Primeira Leitura de hoje, em que Isaías fala da palavra de Deus que do céu desce como a chuva, mas não retorna para lá sem produzir os efeitos que Deus deseja.
Dependendo da acolhida que cada pessoa faz da palavra de Deus, ela produz diferentes resultados. Assim como uma semente de trigo plantada pode gerar mais cem grãos, Jesus nos dá a entender que Deus espera que cada uma de suas palavras posta em nossos corações frutifiquem em inúmeros efeitos para nossa salvação. É para nossa salvação, de fato, porque Deus não tem necessidade de ser salvo.
O que Jesus nos diz nesta parábola nos faz entender que há diferentes reações à palavra de Deus por parte das pessoas.
De nossa parte devemos perguntar: que tipo de solo, isto é, de pessoa, sou eu?
Que resultado terá a palavra de Deus semeada em meu coração?
Serei mesquinho como o solo pedregoso?
Ou serei generoso de tal modo que a palavra de Deus frutifique cem vezes para mim e para muitas outras pessoas, para o bem de toda a Igreja?
Terminemos nossa meditação sobre a Liturgia da Palavra de hoje lembrando:
- nenhuma inspiração de Deus pode ficar sem nossa resposta positiva.
- nenhum de seus convites para nossa conversão pode. ficar sem nossa resposta positiva.
- nenhuma de suas moções para mudarmos nossa vida para melhor podem ficar sem nossa resposta positiva.
Portanto: ouçamos cada palavra de Deus e a ponhamos em prática. Teremos a recompensa que Jesus prometeu:“... mais felizes são aqueles que ouvem a palavra de Deus e a põem em prática” (Lc 11,28b).
Autor: Pe. Valdir Marques, SJ, Doutor em Teologia Bíblica pela Pontifícia Universidade Gregoriana de Roma.
Descobrindo a Bíblia
A teologia da Carta aos Romanos

Entre os anos 50 e 59, o apóstolo Paulo realiza suas grandes viagens de evangelização através do Oriente Próximo e da Grécia (as 2ª e 3ª viagens missionárias). Além de pregar a boa-nova de Cristo, ele faz também uma coleta pela Igreja da Judéia, que se encontra em situação difícil por causa de fome e carestia. Por volta de 57-58, permanece um ano e meio em Corinto (cf. Rm 15,19-29; At 20,1-5). É neste tempo que ele escreve a Carta aos Romanos, expondo seu plano de entregar a coleta em Jerusalém e, depois, visitar Roma e, se Deus o permitir, a Espanha (Rm 15,22-24).

Assim, a Carta aos Romanos é diferente das outras cartas de Paulo. As outras foram escritas a comunidades que ele já conhecia; esta, ao contrário, serve para preparar a visita a uma comunidade que ele ainda não conhece. Por isso, a Carta aos Romanos é menos impulsiva, mais bem-organizada e didática, quase um tratado. Ela é, por assim dizer, o primeiro tratado de teologia da Igreja. A liturgia dominical no-la faz acompanhar desde o 9º até o 24º domingo do tempo comum do Ano A.

A primeira parte da carta é doutrinal (caps. 1–11), a segunda, exortativa (12–16). A parte doutrinal parece um contínuo diálogo com os judeu-cristãos na comunidade de Roma, cidade que contava com uma numerosa colônia judaica. Percebe-se uma diferença entre os caps. 1–8, que tratam do tema da salvação em geral, e os caps. 9–11, que versam sobre o problema da incredulidade de Israel. Nos caps. 1–4, predomina a exposição da necessidade da justificação pela fé; em 5–8, é descrito o efeito da justificação pela fé em Jesus Cristo.

O tema central da primeira parte é, pois, a justificação universal pela fé em Jesus Cristo. O termo justificação nos remete ao ambiente jurídico, ao ato judicial, quando o juiz declara justa, isto é, livre de culpa, uma pessoa que foi levada ao tribunal. Para Paulo, todos nós, sem distinção, judeus e não-judeus, estamos devendo a Deus. Para provar isso, ele descreve o pecado reinante nas culturas pagãs, no Império Romano (Rm 1,18-32), mas também no povo de Israel (2,17-29). A desobediência é universal (3,1-20). Em contraponto, acentua a necessidade da justificação (2,1-16; 3,21-31), a qual vem pela fé, isto é, pela confiança de quem constrói sua vida sobre Cristo. (Trata-se da fé como atitude, não como conteúdo do catecismo.) No cap. 5, Paulo desenvolve estas idéias a partir de uma grandiosa descrição da universalidade da dívida humana desde Adão — o “pecado desde a origem” —, superada pela obra ainda mais radical e mais universal da salvação que nos vem em Jesus Cristo. “Onde prolifera o pecado, superabundante é a graça” (5,20).

Esta carta traduz em termos universais a experiência pessoal de Paulo. Ele buscava a justiça aos olhos de Deus através do empenho pela Lei de Moisés, segundo a doutrina do fariseísmo. Mas enquanto ele perseguia os “hereges” (= os cristãos), ele “caiu do cavalo”, e Jesus se manifestou a ele, salvando-o, de graça, sem todo esse empenho pela Lei (At 9,1-22; 22,5-16; 26,12-18; Gl 1,13-16; Fl 3,3-7). Paulo considera a Lei de Moisés como uma instância educadora que devia preparar o povo eleito para a graça que vem em Cristo. Esta graça, portanto, não está reservada ao judaísmo, mas se destina a todo ser humano, também sem a Lei de Moisés. Esta é sua visão fundamental, que nesta carta ele expõe à comunidade dos cristãos de Roma, judeus de origem, chamados a anunciar esta salvação a todas as pessoas, como Paulo mesmo o fez. Pois, afinal, Roma era a capital do mundo...

Artigo extraído do livro Descobrir a Bíblia a partir da Liturgia, Pe. Johan Konings, Loyola, 1997.

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