quarta-feira, 24 de janeiro de 2018

Liturgia do dia 27/01/2018


Liturgia do dia 27/01/2018


Leituras
2Sm 12,1-7a.10-17
Sl 50(51),12-13.14-15.16-17 (R/. 12a)
Mc 4,35-41

3ª semana do Tempo Comum Ano B

Sábado

Primeira Leitura: 2Sm 12,1-7a.10-17

Naqueles dias, 1 Javé mandou a Davi o profeta Natan, que veio ter com o rei e lhe disse: “Dois homens moravam na mesma cidade; um era rico, e o outro pobre. 2 O rico possuía ovelhas e bois em grande abundância; 3 O pobre, porém, só tinha uma ovelhinha que ele havia comprado. Ele a nutria, e ela crescia com ele e com os seus filhos, comendo do seu pão, bebendo do seu copo, dormindo-lhe no colo, como uma filha.4 Ora, veio um hóspede à casa do homem rico, que teve pena de tomar de suas ovelhas ou bois para servir à visita que lhe chegava. Roubou, porém, a ovelhinha do pobre, e preparou-a para o hóspede”. 5 Davi encheu-se de indignação contra tal homem, e disse a Natan: “Por Javé que vive, o homem que fez isto merece a morte! Pagará quatro vezes o preço da ovelha por ter feito o que fez, e não ter tido compaixão!”. 7 Disse-lhe Natan: “Tu és esse homem!”. “Assim fala Javé, Deus de Israel: 10 Por isso jamais se afastará a espada de tua casa, porque me desprezaste, para te apoderares da mulher de Urias, o Heteu, a fim de que fosse tua esposa’. 11 Assim fala Javé: ‘Eis que farei, de tua própria casa, levantar-se o mal contra ti: tomarei as tuas mulheres e dá-las-ei a teu próximo, que dormirá com elas à luz do sol! 12 Porque tu agiste às escondidas; eu, porém, realizarei estes castigos diante de todo Israel, e à luz do sol’”.13 Confessou Davi a Natan: “Pequei contra Javé!”. Por isso Natan lhe disse: “Javé perdoou o teu pecado, de modo que não morrerás. 14 Contudo, porque nisto ultrajaste Javé, a criança que te nasceu morrerá”. 15 Dito isso, foi Natan para casa. Javé feriu o filho que a mulher de Urias dera à luz, e ele caiu gravemente doente. 16 Então Davi suplicou a Deus em favor do menino: jejuava rigorosamente e, chegando em casa, dormia no chão. 17 Os anciãos do palácio insistiram para que se levantasse do chão; ele porém não quis, nem tomou, com eles, as refeições.
Salmo: Sl 50(51),12-13.14-15.16-17 (R/. 12a)
R. Criai em mim um coração sem mancha!
12 Um coração sem mancha cria em mim, renova em mim o espírito de força. 13 Não me afastes, ó Deus, da tua face, teu espírito santo não me tires!

14 Alegre-me de novo o teu auxílio, inspira-me uma pronta obediência. 15 Ensinarei aos maus os teus caminhos, e voltarão a ti os pecadores.

16 Deus que me salvas, livra-me da morte, exulte a minha língua, porque és justo. 17 Eu te peço, Senhor, abre os meus lábios; proclame a minha boca o teu louvor!
Evangelho: Mc 4,35-41

35 Naquele dia, de tarde, Jesus disse: “Vamos para a outra margem”. 36 Os discípulos mandaram as multidões embora e tomaram consigo Jesus, assim como ele estava, na barca. Havia ainda outras barcas com ele. 37 E aconteceu que se levantou uma ventania forte e as ondas caíam com violência sobre a barca, de modo que ela estava ficando cheia de água. 38 Enquanto isso, ele dormia na popa, apoiado num travesseiro. Então o despertaram e lhe disseram: “Mestre, não te importas que estejamos afundando?”. 39 Ele acordou, ameaçou o vento e disse ao mar: “Silêncio! Acalma-te!”. Parou o vento e fez-se muito bom tempo. 40 Depois ele lhes disse: “Por que sois tão medrosos? Ainda não tendes fé?”. 41 Eles ficaram tomados de grande medo e diziam entre si: “Quem é este, a quem até o vento e o mar obedecem?”.
Leituras: Diretório da Liturgia e da Organização da Igreja no Brasil 2018 - Ano B - São Marcos, Brasília, Edições CNBB, 2017.
Citações bíblicas: Bíblia Mensagem de Deus, São Paulo, Edições Loyola e Editora Santuário, 2016.
Boa Nova para cada dia
Quem é este, a quem até o vento e o mar obedecem? (Mc 4,41b).
O Evangelho de hoje narra o milagre que Jesus faz acalmando a tempestade no Mar da Galileia.
Esta é uma demonstração do poder de Jesus sobre as forças da natureza.
Não são muitos os milagres que Jesus faz mostrando este lado de seu poder sobre as forças da natureza. Em Lc 5,8 São Pedro fica de tal modo assombrado com a pesca milagrosa que fez por ordem de Jesus, que exclamou: Senhor, afasta-te de mim, porque sou pecador.
O que o Evangelho de hoje nos mostra, como reação dos discípulos, é esta admiração expressa pela pergunta:
Quem é este, a quem até o vento e o mar obedecem? (Mc 4,41b). Pelo que sabiam os discípulos, somente Deus tem este poder sobre a natureza.
Ora, perguntas deste tipo aparecem em outros lugares do Evangelho.
Quando Jesus cura o paralítico, cujo leito fora baixado até Ele pelo teto da casa onde estava, primeiro perdoa seus pecados. E a pergunta dos judeus presentes foi:
Quem pode perdoar pecados, senão Deus? (Lc 5,21). Pelo que sabiam os escribas e fariseus, somente Deus podia perdoar os pecados.

Portanto, se Jesus tem poderes sobre a natureza como Deus, e perdoa os pecados como só Deus pode fazer,estamos diante de milagres que mostram a natureza divina de Jesus. Ele é como Deus, porque é seu Filho.
Sabemos que Jesus mesmo não diz abertamente que é Filho de Deus. Mas os demônios que Ele expulsa o dizem. É isto que lemos em Mt 8,29a:

E os demônios gritaram: Que temos nós contigo, ó Filho de Deus?
Embora conheçamos estas passagens, é bom lembrar que poucas vezes meditamos sobre elas.

Perguntemos: qual importância tem para nós o conhecimento da natureza divina de Jesus a partir de milagres como estes? Sabemos que a divindade de Jesus ficou clara definitivamente somente depois que Ele ressuscitou. Porém precisamos meditar sobre este poder divino de Jesus antes de sua Ressurreição. Isto é, suas duas naturezas, a divina e a humana, manifestavam-se em sua pessoa sem divisão. Ele morreu em sua natureza humana, mas não em sua natureza divina. Pensemos ainda: em relação a nós, o que a natureza divina do Filho de Deus tem a nos dizer?Por qual motivo Ele assumiu a condição humana e morreu? A resposta que a teologia nos dá é esta: foi para que, em natureza humana, nos desse a participação em sua natureza divina. É por isto que nos prometeu a Ressurreição como a Dele.

Agradeçamos a Deus por isto. É o centro de nossa fé.

Autor: Pe. Valdir Marques, SJ, Doutor em Teologia Bíblica pela Pontifícia Universidade Gregoriana de Roma.

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