terça-feira, 24 de abril de 2018

Liturgia do dia 22/04/2018


Liturgia do dia 22/04/2018


Leituras
At 4,8-12
Sl 117(118),1.8-9.21-23.26.28cd.29 (R/. 22)
1Jo 3,1-2
Jo 10,11-18

4º DOMINGO DA PÁSCOA

Domingo

Primeira Leitura: At 4,8-12

Naqueles dias: 8 Pedro, possuído do Espírito Santo, respondeu: “Autoridades e anciãos do povo! 9 Estamos sendo interrogados sobre o benefício feito a um enfermo, pelo qual ele se encontra aqui salvo. 10 Pois bem! Ficai sabendo, todos vós e todo o povo de Israel: foi em nome de Jesus Cristo, o Nazareno — crucificado por vós e ressuscitado dentre os mortos por Deus —, que este homem se apresenta curado diante de vós. 11 É ele a pedra que vós, os arquitetos, desprezastes e que se tornou a pedra angular angular. 12 E em ninguém mais se encontra a salvação; pois debaixo do céu não foi dado aos homens outro nome pelo qual possamos ser salvos”.
Salmo: Sl 117(118),1.8-9.21-23.26.28cd.29 (R/. 22)

R. A pedra que os pedreiros rejeitaram, tornou-se agora a pedra angular.
1 Dai graças ao Senhor porque ele é bom: “O seu amor se estende pelos séculos!”.

8 É melhor abrigar-se no Senhor que colocar nos homens a esperança. 9 É melhor refugiar-se no Senhor que confiar nos homens poderosos.

21 Graças a ti, Senhor, porque me ouviste e te tornaste a minha salvação! 22 “Pedra que os construtores rejeitaram,ei-la que se tornou pedra angular. 23 Tudo isso foi obra do Senhor e foi aos nossos olhos maravilhas.

26 Bendito seja em nome do Senhor aquele que penetra nos seus átrios!
28 Sim, tu és o meu Deus, e eu, te agradeço; tu és o meu Deus, e vou enaltecer-te.

29 Dai graças ao Senhor porque ele é bom: “O seu amor se estende pelos séculos!”.
Segunda Leitura: 1Jo 3,1-2

Caríssimos: 1 Vede como é grande o amor que o Pai nos dedicou, concedendo-nos ser chamados filhos de Deus. E nós o somos! Se o mundo não nos conhece é porque não o tem conhecido. 2 Caríssimos, desde agora já somos filhos de Deus, embora ainda não seja manifesto o que viremos a ser. Sabemos que, quando Cristo aparecer, seremos semelhantes a ele, porque o veremos como ele é.
Evangelho: Jo 10,11-18

11 Eu sou o bom pastor. O bom pastor dá a vida pelas suas ovelhas. 12 O mercenário, que não é pastor nem dono das ovelhas, quando vê o lobo se aproximar, abandona as ovelhas e foge, enquanto o lobo as arrebata e as dispersa. 13 E isto porque é mercenário, e não se importa com as ovelhas. 14 Eu sou o bom pastor. Conheço minhas ovelhas e minhas ovelhas me conhecem, 15 como o Pai me conhece e eu conheço o Pai; e dou a vida pelas minhas ovelhas. 16 Tenho ainda outras ovelhas, mas não estão neste cercado, é preciso trazê-las também. Elas ouvirão minha voz e haverá um só rebanho e um só pastor. 17 Se o pai me ama é porque dou minha vida para retomá-la de novo. 18 Ninguém tira a vida de mim; mas eu a dou por minha própria vontade. Tenho poder de entregá-la e poder de a reto mar. Este é o mandamento que recebi de meu Pai”.
Leituras: Diretório da Liturgia e da Organização da Igreja no Brasil 2018 - Ano B - São Marcos, Brasília, Edições CNBB, 2017.
Citações bíblicas: Bíblia Mensagem de Deus, São Paulo, Edições Loyola e Editora Santuário, 2016.
Boa Nova para cada dia
O PASTOR QUE NOS SALVA É O QUE NOS AMA DE MANEIRA DESMEDIDA.
O Evangelho desta Liturgia da Palavra própria para comemorar Jesus Cristo como o Bom Pastor, nos traz as palavras do próprio Jesus:
“Eu sou o bom pastor. Conheço as minhas ovelhas e elas me conhecem, assim como o Pai me conhece e Eu conheço o Pai.
Eu dou minha vida pelas ovelhas” (Jo 10,14-15).
Lembremos que Jesus dá Sua Vida a suas ovelhas por amor a elas. É o que o texto bíblico quer dizer com o verbo ‘conhecer’, que significa ‘amar profundamente’.
Por meio deste verbo Jesus quer acentuar o quanto Ele nos ama e deseja nossa Salvação, assim também como Ele ama profundamente e divinamente Seu Pai celeste. Traduzindo ‘conhecer’ por ‘amar’, o resultado é este:
“Eu sou o bom pastor. Amo as minhas ovelhas e elas me amam, assim como o Pai me ama e Eu amo o Pai.
Eu dou minha vida pelas ovelhas” (Jo 10,14-15).Ora, o preço deste amor de Jesus pelo Pai e por suas ovelhas é a doação de sua própria vida. Sua Morte é esta expressão do grande amor de Jesus ao Pai e aos homens por Ele amados. Tudo na vida de Jesus foi somente isto: Amar a Deus e aos homens por Ele amados. Isto é muito grande, e merece nossa reflexão amorosa e profunda.
Dar a vida por Suas ovelhas é a maneira pela qual Jesus salvou todas as pessoas: Seu Sangue redimiu nossas culpas, apagou nosso pecado, purificou nosso coração, levou-nos à intimidade com Deus Pai, e nos destinou à felicidade na adoração de Deus na Vida Eterna.

Tudo o mais na Liturgia da Palavra desta comemoração de Jesus como o Bom Pastor nos leva à Salvação realizada por Ele.
De fato, na Primeira Leitura lemos:
“Em nenhum outro há Salvação, pois não existe debaixo do céu outro nome dado aos homens, pelo qual possamos ser salvos” (At 4,12).
É o discurso de São Pedro aos chefes do Povo e aos anciãos de Israel, quando viram que em Nome de Jesus fora curado o homem paralítico no Templo.
Notemos quem fala, a quem fala e o que fala:
Quem fala é São Pedro como o primeiro dos apóstolos, nomeado assim por Jesus. Sua palavra é de autoridade para todos os cristãos.
Ele fala às autoridades do Povo Eleito. Eles representavam toda a comunidade judaica, todo o Povo Eleito salvo por Jesus Cristo. 
E o que São Pedro fala?
Fora de Jesus, “Em nenhum outro há Salvação ...”.
Em outras palavras: os líderes judeus deviam abandonar toda espera de outro salvador além de Jesus. Jesus é o Messias esperado. Já veio. Não haverá mais messias algum para o mundo, nem para os judeus nem para os outros povos.
Este discurso de São Pedro causou grande impacto sobre os líderes religiosos judeus e sobre os convertidos. Embora os líderes judeus não se tenham convertido a Jesus, os verdadeiros convertidos e batizados se alegraram pela certeza de terem sido salvos pelo único mediador entre Deus e os homens.
Os judeus ainda procuram um messias que, para eles é um simples homem.
Para eles o Messias não é o Filho de Deus que é Jesus.
O messias, tal como os judeus o entendem, não passaria por uma morte redentora, pois o messias de Israel como rei não poderia padecer numa cruz. Deste modo os judeus, ainda hoje, põem a sua esperança num ser humano.
Mas homem algum poderá dar a Salvação que o Poder de Deus realizou por meio de Jesus. Os judeus se esquecem do que diz o Salmo Responsorial lido hoje: É melhor procurar refúgio no Senhor do que pôr no ser humano a esperança; ... [Sl 117(118),8].
Na Quinta-Feira Santa rezamos para que os judeus aceitem Jesus.
Isto Deus deseja também. Peçamos a Ele que seja feita esta Sua Vontade: a salvação de Israel por Jesus, o único Messias e único Salvador.
Segunda Leitura nos diz no que consiste nossa Salvação: participar da Vida Divina, da natureza de Deus, porque Ele mesmo o quis: Deus, por meio de Seu Filho, nos fez seus filhos adotivos. Não nos tornamos deuses por isso, mas participamos da natureza divina milagrosamente, para vivermos assim para sempre na Vida Eterna.
Espontaneamente nos vem a pergunta: como será a vida no céu? O que faremos lá?
Como seremos, transformados pela participação na Ressurreição de Jesus?
Seríamos felizes se soubéssemos responder plenamente a estas perguntas.
Mas São João Evangelista tenta uma explicação nesta Segunda Leitura:
Caríssimos, desde já somos filhos de Deus, mas nem sequer se manifestou o que seremos! (1Jo 3,2a-c).E quando isto vai se manifestar?
Vai-se manifestar no dia em que Jesus Cristo Ressuscitado vier na Sua última aparição para toda a humanidade: Ele virá com Glória, Poder e muito mais que não conseguimos conhecer agora. Então, diz São João Evangelista, saberemos o que seremos, o que Deus desde a Criação do mundo preparou para nós. Seremos revestidos da Glória e Poder do próprio Filho de Deus, e de tudo o mais que na infinita santidade Dele se esconde agora a nossos olhos.
Tenhamos esperança. O Pastor que nos salva é o que nos ama de maneira desmedida.
Nós O amamos, e Dele recebemos o que Ele tem: a participação na natureza divina numa existência feliz e gloriosa para sempre. Conhecemos nosso pastor e não nos separaremos Dele jamais, uma vez salvos por Ele. É por isso que Ele é o nosso Bom Pastor.

Autor: Pe. Valdir Marques, SJ, Doutor em Teologia Bíblica pela Pontifícia Universidade Gregoriana de Roma.

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