sexta-feira, 27 de abril de 2018

Liturgia do dia 29/04/2018

Liturgia do dia 29/04/2018


Leituras
At 9,26-31
Sl 21(22),26b-27.28.30.31-32 (R/. 26a)
1Jo 3,18-24
Jo 15,1-8

5º DOMINGO DA PÁSCOA

Domingo

Primeira Leitura: At 9,26-31

26 Chegando a Jerusalém, Saulo procurava juntar-se aos discípulos. Mas todos tinham medo dele, não acreditando ainda que ele também fosse discípulo. 27 Então Barnabé o acolheu e o apresentou aos apóstolos contando-lhes como, durante a viagem, Saulo tinha visto o Senhor e o Senhor lhe tinha falado, e como em Damasco tinha pregado abertamente em nome de Jesus. 28 Desde então, Saulo ficou com eles em Jerusalém, andando livremente por toda parte e pregando abertamente o nome do Senhor. 29 Ele também conversava e discutia com os judeus de língua grega, mas estes tramaram contra a vida dele. 30 Sabendo disso, os irmãos o levaram a Cesareia e de lá o fizeram seguir para Tarso. 31 A Igreja vivia em paz, em toda a Judeia, Galileia e Samaria; ela se edificava e caminhava no temor do Senhor. E crescia, graças ao apoio do Espírito Santo.
Salmo: Sl 21(22),26b-27.28.30.31-32 (R/. 26a)
R. Senhor sois meu louvor em meio à grande assembléia!
26 Sim, na grande assembleia a Deus eu louvo, cumpro os meus votos diante dos que o temem. 27 Que os pobres comam, sejam saciados, e louvem o Senhor os que o procuram!

28 Converta-se ao Senhor a terra inteira, prostrem-se diante dele as nações todas!

30 Curvem-se diante dele os poderosos, os que descem ao pó a ele adorem!

31 Por ele viverei, também meus filhos, que hão de proclamá-lo às gerações. 32 Dirão sua justiça aos novos povos, anunciando as obras do Senhor.
Segunda Leitura: 1Jo 3,18-24
18 Filhinhos, não amemos só de palavra nem só de língua, mas com atos e de verdade. 19 Nisto saberemos que somos da verdade, e nosso coração descansará tranquilo nele: 20 porque, se nosso coração nos acusar, saibamos que Deus é maior que ele e conhece tudo. 21 Caríssimos, se o nosso coração não nos acusa, podemos recorrer confiantes a Deus, 22 e tudo que pedirmos receberemos dele porque cumprimos seus mandamentos e fazemos o que é agradável aos seus olhos. 23 Seu mandamento é que creiamos no nome do seu Filho, Jesus Cristo, e nos amemos mutuamente, conforme o mandamento que ele nos deu. 24 Aquele que pratica seus mandamentos permanece em Deus e Deus nele; e por isso sabemos que ele permanece em nós: pelo Espírito que nos deu.
Evangelho: Jo 15,1-8

Naquele tempo, Jesus disse a seus discípulos: 1 Eu sou a videira autêntica e o meu Pai é o lavrador. 2 Ele cortará todo o ramo que não der fruto em mim, e podará todo o que der fruto, para que produza mais. 3 Vós já estais limpos por meio da palavra que vos tenho anunciado. 4 Permanecei em mim, como eu em vós. Como um ramo, se não permanecer na videira, não poderá dar fruto por si mesmo, assim também vós, se não permanecerdes em mim. 5 Eu sou a videira, vós, os ramos. Quem permanece em mim, e eu nele, produz muito fruto, porque, sem mim, nada podeis fazer. 6 Se alguém não permanece em mim, será lançado fora como o ramo e secará. Será como os ramos secos que são juntados, atirados ao fogo e queimados. 7 Se permanecerdes em mim e minhas palavras permanecerem também em vós, então, pedi o que quiserdes e vos será concedido. 8 Meu Pai é glorificado nisto: em que produzais muito fruto e vos comporteis como meus discípulos. 9 Como o Pai me ama assim também eu vos amo. Permanecei no meu amor. 10 Se observardes os meus mandamentos permanecereis no meu amor, como eu cumpro os mandamentos de meu Pai e permaneço no seu amor. 11 Eu vos digo isto para que minha alegria esteja em vós e vossa alegria seja completa. 12 Este é o meu mandamento: amai-vos uns aos outros assim como eu vos tenho amado. 13 Ninguém tem maior amor do que aquele que dá a vida por seus amigos. 14 Vós sereis meus amigos se praticardes o que vos mando. 15 Já não vos chamo de servidores, pois o que serve não sabe o que faz o senhor. Mas eu vos chamo de amigos, porque vos dei a conhecer tudo quanto ouvi de meu Pai.
Leituras: Diretório da Liturgia e da Organização da Igreja no Brasil 2018 - Ano B - São Marcos, Brasília, Edições CNBB, 2017.
Citações bíblicas: Bíblia Mensagem de Deus, São Paulo, Edições Loyola e Editora Santuário, 2016.
Boa Nova para cada dia
A UNIÃO ENTRE DEUS E SUA IGREJA SE CONSOLIDA PELA AÇÃO DO ESPÍRITO SANTO
A Liturgia da Palavra deste domingo é toda para nos mostrar como não pode haver separação entre a Igreja e Deus, a Igreja e Jesus Cristo. E esta união é consolidada pela ação dinâmica do Espírito Santo. Ou seja, sem a Santíssima Trindade a Igreja não tem como existir.
A partir do Evangelho de hoje São João Evangelista faz entender como não há Igreja se seus membros não estão unidos, individualmente e em comunidade, com Jesus Cristo. Ele se compara à videira, como um tronco do qual partem os ramos. Estes ramos somos cada um de nós batizados, todos juntos formando a unidade inseparável. Repensemos as palavras de Jesus: Como o ramo não pode dar fruto por si mesmo, se não permanecer na videira, assim vós não podereis dar fruto, se não permanecerdes em mim (Jo 15,4b-e). Ora, fruto somente pode nascer de ramos vivos, unidos ao tronco da videira. Se estivermos separados de Jesus Cristo, nada em nossa vida em Igreja frutificará. Seríamos estéreis, imprestáveis, cortados do tronco e queimados.
Porém Jesus, para fortalecer a necessidade de permanecermos com Ele, faz uma suposição, a de nos desmembrarmos do tronco, que é Ele. Como pode sobreviver um ramo cortado do tronco da videira? Jesus mesmo explica: “Tais ramos [secos] serão recolhidos, lançados ao fogo e queimados”. (Jo 15,6cd). Queimados tornam-se fumaça e cinzas. Tudo está terminado. A vida e a existência de quem se desliga de Jesus Cristo desaparece como a fumaça no ar, como a cinza que o vento varre para longe.
Segunda Leitura prolonga o sentido das palavras de Jesus neste Evangelho, porque São João Evangelista nos diz: Quem guarda os Seus Mandamentos permanece com Deus e Deus permanece com Ele (1Jo 3,24ab).
São João Evangelista quer que nossa mente se volte para Deus e se concentre na união com Ele. Sem isto indivíduo algum é nada. Sem pessoas unidas a Deus não há comunidade, não há Igreja. A única condição que nos é posta é a observância dos Mandamentos de Deus.
A possível situação de separação que nos repugna, não é a que Deus deseja para cada um de nós nem para a Sua Igreja. Como será possível nossa união com Deus? Como a Igreja poderá permanecer unida a Deus sem jamais se separar Dele? São João Evangelista nos responde: Que Ele permanece conosco, sabemo-lo pelo Espírito que Ele nos deu. (1Jo 3,24cd).
Aqui está claro como a união da Igreja com Deus Pai é consolidada pelo Amor trinitário, que é a Pessoa do Espírito Santo.
Na Primeira Leitura já apareceu o que São João Evangelista nos disse na Segunda. Isto é, a prática confirma que a Igreja é unida à Santíssima Trindade que nela age, porque a própria história diz: Ela [a Igreja] consolidava-se e progredia no temor do Senhor e crescia em número com a ajuda do Espírito Santo (At 9,3131de).
Aqui a insistência sobre a presença unificadora do Espírito Santo é da maior importância. O Espírito Santo é o Amor entre o Pai e o Filho. É Ele, o Espírito Santo, este Amor divino, que une a Igreja à Santíssima Trindade.
Tenhamos presente o fato de que tudo o que é dito sobre união da Igreja com o Pai e o Filho, consolidada pela ação dinâmica do Espírito Santo, refere-se a nós. Somos nós que compomos a Igreja, porque batizados em nome da Santíssima Trindade. Nenhum de nós é excluído da Igreja por ela.
Como agradecer a Deus por este privilégio de sermos Sua Igreja?
A Liturgia de hoje nos move a agradecer a Deus cantando o Salmo Responsorial:
Sois meu louvor em meio à grande assembleia:cumpro meus votos ante aqueles que Vos temem [Sl 21(22),26b].
Seja esta nossa oração de gratidão a Deus por tudo o que a Liturgia da Palavra nos ensinou neste domingo.

Autor: Pe. Valdir Marques, SJ, Doutor em Teologia Bíblica pela Pontifícia Universidade Gregoriana de Roma.

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