quarta-feira, 24 de janeiro de 2018

Liturgia do dia 28/01/2018


Liturgia do dia 28/01/2018


Leituras
Dt 18,15-20
Sl 94(95),1-2.6-7.8-9 (R/. 8)
1Cor 7,32-35
Mc 1,21-28

4ª semana do Tempo Comum Ano B

Domingo

Primeira Leitura: Dt 18,15-20

Disse Moisés:15 Javé, teu Deus, fará surgir do teu seio, dentre os teus irmãos, um profeta igual a mim: escutá-lo-eis. 16 É o que pediste a Javé, teu Deus, no Horeb, no dia da assembleia, dizendo: ‘Não quero mais ouvir a voz de Javé, nem quero ver mais este grande fogo, com medo de morrer’. 17 Javé me disse: ‘É bom o que disseram. 18 Farei surgir dentre os seus irmãos um profeta igual a ti; colocarei minhas palavras na sua boca, e lhes dirá tudo quanto eu lhe ordenar. 19 E se alguém não escutar minhas palavras, que irá dizer em meu Nome, eu é que lhe pedirei contas disso. 20 Mas o profeta que tiver a presunção de dizer em meu Nome uma palavra que eu não lhe tiver ordenado que profira, ou falar em nome de outros deuses, esse profeta será morto’.
Salmo: Sl 94(95),1-2.6-7.8-9 (R/. 8)
R. Não fecheis o coração, ouvi hoje a voz de Deus!
1 Vinde, e alegres cantemos ao Senhor, aclamemos a Rocha que nos salva! 2 Corramos junto a ele, dando graças; com cânticos e hinos o aclamemos!

6 Entremos e prostrados o adoremos; de joelhos ante o Deus que nos criou! É ele o nosso Deus, nós o seu povo, rebanho que conduz com sua mão!

Que bom se hoje escutásseis sua voz: “Não sejais duros como no deserto, e no dia da prova e desafio, 9quando por vossos pais fui provocado, embora houvessem visto os meus prodígios!
Segunda Leitura: 1Cor 7,32-35

Irmãos:32 desejaria vos ver livres de preocupações. O homem solteiro cuida das coisas do Senhor: procura agradar ao Senhor. 33 Mas o que é casado cuida das coisas do mundo: procura agradar à mulher. 34 E, então, fica dividido. Do mesmo modo, a mulher que não está casada, como a virgem, cuida das coisas do Senhor, para ser santa de corpo e espírito. Mas a que é casada cuida das coisas do mundo: procura ser agradável ao marido.35 Eu vos digo isto para o vosso próprio interesse. Não quero vos preparar uma armadilha, mas sim vos levar para o que é honesto e vos unir ao Senhor sem divisões.
Evangelho: Mc 1,21-28

21 Chegaram a Cafarnaum e, no dia de sábado, Jesus entrando na sinagoga ensinava. 22 Os ouvintes se admiravam muito com o seu modo de ensinar, porque ele ensinava como quem tem autoridade, e não como os escribas.23 E estava ali, naquela sinagoga, um homem possesso de um espírito impuro, que começou a gritar: 24“Que é que tens conosco, Jesus de Nazaré? Vieste para nossa perdição? Eu te conheço: tu és o Santo de Deus!”.25 Mas Jesus o repreendeu energicamente: “Cala-te e sai deste homem!”. 26 O espírito impuro, sacudindo o homem com violência, deu um forte grito e saiu dele. 27 Todos ficaram tão espantados que perguntavam entre si: “Mas o que é isto? Aí está um ensinamento novo, dado com autoridade! Ele manda até nos espíritos impuros e eles lhe obedecem!”. 28 Sua fama se espalhou por toda parte, em toda a região vizinha à Galileia.
Leituras: Diretório da Liturgia e da Organização da Igreja no Brasil 2018 - Ano B - São Marcos, Brasília, Edições CNBB, 2017.
Citações bíblicas: Bíblia Mensagem de Deus, São Paulo, Edições Loyola e Editora Santuário, 2016.
Boa Nova para cada dia
EU SEI QUEM TU ÉS: O SANTO DE DEUS. (Mc 1,24)
A Liturgia da Palavra deste domingo traz uma grande riqueza de informações sobre Jesus, para nos instruir e mais amá-Lo por tudo o que significa para Deus Pai, para o Povo Eleito do Antigo e do Novo Testamento, e para a Salvação de toda a humanidade.
Misteriosamente, por detrás de todas as Leituras de hoje, e do Salmo Responsorial, está presente o grande Plano Salvador de Deus para todo o gênero humano.
Na Primeira Leitura ouvimos Moisés, o grande líder de Israel, discursando sobre o futuro do Povo Eleito. Ele fala somente e diretamente do futuro próximo que será a conquista da Terra Prometida. Mas Moisés recebera de Deus a revelação de um futuro muito distante, em que o Profeta Jesus levaria a humanidade para o céu, a definitiva Terra Prometida.
Moisés tinha cumprido sua missão de formar um Povo socialmente, organizando aquelas tribos israelitas, os descendentes de Abraão, Isaque e Jacó. Mas não fez isto antes de receber de Deus a Lei e a Antiga Aliança. Isto era parte da organização religiosa e social do povo de Israel. Assim, tudo estava bem preparado para o Povo Eleito entrar na Terra Prometida. Porém, isto não era tudo o que Deus tinha em mente em seu Plano Salvador. Somente no futuro este Plano seria plenamente realizado. E aqui é que entrará a pessoa de Jesus, segundo a decisão eterna de Deus.
Na Primeira Leitura vemos comoMoisés recebe de Deus a ordem de profetizar uma futura fase da história da Salvação do Povo Eleito. Ele diz que depois dele, muito depois, Deus mandaria um Novo Profeta como ele mesmo.
Isto está em Dt 18,15-19:
15. “O Senhor teu Deus fará surgir para ti,
da tua nação e do meio de teus irmãos,
um Profeta como eu: a Ele deverás escutar.
É uma revelação surpreendente, completamente inesperada naquele momento.
O povo não podia imaginar que além de Moisés Deus precisasse dar-lhe outro Profeta e guia. Nem imaginava que a este novo Profeta o povo devia obedecer tanto quanto a Moisés.
Ora, ao longo da história Deus mandara vários profetas, mas nenhum foi semelhante a Moisés. Será o Povo Eleito que reconhecerá em Jesus o grande Profeta anunciado por Moisés, no dia em que Ele entrou em Jerusalém – dia que chamamos hoje ‘Domingo de Ramos’ – rodeado pela multidão, que aclamava: “... Este é o Profeta Jesus, de Nazaré da Galiléia!” (Mt 21,11).
Ora, Moisés justifica o envio deste futuro Profeta no pedido que o próprio Povo Eleito lhe fizera um dia.
Leiamos agora Dt 18,16:
16. Foi exatamente o que pediste ao Senhor teu Deus, no monte Horeb,
quando todo o povo estava reunido, dizendo:
‘Não quero mais escutar a voz do Senhor meu Deus,nem ver este grande fogo, para não acabar morrendo’ ”.
O Povo Eleito temia morrer diante da manifestação poderosa de Deus no alto do Monte Sinai – aqui chamado de Horeb –. O Povo queria ouvir, sim, os ensinamentos de Deus, Sua Lei, e garantir a chegada à terra prometida. Mas imaginavam que se Deus em pessoa lhe falasse, morreria.
Por este motivo pediram a Deus um Profeta que os instruísse na vontade de Deus e na Sua obra libertadora além de Moisés, que estava se despedindo para morrer dentro de pouco tempo. Ora, será no doce rabi da Galileia, o Profeta Jesus, que o Povo Eleito ouvirá a vontade de Deus, no estabelecimento de Seu Reino na terra.               

Dt 18,17-18 continua o discurso de Moisés:
17. Então o Senhor me disse: ‘Está bem o que disseram.
18 Farei surgir para eles, do meio de seus irmãos, um Profeta semelhante a ti.
Porei em Sua boca as minhas palavras e Ele lhes comunicará tudo o que Eu Lhe mandar’.
E os séculos se passaram.
Um dia, nas águas do Rio Jordão, uma multidão do Povo Eleito estava recebendo o Batismo de conversão dos pecados por mãos de João Batista.
Está dito em Mt 3,1-2:
1. Naqueles dias, apareceu João Batista pregando no deserto da Judéia e dizia:
2. Arrependei-vos, porque está próximo o Reino dos Céus.
Tratava-se de uma novidade anunciada por profetas anteriores a João Batista: a chegada do Reino dos Céus, que é o mesmo Reino de Deus. Daniel afirmara que o Reino de Deus jamais seria destruído como o foram os reinos dos homens.
Diz Daniel 2,44:
44. ... o Deus do céu suscitará um Reino que não será jamais destruído; ... .
A crença num reino sem fim, em que um sucessor de Davi era esperado, aparece no momento em que o Anjo anuncia a Maria o nascimento de Jesus.
Diz Lc 1,32-33:
32. Deus, o Senhor, lhe dará o trono de Davi, seu pai;
33. Ele reinará para sempre sobre a casa de Jacó, e o seu reinado não terá fim.
Aqui o reino de Davi prenuncia o Reino de Deus, pois Davi e seus descendentes morreram. Um reino eterno somente poderia ser o de Deus. E será em Jesus, Ressuscitado, filho de Davi, que o Reino de Deus se revelará sem fim.
Isto quer dizer que profecias sobre o Reino de Deus eram conhecidas antes de João Batista.
No Evangelho que lemos hoje, João Batista não precisou afirmar a eternidade do Reino de Deus, e sim sua chegada. Sua missão era precisamente indicar a Israel o momento desta chegada, na pessoa do Profeta Jesus. Quando perguntaram a João Batista se ele era o profeta (Jo 1,21) que Moisés tinha anunciado séculos antes, ele afirmou:
“Após mim vem Aquele que é mais poderoso do que eu, do qual não sou digno de, curvando-me, desatar-Lhe as correias das sandálias” (Mc 1,7).
Como não disse ser nem o Cristo, nem O Profeta, indiretamente disse que o Profeta que procuravam era Jesus.
Foi, portanto, no tempo de João Batista e de Jesus que chegou o futuro que para Moisés estava muito distante. Tinham-se passado perto de 2600 e 2700 anos.
Neste momento, portanto, nosso comentário sobre a Liturgia da Palavra de hoje continua com a leitura do Evangelho.
Vamos ouvir Mc 1,21-22:
21. Na cidade de Cafarnaum, num dia de sábado,Jesus entrou na sinagoga e começou a ensinar.
22. Todos ficavam admirados com o Seu Ensinamentopois ensinava como quem tem autoridade, não como os mestres da Lei.
Não está claro, nesta passagem, que Jesus é o Profeta anunciado por Moisés em Dt 18,18?:
- Ele entra no lugar sagrado de Cafarnaum, a sinagoga, e como Moisés começa a ensinar, sendo que Seu Ensinamento provoca a admiração do povo.
- Aquele povo nunca tinha ouvido alguém ensinar como Jesus. Os Mestres da Lei ensinavam, mas só Jesus lembrava a autoridade que Deus dera outrora a Moisés.
Entendemos, portanto, que neste Evangelho está afirmado, mesmo que indiretamente, que por meio de Seu Ensinamento Jesus se mostra o Profeta anunciado por Moisés.
Vamos continuar ouvindo o Evangelho em Mc 1,23-24:
23. Estava então na sinagoga um homem possuído por um espírito mau. Ele gritou:
24. “Que queres de nós, Jesus nazareno?
Vieste para nos destruir?
Eu sei quem tu és: tu és o Santo de Deus”.
Se João Batista reconhecera em Jesus o Profeta, é o demônio que declara em público que Jesus é mais que Profeta: Ele é ‘O Santo de Deus’!
O que significava para aqueles judeus ‘O Santo de Deus’?
Para entender isto precisamos saber o que o povo entendia pela santidade de Deus.
Nas sinagogas o povo ouvia muitas vezes as Escrituras que dizia como Deus era Santo, O Santo, O Santo de Israel.
Quando o demônio diz na sinagoga que Jesus é O Santo de Deus, está dizendo que Ele é a pessoa mais próxima de Deus e que participa de modo especial da Santidade que somente o Deus de Israel tem.Portanto o que o demônio disse foi uma revelação fora do comum para aqueles judeus reunidos na sinagoga de Cafarnaum. Jesus era uma pessoa extraordinária! Ele estava ao lado de Deus!
O resto do Evangelho confirma tudo isto.
Leiamos Mc 1,25-27:
25. Jesus o intimou: “Cala-te e sai dele!”
26. Então o espírito mau sacudiu o homem com violência, deu um grande grito e saiu.
27. E todos ficaram muito espantados e perguntavam uns aos outros:
“O que é isto? Um Ensinamento novo dado com autoridade:
Ele manda até nos espíritos maus, e eles obedecem!”.
Foi aqui que Jesus provou ser o Profeta anunciado por Moisés.
Ele não somente ensinava como Moisés, com autoridade, como tinha um poder que Moisés não tinha: era o poder sobre os demônios. Foi por isso que os judeus na sinagoga se espantaram e disseram: “Ele manda até nos espíritos maus”.
Baste-nos isto para termos a certeza de que Jesus é o Profeta anunciado por Deus a Moisés. Jesus veio fazer do Povo Eleito um Novo Povo de Deus que inclui a humanidade inteira. Ele provou isto com seus ensinamentos superiores ao de Moisés, e mais do que Moisés revelou ter poderes que somente Deus tem.
Com Jesus o Povo Eleito recebeu a Lei de Cristo, cujos ensinos estão em todo o Evangelho e de modo detalhado nas Bem-aventuranças. Esta foi a Nova Lei que inclui e supera a Lei de Moisés.
Com Jesus o Povo Eleito entrou na época definitiva do Reino de Deus, que terá sua plenitude no fim dos tempos, quando a todos será dada a Salvação Eterna.
Esta Lei de Cristo foi conhecida e anunciada por São Paulo. Ele evangelizou Corinto e ensinou um modo de ser santo como Jesus é o Santo de Deus. Ele aconselhou os coríntios a aguardar a volta gloriosa de Cristo vivendo unicamente para esta Santidade como a de Jesus. E para isto, os que quisessem podiam preferir o celibato ao casamento. É o que ouvimos hoje na Segunda Leitura.
Para nossos dias está a mensagem do Salmo Responsorial que canta nosso Deus como rochedo salvador, e diz:
6. Vinde adoremos e prostremo-nos por terra, e ajoelhemos ante o Deus que nos criou!
7. Porque Ele é o nosso Deus, nosso pastor, e nós somos o seu povo e seu rebanho, as ovelhas que conduz com sua mão. [Sl 94(95),6-7].
Vejamos em Jesus a imagem do Deus Pastor de seu rebanho, que somos nós, a Sua Igreja. Ele é o Santo de Deus.
Autor: Pe. Valdir Marques, SJ, Doutor em Teologia Bíblica pela Pontifícia Universidade Gregoriana de Roma.
Descobrindo a Bíblia
O tecido do Evangelho de Marcos
Queremos descobrir a fisionomia própria do evangelho de Marcos. Marcos é o evangelho modelo, a ponto de ter sido incorporado também nos evangelhos, mais novos, de Mateus e de Lucas. Na diversidade dos evangelhos, Marcos é quem dá o tom fundamental.

O evangelho de Marcos se distingue por sua singeleza. É o mais curto dos evangelhos. Usa uma linguagem simples e popular. Mas não é um evangelho simplório. Caracteriza-se por três linhas fundamentais. Poderíamos compará-lo com um tecido branco, no qual foram entrelaçados três fios coloridos, por vezes escondidos, por vezes desenhando figuras no tecido.

O primeiro destes fios — bem chamativo, vermelho, digamos — é o do caminho. Em todo o evangelho de Marcos, Jesus está sempre a caminho (1,9.12.14.16.19.21 etc.). Esse caminho só termina no Gólgota, na cruz. Ou talvez nem mesmo ali. Pois o anjo que aparece às mulheres na manhã da Ressurreição, junto ao túmulo vazio, manda-as comunicar aos discípulos que eles devem voltar à Galiléia (16,7), onde Jesus os “precederá” (como um pastor às ovelhas): a caminhada continua. A ponto de a primeira Igreja ser chamada de “o Caminho” (At 9,2; 19,9.23; 22,14.22). Este modo de falar vem do Antigo Testamento: o que o antigo povo de Israel fez no deserto foi caminhar, e a Lei ou Ensinamento que Moisés lhes dá chama-se o “caminho” (Dt 30,16), do qual não se devem desviar nem para a direita, nem para a esquerda. Ser cristão é trilhar o novo caminho que Jesus abriu na caminhada de sua própria vida.

O segundo fio, um pouco mais discreto — verde, digamos — é o do discipulado. A primeira coisa que Jesus faz, quando começa a anunciar a boa nova do reino de Deus (1,14-15), é chamar discípulos. Chama-os por onde passa: entre os pescadores (1,16-20) e os pecadores (2,13-17)... Logo mais constitui doze deles (o número das tribos de Israel), para representar o novo povo de Deus (3,13). Ensina-os a fazer uso das parábolas (4,13.24-25.33-34). Depois, envia-os a fazer a mesma coisa que ele faz: pregar e curar, libertar o mundo do domínio do mal (6,7). Mas os discípulos são aprendizes obtusos... Diversas vezes, Jesus denuncia-lhes a incompreensão (4,40; 6,25; 8,21). E na hora de sua morte, eles nem estão aí: dispersaram-se como as ovelhas quando se mata o pastor (14,27). Perto da cruz, só se encontram algumas mulheres do grupo que o seguiu da Galiléia a Jerusalém (15,40-41)...

A partir desta observação, descobrimos o terceiro fio que permeia o evangelho de Marcos. É um fio que não se percebe à primeira vista. É como esses fios dourados que só aparecem na plena luz do sol. É o fio da pessoa e missão de Jesus. Na primeira metade do evangelho (1,14–8,26), desde que Jesus começa a anunciar que “o Reino de Deus chegou” (1,14-15), as pessoas perguntam: “Quem é esse, a quem até o vento e o mar obedecem?” (4,41). O rei Herodes Antipas pensa que seja Jesus a reencarnação de João Batista que ele mandara matar (6,14-16), enquanto o povo reconhece que Jesus fez tudo bem feito (7,37). A segunda metade do evangelho começa quando Jesus pergunta a seus “aprendizes” se eles já descobriram quem ele é. Pedro, em nome dos Doze, responde: “Tu és o Cristo (= Messias)” (8,27-30). E logo Jesus começa a dizer que o “filho do homem” deve sofrer e morrer... e ressuscitar. Sem ouvir esta última palavra, Pedro protesta. Mas Jesus o censura, chamando-o de Satanás (= tentador, opositor) (8,31-33). A partir daí, Jesus começa a ensinar qual é a lógica desse misterioso “filho do homem” (= o enviado de Deus conforme a imagem do livro de Dn 7,13-14): é a lógica do “servo de Deus” (de Is 53), que dá sua vida pela multidão humana (Mc 10,45, durante a subida a Jerusalém; e 14,24, na Última Ceia). É o Filho de Deus” (Mc 1,11; 9,7; 15,39). Assim encontramos, nesta segunda parte, as instruções sobre o seguimento (8,34-38), a humildade (9,33-37), a fidelidade radical no matrimônio (10,1-12), o despojamento (10,17-23), o supremo mandamento do amor (12,28-34). Aqui se unem os três fios que permeiam o tecido. Só quando se começa a compreender quem é Jesus e para que ele veio, é que se pode segui-lo pelo caminho e ser discípulo de verdade.

Artigo extraído do livro Descobrir a Bíblia a partir da Liturgia, Pe. Johan Konings, Loyola, 1997.

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