quarta-feira, 24 de janeiro de 2018

Liturgia do dia 31/01/2018


Liturgia do dia 31/01/2018


Leituras
2Sm 24,2.9-17
Sl 31(32),1-2.5.6.7 (R/. cf. 5c)
Mc 6,1-6

4ª semana do Tempo Comum - Ano B

Quarta-Feira

Primeira Leitura:2Sm 24,2.9-17

Naqueles dias 2 O rei Davi disse a Joab, chefe do exército, que estava com ele: “Percorrei todas as tribos de Israel, de Dan a Bersabé, e fazei o recenseamento do povo, para que eu conheça o seu número!”. 9 Joab entregou ao rei o resultado do recenseamento do povo. Havia em Israel oitocentos mil homens aptos para a guerra, que manejavam a espada; e, em Judá, quinhentos mil. 10 Mas depois disso, Davi sentiu remorsos de ter recenseado o povo. E rezou a Javé: “Pequei gravemente fazendo isto! Apaga, ó Javé, a culpa de teu servo, pois cometi uma loucura!”. 11 Levantando-se Davi na manhã seguinte, foi a palavra de Javé dirigida ao profeta Gad, vidente de Davi: 12 “Vai falar a Davi: ‘Assim diz Javé: proponho-te três coisas; escolhe uma delas, e eu a realizarei’”. 13 Gad veio ter com Davi, comunicando-lhe essa proposta, e declarando: “Queres tu que te venham três anos de fome sobre o país, ou fugirás durante três meses diante do inimigo que te persegue, ou haverá uma peste de três dias em teu país; agora reflete e vê o que devo responder a quem me enviou”. 14 Davi respondeu a Gad: “Estou em grande angústia… Ah! caiamos nas mãos de Javé, pois grande é sua misericórdia; mas que eu não caia na mão dos homens”.15 Davi escolheu a peste.Era o tempo da ceifa do trigo. Javé mandou a peste sobre Israel, a partir da manhã até o tempo estabelecido, e morreram, de Dan até Bersabé, setenta mil homens. 16 O Anjo ia já erguendo a sua mão contra Jerusalém para exterminá-la, mas Javé se arrependeu desse mal, e disse ao Anjo que exterminava o povo: “Basta; retira agora tua mão!”. Ora, o Anjo de Javé se achava perto da eira de Arauna, o Jebuseu. 17 Davi, avistando o Anjo que ferira o povo, disse a Javé: “Fui eu quem pecou, eu quem fez o mal! Estas ovelhas, porém, que fizeram elas? Que a tua mão se abata contra mim e a casa de meu pai!”.
Salmo: Sl 31(32),1-2.5.6.7 (R/. cf. 5c)
R. Perdoai-me, Senhor, meu pecado!
1 Feliz o pecador que é perdoado, aquele cuja falta foi coberta! 2 Feliz o que o Senhor vê sem malícia, e já não tem engano em seu espírito!

5 Enfim te confessei o meu pecado, já não mais escondi a minha culpa. Disse: “Vou confessar a minha falta!”, e o meu pecado, ó Deus, absolveste!

6 Todo fiel, portanto, a ti recorra, ao sentir-se atingido pela angústia. Pois, embora transbordem muitas águas, não poderão chegar onde se encontra.

Tu me salvas da angústia, ó meu refúgio, em hinos de alegria tu me envolves.
Evangelho: Mc 6,1-6

1 Saindo dali, Jesus foi a Nazaré,sua terra. Seus discípulos o acompanhavam. 2 E, no sábado, se pôs a ensinar na sinagoga. Muitos ouvintes ficaram admirados e diziam: “Donde lhe vêm estas coisas? Que sabedoria é essa que lhe foi dada e esses grandes milagres feitos por suas mãos? 3 Não é este o carpinteiro, o filho de Maria, o irmão de Tiago, de Joset, de Judas e de Simão? E suas irmãs, não vivem aqui entre nós?”. E isso os impedia de crer nele. 4 Jesus lhes dizia: “Um profeta só é estimado fora da sua terra natal, longe dos irmãos e da família em geral”. E não podia fazer lá nenhum milagre, a não ser o de curar alguns doentes, impondo-lhes as mãos. 6 E ficou admirado da sua falta de fé! Jesus andava pelos povoados vizinhos, e ensinava.
Leituras: Diretório da Liturgia e da Organização da Igreja no Brasil 2018 - Ano B - São Marcos, Brasília, Edições CNBB, 2017.
Citações bíblicas: Bíblia Mensagem de Deus, São Paulo, Edições Loyola e Editora Santuário, 2016.
Boa Nova para cada dia
Jesus lhes dizia:
“Um profeta só não é estimado em sua pátria, entre seus parentes e familiares”. (Mc 6,4).
Aqui está um trecho do Evangelho de Marcos em que Jesus se afirma claramente como Profeta. Isto é, Ele tinha perfeita consciência de ser O Profeta anunciado por Moisés em Dt 18,18.
Devemos ver neste episódio narrado por Marcos a grande inauguração da missão de Jesus como Profeta diante de seus parentes de Nazaré. Se Jesus foi até lá, esperava uma recepção positiva de seu autoanúncio como Profeta e como o Messias de Israel. 
Mas foi o contrário que aconteceu. Então Jesus revela sua decepção dizendo que um profeta só não é estimado em sua terra, entre seus parentes e amigos. Ora, se Jesus disse isto, foi porque conhecia a história dos profetas antigos, vários deles mortos por seus concidadãos. Moisés quase foi apedrejado (Nm 14,10); a rainha Jezabel ameaçou de morte o profeta Elias (1Rs 19,2); o profeta Zacarias foi apedrejado e morto por ordem de Joás, Rei de Judá, (2Cron, 24,20-21. Jesus também revela seu conhecimento sobre os maltratos contra os profetas quando conta a parábola dos vinhateiros homicidas, em Mt 21,35.
A missão de profeta dada por Deus, era, portanto, arriscada. O próprio Povo Eleito cometia maltratos e assassinatos daqueles que Deus lhes enviava.
Mas nada disto deteve Jesus de sua missão profética e messiânica.
Ele a aceitou como vontade de Deus Pai, e enquanto ‘O Profeta’, morreu na Cruz em Jerusalém. Ele mesmo tinha dito que não convinha a um profeta morrer em outra cidade (Lc 13,33). Isto porque Jerusalém era o símbolo de todo o Povo Eleito, que Deus escolhera a partir dos Patriarcas, salvara da escravidão no Egito e na Babilônia. Era naquela cidade que Deus queria que Seu Filho morresse e ressuscitasse. Dali, de fato saíram os discípulos de Jesus levando a todo o mundo seu Evangelho, sua Salvação. Era o novo Moisés da Salvação definitiva do Novo Povo Eleito. Tendo salvo Israel e as nações de seus pecados, Jesus, O Filho de Deus, O Profeta, O Messias, realizara plenamente o Plano Salvador de Deus para toda a humanidade.

Autor: Pe. Valdir Marques, SJ, Doutor em Teologia Bíblica pela Pontifícia Universidade Gregoriana de Roma.

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