quarta-feira, 24 de janeiro de 2018

Liturgia do dia 29/01/2018


Liturgia do dia 29/01/2018


Leituras
2Sm 15,13-14.30; 16,5-13a
Sl 3,2-3.4-5.6-7 (R/. 7b)
Mc 5,1-20

4ª semana do Tempo Comum - Ano B

Segunda-Feira

Primeira Leitura: 2Sm 15,13-14.30; 16,5-13a

Naqueles dias, 13 veio um informante a Davi com a noticia: “Os corações dos israelitas aderiram a Absalão!”.14 Davi disse aos servos que estavam com ele em Jerusalém: “Vamos, fujamos, pois não é possível escapar de Absalão! Apressai-vos em partir, a fim de que não nos alcance, sendo porventura mais ligeiro, e nos cause ruína, e passe a cidade a fio de espada”. 30 E Davi subia o monte das Oliveiras, ele ia subindo e chorando, de rosto velado e descalço; e todo o povo que estava com ele tinha o rosto velado e subia chorando.16,5 Chegando o rei a Baurim, saiu dali um homem da família de Saul, chamado Semeí, filho de Gera, proferindo maldições. 6Atirava pedras em Davi e em todos os seus oficiais, enquanto todos os guerreiros caminhavam à direita e à esquerda do rei. Eis que Semeí dizia, amaldiçoando: “Vai, vai-te embora, homem de sangue, sujeito à toa! 8Javé fez cair sobre ti todo o sangue da casa de Saul, cujo lugar usurpaste! Pois Javé entregou a tua realeza às mãos de teu filho Absalão. E eis que te achas em tua desgraça porque és um homem sanguinário”. 9 Abisaí, filho de Sárvia, disse então ao rei: “Por que amaldiçoa este cão morto ao rei, meu senhor? Deixe-me passar para cortar-lhe a cabeça!”. 10 Mas Davi respondeu: “Que tendes a ver comigo, filho de Sárvia? Se ele amaldiçoa, e se Javé lhe ordenou: ‘Amaldiçoa a Davi’, quem poderia interpelá-lo: ‘Por que fazes assim?’”. 11 Em seguida Davi disse a Abisaí e a todos os seus servos: “Eis que meu filho, que saiu das minhas entranhas, conspira contra minha vida! Quanto mais este benjaminita! Deixa-o amaldiçoar, se Javé assim lho ordenou. 12 Talvez Javé considere a minha aflição, e compense com favores as maldições de hoje”. 13 Davi e seus homens prosseguiram o caminho, enquanto Semeí seguia o flanco da montanha em caminho paralelo ao de Davi, e, ao caminhar, ele ia atirando pedras e jogando terra.
Salmo: Sl 3,2-3.4-5.6-7 (R/. 7b)

R. Levanta-te, Senhor! Salva-me, ó Deus!

Quantos, Senhor, aqueles que me afligem, quantos os que se insurgem contra mim! 3 São muitos a dizer a meu respeito: “Não acharás em Deus a salvação!”.

4 Tu és porém o escudo que me cerca, a glória que soergue a minha fronte. 5 Pelo Senhor eu clamo em altos brados, e do seu monte santo me responde.

6 Então deito-me em paz, logo adormeço; quando desperto, ampara-me o Senhor. 7 Não temerei mil homens que me cerquem. Levanta-te, Senhor! Salva-me, ó Deus!
Evangelho: Mc 5,1-20

1 Chegaram à outra margem do mar, Jesus e seus discípulos, na região dos gerasenos. 2 Quando desembarcou, um homem possesso de um espírito impuro, saindo dos sepulcros, logo foi ao seu encontro. 3 Ele morava nos sepulcros e ninguém conseguia mantê-lo preso, nem mesmo com correntes, 4 pois muitas vezes lhe haviam algemado os pés e as mãos, e ele arrebentava as correntes, quebrava as algemas, e ninguém o dominava. 5 Passava o tempo inteiro nos sepulcros e sobre os montes, gritando e ferindo-se com pedras. 6Quando viu Jesus de longe, correu e prostrou se diante dele, 7 e gritou com voz forte: “Que é que tens tu comigo, Jesus, Filho do Deus Altíssimo? Em nome de Deus: não me atormentes!”. É que Jesus lhe tinha dito: “Espírito impuro, sai deste homem!”. 9 Depois, ele lhe perguntou: “Qual é o teu nome?”. Respondeu-lhe: “Meu nome é Legião, porque somos muitos”. 10 Suplicava-lhe então, com insistência, que não o expulsasse daquela região. 11 Ora, havia ali, ao pé do monte, um grande número de porcos na pastagem. 12 E os espíritos suplicaram-lhe: “Manda-nos para os porcos, e deixa-nos entrar neles”. 13 Ele permitiu, e os espíritos impuros saíram do homem e entraram nos porcos. Estes, cerca de dois mil, jogaram-se com violência no mar, e se afogavam. 14 Os que tomavam conta dos porcos fugiram e espalharam a notícia pela cidade e pelos campos. Várias pessoas foram ver o que tinha acontecido. 15 E chegando perto de Jesus, viram o possesso sentado, vestido e bom de juízo: aquele mesmo que a Legião tinha possuído. Ficaram cheios de medo. 16 Os que tinham visto lhes contaram então o que tinha acontecido com o possesso e com os porcos. 17 E eles insistiram para que Jesus deixasse a terra deles. 18 Quando ele entrava na barca, o possesso de antes pediu para ir em sua companhia. 19 Ele não permitiu, mas lhe disse: “Vai para casa, junto dos teus, e anuncia-lhes tudo o que o Senhor te fez e como teve pena de ti”. 20 Então ele se retirou, e começou a proclamar pela região das Dez Cidades tudo quanto o Senhor lhe tinha feito, e todos ficaram admirados.
Leituras: Diretório da Liturgia e da Organização da Igreja no Brasil 2018 - Ano B - São Marcos, Brasília, Edições CNBB, 2017.
Citações bíblicas: Bíblia Mensagem de Deus, São Paulo, Edições Loyola e Editora Santuário, 2016.
Boa Nova para cada dia
... o homem foi embora e começou a pregar na Decápole tudo o que Jesus tinha feito por ele. E todos ficaram admirados. (Mc 5,20). 
Em três pontos este Evangelho nos chama à atenção.
primeiro, evidente, é o fato de Jesus expulsar uma legião de demônios daquele homem possesso. Não um demônio só, mas uma legião deles.
segundo é o diálogo submisso dos demônios com Jesus, e, de modo especial, a afirmação que eles fazem a Jesus e às pessoas ali presentes: “Que tens a ver comigo, Jesus, Filho de Deus Altíssimo” (Mc 5,7). É surpreendente que seja o demônio a dizer isto. Notemos que no Evangelho de São Marcos Jesus nunca se afirma “Filho de Deus Altíssimo”, mas sim os demônios. Jesus sabia que era o Filho de Deus Altíssimo, mas São Marcos faz os demônios o declararem para que o povo ali presente o ouvisse. Aquelas pessoas não sabiam que Jesus era o Filho de Deus Altíssimo, e daquele momento em diante ficam sabendo.
terceiro ponto é a missão que Jesus deu ao ex-possesso. Notemos como aquele homem pouco entendia sobre o Messias de Israel, pois nem era judeu. Mas Jesus manda que ele difunda no meio de seu povo quem Jesus é, e que maravilhas Deus por ele realizou. Assim chegou ao conhecimento da Decápole a notícia sobre Jesus. Ora, a Decápole era um conjunto de dez cidades não judias ao nordeste de Judá. Será, provavelmente, por este motivo, entre outros, que multidões da Decápole vão procurar Jesus mais tarde, como nos relatam os Evangelhos.
Este fato é narrado neste Evangelho para nos mostrar como Jesus quis anunciar o Reino de Deus também aos não judeus. Ele era o Salvador não só dos judeus, mas também dos pagãos.
Vivemos num mundo em que, nós, os cristãos, não somos a maioria.
Os muçulmanos são mais numerosos que os cristãos, e além deles há várias outras religiões. A Igreja se empenha hoje no diálogo com as diferentes religiões. É por meio deste diálogo que Jesus chega ao conhecimento de milhões de pessoas não cristãs.
Se este diálogo somente fosse a busca de ‘boa vizinhança’ com outras religiões e crenças, não faria sentido.
Se este diálogo fosse uma forma de ‘erenismo’, isto é, uma paz simplória, uma visão que afirma serem boas todas as religiões e que devemos fechar os olhos para os conflitos que provocam contra o cristianismo, este diálogo seria uma falência.
O verdadeiro diálogo da Igreja com outras religiões não implica perda alguma nem à fé cristã nem ao direito humano da liberdade de religião. Este diálogo deve conduzir a uma ação conjunta das religiões para o bem comum de toda a humanidade, cada uma oferecendo de si os maiores valores religiosos e humanos para o bem comum. Isto se explica pela presença, no mundo, de forças negativas que promovem a violência, a guerra, a escravidão, a pobreza, a perseguição religiosa, a destruição do planeta, o desrespeito aos direitos humanos e a todos os demais valores positivos da humanidade.               

Lembrar ao mundo as maravilhas que Jesus Cristo realizou, cumprindo a vontade de Deus pelo bem de toda a humanidade, é o melhor que podemos fazer.

Autor: Pe. Valdir Marques, SJ, Doutor em Teologia Bíblica pela Pontifícia Universidade Gregoriana de Roma.

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