sábado, 20 de janeiro de 2018

Liturgia do dia 15/01/2018

Liturgia do dia 15/01/2018


Leituras
1Sm 15,16-23
Sl 49(50),8-9.16bc-17.21.23 (R/. 23b)
Mc 2,18-22

2ª semana do Tempo Comum - Ano B

Segunda-Feira

Primeira Leitura: 1Sm 15,16-23

Naqueles dias 16 Samuel disse a Saul: “Basta! Vou indicar-te o que Javé me falou esta noite”. “Fala!”, disse Saul. 17 Samuel começou: “Por pequeno que sejas aos teus próprios olhos, acaso não te tornaste chefe das tribos de Israel? Não te ungiu Javé rei de Israel? 18 Ele te pôs a caminho com a ordem de eliminar esses pecadores, os amalecitas, combatendo-os até o extermínio. 19 Por que então não obedeceste a Javé? Por que, precipitando-te sobre os despojos, fizeste o que desagradava a Javé? 20 Redarguiu-lhe Saul: “Obedeci à voz de Javé! Fui pelo caminho que Javé me indicou, trouxe Agag, rei de Amalec, e exterminei os amalecitas.21 O povo tirou as ovelhas e os bois, o melhor do que devia ser eliminado, para sacrificá-lo a Javé, teu Deus, em Gálgala”. 22 Samuel, no entanto, retorquiu: “Gosta Javé de holocaustos e sacrifícios como da obediência à voz de Javé? Sim, obediência vale mais do que sacrifício, docilidade vale mais que gordura de carneiro. 23 A rebelião é como um pecado de feitiçaria! A indocilidade é como um crime de idolatria! Porque rejeitaste a palavra de Javé, ele te rejeitou da realeza”.
Salmo: Sl 49(50),8-9.16bc-17.21.23 (R/. 23b)
R. A todo homem que procede retamente eu mostrarei a salvação que vem de Deus.
8 Não por teus sacrifícios eu te acuso: tenho sempre a meus pés teus holocaustos. 9 Não tomarei os bois da tua casa, nem desejo as ovelhas do teu pasto.

16bc “Como ousas recitar os meus preceitos, trazer minha aliança em tua boca? 17 Tu, que deixas de lado os meus conselhos, e à minha advertência dás as costas.

21 Eis tudo o que fizeste, e eu calaria? Pensas que eu seja acaso como tu? Disso te acuso, e o lanço no teu rosto.

23 Quem oferece ação de graças, honra-me; darei a salvação ao homem reto”.
Evangelho: Mc 2,18-22

18 Como os discípulos de João e os fariseus estavam jejuando, foram lhe perguntar: “Por que é que os discípulos de João e os discípulos dos fariseus jejuam, e os teus não?”. 19 Jesus lhes respondeu: “Por acaso ficaria bem que os convidados para um casamento fizessem jejum, enquanto o esposo está com eles? Enquanto está, não convém. 20 Mas virá um tempo em que o esposo lhes será tirado. Então sim, eles vão jejuar.21 Ninguém costura um remendo de pano novo em roupa velha. Do contrário o remendo novo, pelo fato de encolher, estraga a roupa velha e o rasgão fica pior. 22Ninguém põe vinho novo em velhos recipientes de couro. Caso contrário, o vinho arrebentaria os recipientes. Ficariam perdidos os recipientes e também o vinho. Para vinho novo, recipientes novos!”.
Leituras: Diretório da Liturgia e da Organização da Igreja no Brasil 2018 - Ano B - São Marcos, Brasília, Edições CNBB, 2017.
Citações bíblicas: Bíblia Mensagem de Deus, São Paulo, Edições Loyola e Editora Santuário, 2016.
Boa Nova para cada dia
“Enquanto o noivo está com eles, os convidados não podem jejuar”. (Mc 2,18-22).
Jesus nos surpreende dizendo que seus discípulos não precisam jejuar. Isto é, não jejuavam enquanto Jesus estava com eles neste mundo, mas jejuariam depois que Ele morresse.
Não devemos concluir disto que Jesus não desse importância ao jejum.
Ele mesmo jejuou por quarenta dias quando foi ao deserto, impelido pelo Espírito Santo, para ser tentado pelo demônio, e preparar-se pela imensa tarefa de sua vida futura para o anúncio e implantação do Reino de Deus.
O jejum de Jesus no deserto teve o mesmo sentido que o de Moisés antes de receber de Deus as tábuas da Lei, como está descrito em Ex 34,28. Jejuando com este espírito, Jesus, como Moisés, estava se preparando para inauguração do tempo novo na história da Salvação do Povo Eleito: era o tempo messiânico da vinda do Reino de Deus.
Nesta passagem do Evangelho de hoje Jesus quer que isto fique claro.
Se Ele diz que numa festa de casamento os convidados não podem jejuar, porque o espírito é de festa, não está dizendo que Ele, o Mestre, não jejuava. Sabemos que Jesus jejuava antes de fazer exorcismo, como diz Mc 9,29.
Lembrando-nos que Jesus, neste Evangelho, fala de uma cerimônia de casamento, entendemos melhor a mensagem para hoje: no dia de um casamento judaico, ainda hoje, os noivos jejuam, mas não os convidados. Com o jejum os noivos são absolvidos de todos os pecados cometidos antes do casamento; portanto se trata de uma forma de oração de arrependimento que no cristianismo chamaríamos de ‘sacramental’. Isto é, pelo sacramento da reconciliação obtemos o perdão total dos pecados. Mas por meio de ‘sacramentais’, como o jejum e a água benta também somos perdoados dos pecados.
Jesus, em sua vida terrena, conseguirá para nós o perdão definitivo dos pecados. Mais do que com jejuns, Ele o obteve com Sua Paixão e Morte.
Jesus, o noivo no início do Reino de Deus, inaugura um tempo feliz para todo o Povo Eleito. Mesmo que Ele jejue como parte de sua missão, vença o demônio ao ser tentado e ao expulsá-lo das pessoas, esta alegria não desvanece: o tempo de sua existência no mundo é tempo tão feliz para Israel como para o Povo Eleito era a festa de casamento.
Entendamos este Evangelho apropriadamente: em sua vida na terra Jesus viveu a alegria do cumprimento da vontade do Pai, e com Ele se alegraram todos os discípulos. Maior alegria, porém, virá no tempo que se seguir à Sua Ressurreição. E, no fim dos tempos, a união amorosa da humanidade salva com Deus será o tempo eterno de felicidade, onde o jejum não terá mais vez.
Nós temos o Mandamento da Igreja que nos manda jejuar. A maioria dos católicos jejua, mas sem entender que por meio desta oração estão em união com Jesus Cristo em Sua Paixão e Morte. O jejum nos une ao Pai, fonte de vida, porque sem alimento ficamos sem a vida, isto é, mortos. O jejum nos une aos irmãos que passam fome, porque nos move à caridade fraterna. O jejum, deste modo, nos faz cumprir a caridade perfeita: amar a Deus e amar ao próximo.
Autor: Pe. Valdir Marques, SJ, Doutor em Teologia Bíblica pela Pontifícia Universidade Gregoriana de Roma.

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