terça-feira, 17 de abril de 2018

Liturgia do dia 15/04/2018


Liturgia do dia 15/04/2018


Leituras
At 3,13-15.17-19
Sl 4(5),2.4.7.9 (R/. 7a)
1Jo 2,1-5a
Lc 24,35-48

3º DOMINGO DA PÁSCOA

Domingo

Primeira Leitura: At 3,13-15.17-19

Naqueles dias, Pedro se dirigiu ao povo, dizendo:13 O Deus de Abraão, de Isaac e de Jacó, o Deus de nossos pais glorificou Seu Servo Jesus, que vós entregastes às autoridades e rejeitastes diante de Pilatos, enquanto este estava decidido a libertá-lo. 14 Vós, porém, rejeitastes o Santo e o Justo, pedindo em troca a libertação de um assassino. 15 Sim, matastes o Autor da vida, mas Deus o fez ressurgir dentre os mortos. Disso nós somos testemunhas. 17 Mas eu bem sei, irmãos, que agistes por ignorância, como também vossos chefes. 18 Assim, Deus cumpriu o que tinha predito pela voz de todos os profetas: que o Messias teria de padecer. 19 Portanto, convertei-vos, seriamente, para que vos sejam perdoados os pecados.
Salmo: Sl 4(5),2.4.7.9 (R/. 7a)
R. Sobre nós fazei brilhar o esplendor de vossa face!
2 Ó Deus, minha justiça, escuta-me, eu te invoco; alívio na aflição, tem pena e ouve-me a prece!
4 Pois sabei que o Senhor assiste o que é fiel, escuta-me o Senhor quando clamo por ele.

7 Tantos a interrogar: “Quem nos fará felizes?”, e basta-nos, Senhor, a luz da tua face.

9 Na mais completa paz eu me deito e adormeço, porque és tu, ó Senhor, que guardas minha vida.
Segunda Leitura: 1Jo 2,1-5a

1 Meus filhinhos, eu vos escrevo isto para que não pequeis, mas, se alguém vier a pecar, temos um advogado, Jesus Cristo, diante do Pai. 2 Ele é a vítima de expiação por nossos pecados, e não só pelos nossos, mas pelos de todo o mundo. 3 Por este sinal sabemos que já o conhecemos: se cumprirmos seus mandamentos. 4 Quem diz que o conhece e não cumpre seus mandamentos está mentindo e não há verdade nele. 5a Mas quem cumpre a sua palavra, nele realmente o amor de Deus chega à perfeição.
Evangelho: Lc 24,35-48

Naquele tempo: 35 Eles também contaram o que lhes tinha acontecido pelo caminho e como o reconheceram no partir o pão. 36 Estavam ainda falando, quando Jesus em pessoa apareceu no meio deles e lhes disse: “A paz esteja convosco!”. 37 Assustados e atemorizados, eles pensavam estar vendo um fantasma. 38 Mas ele lhes disse: “Por que vos assustais e se levantam dúvidas em vossos corações? 39 Olhai para minhas mãos e meus pés: um fantasma não tem carne nem ossos, como vedes que eu tenho!”. 40 Dizendo isto, mostrou-lhes mãos e pés. 41 Mas como hesitassem em acreditar, por causa da muita alegria, e continuavam espantados, Jesus lhes disse: “Tendes aqui alguma coisa para comer?”. 42 Deram-lhe um pedaço de peixe grelhado. 43 Ele o tomou e comeu na presença deles. 44 Depois lhes disse: “Era isso que vos dizia, quando estava convosco: era preciso que se cumprisse tudo o que está escrito sobre mim na Lei de Moisés, nos Profetas e nos Salmos”. 45 E abriu-lhes o espírito para que compreendessem as Escrituras e lhes disse: 46 “Estava escrito que o Cristo iria sofrer e ressuscitar dos mortos ao terceiro dia, 47 e que, em seu nome, a conversão para o perdão dos pecados seria proclamada às nações, a começar de Jerusalém. 48 Disto sereis testemunhas.
Leituras: Diretório da Liturgia e da Organização da Igreja no Brasil 2018 - Ano B - São Marcos, Brasília, Edições CNBB, 2017.
Citações bíblicas: Bíblia Mensagem de Deus, São Paulo, Edições Loyola e Editora Santuário, 2016.
Boa Nova para cada dia
A RESSURREIÇÃO DE JESUS PARA NÓS É A PAZ PELA SEGURANÇA DA VIDA ETERNA
Evangelho de hoje nos relata a aparição e Jesus Ressuscitado aos apóstolos logo depois que foram ao encontro deles os dois discípulos de Emaús.
Esta aparição de Jesus teve dois objetivos importantes:
- foi a primeira vez que Jesus apareceu aos apóstolos reunidos. A importância desta aparição está também marcada pela repreensão de Jesus: os apóstolos não tinham acreditado nas pessoas que O tinham visto Ressuscitado antes.
- Além disto, não se tratou de uma aparição a poucas pessoas, mas ao menos a dez apóstolos, se levarmos em conta a possível ausência de São Tomé.
Ora, depois que os apóstolos se convenceram de que a aparição era de Jesus mesmo, pois diante deles comeu um pouco de peixe assado, uma coisa mais importante Ele ainda ia anunciar. Do que se tratava nesta aparição planejada por Jesus?
Ele veio dizer aos apóstolos como deviam interpretar Sua Morte e Ressurreição em benefício de toda a humanidade.
Este benefício era não só a conversão; era também o perdão dos pecados.
Uma coisa era saber que Jesus uma vez Ressuscitado não morria mais.
Outra coisa era saber que Sua Morte merecera, da parte de Deus, a Graça da conversão e

perdão dos pecados para toda a humanidade: “O Cristo sofrerá e ressuscitará dos mortos ao terceiro dia, e no Seu Nome serão anunciados a conversão e o perdão dos pecados a todas as nações ...” (Lc 24,46c-47).
Sabemos, é claro, que Deus oferece a conversão e o perdão a toda a humanidade, embora nem todas as pessoas os aceitem. O fato de muitos não aceitarem a conversão, o perdão, a Salvação, a Vida Eterna, em nada invalida a generosidade divina e em nada impede a ação poderosa de Deus em benefício dos que acolhem Jesus Ressuscitado e sua mensagem salvadora.
Consideremos, no entanto, o valor e o efeito da conversão e do perdão dos pecados que Jesus mereceu para todos nós. O que acontece quando nos convertemos de verdade e somos perdoados de nossos pecados?
O perdão dos pecados nos leva à intimidade com Deus, porque todas as barreiras entre nós e Ele foram derrubadas. Nosso acesso a Deus é direto, por intermédio de Jesus Cristo.
É aqui que encontramos o grande benefício da Ressurreição de Jesus para nós.
São Paulo diz que todos nós perdoados plenamente no Batismo já passamos a participar da Ressurreição de Jesus Cristo. Mas como entender isto, se ainda não morremos e vivemos nesta terra? É o mesmo São Paulo quem explica em Cl 2,12:
.... tendo sido sepultados, juntamente com Ele, 
no Batismo, no qual igualmente fostes ressuscitados
mediante a fé no poder de Deus que O ressuscitou dentre os mortos.
São Paulo sabe que está falando a pessoas ainda vivas.
Se diz que ‘... no Qual fomos ressuscitados’, entende que a ação salvadora que nos conduz à Vida Eterna já está agindo em nossa vida, mesmo antes de morrermos materialmente, em nosso corpo de carne.
O ‘sepultamento’ de que São Paulo fala aqui é o de nossos pecados, perdoados no Batismo. E tudo isto somente aconteceu por efeito do poder de Deus que agiu em nós porque tivemos fé nesta ação salvadora de Deus por meio de Jesus.
Na Segunda Leitura é São João Evangelista que repete a mensagem também presente no Evangelho de hoje: Ele é a vítima de expiação pelos nossos pecados, e não só pelos nossos, mas também pelos do mundo inteiro. (1Jo 2,2).
São João Evangelista escreveu esta carta a pessoas de sua comunidade que tinham a consciência de terem cometido pecados depois do Batismo. Ele quer dizer que mesmo os pecados cometidos depois do Batismo são perdoados pela Morte de Jesus que diante de Deus cancela os pecados dos que se convertem para receberem o perdão divino.
Na Primeira Leitura é São Pedro quem diz à multidão de judeus arrependidos por terem participado na condenação e morte de Jesus:
“Vós matastes o Autor da Vida, mas Deus O ressuscitou dos mortos, ... ”. (At 3,15ab).
Esta é a primeira vez que no Novo Testamento uma acusação ao Povo Eleito é feita por causa da morte injusta de Jesus. Diante de São Pedro estava uma multidão. Seu discurso foi direto. Ele afirmou que aquele Povo era responsável pela condenação de Jesus por Pilatos. Era um pecado de homicídio. Como conseguir perdão de Deus? São Pedro termina seu discurso com estas palavras:
“Arrependei-vos, portanto, e convertei-vos, para que vossos pecados sejam perdoados”. (At 3,19).
É aqui que entendemos a parte que compete ao pecador no Plano Salvador de Deus:
- arrependimento e conversão,
- e pedido de perdão.
Tudo o mais está nas mãos misericordiosas de Deus: precisamente para a conversão e perdão dos pecados que o Pai quis a Morte de Seu Filho.
Uma vez arrependidos, convertidos e perdoados, o que acontece conosco?
Acontece a plena reconciliação com Deus Pai. É como a volta do ‘filho pródigo’ à casa do pai, tendo recuperado tudo o que tinha perdido, e, mais do que tudo, o amor redobrado do pai por ele.
A sensação de ser perdoado, de estar na intimidade com Deus, de ter a futura Salvação garantida é o grande motivo de alegria para todos os batizados.
Como expressar esta alegria?
Ouçamos o Salmo Responsorial de hoje:
Eu tranquilo vou deitar-me na paz logo adormeço,
pois vós, ó Senhor Deus,

dais segurança a minha Vida! 
[Sl 4(5),9].
A segurança que Jesus Cristo nos obteve junto de Deus Pai é a da Vida Eterna.
Podemos continuar nossa vida na terra com esta segurança. A Vida Eterna nos é garantida, porque Jesus a trouxe para nós que nos arrependemos de nossos pecados, e estamos perdoados de todos eles.
Autor: Pe. Valdir Marques, SJ, Doutor em Teologia Bíblica pela Pontifícia Universidade Gregoriana de Roma.

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