sexta-feira, 16 de março de 2018

Liturgia do dia 05/03/2018


Liturgia do dia 05/03/2018


Leituras
2Rs 5,1-15a
Sl 41(42),2.3; Sl 42(43),3.4 (R/. 41 [42],3)
Lc 4,24-30

3º SEMANA DA QUARESMA

Segunda-Feira

Primeira Leitura: 2Rs 5,1-15a

1 Naaman, chefe do exército do rei de Aram, era homem muito estimado e considerado pelo seu senhor, porque fora por ele que Javé concedera a vitória aos arameus. Mas este homem era leproso. 2 Ao invadirem os arameus a terra de Israel, levaram dali uma menina que se tornou escrava da esposa de Naaman. 3 Disse ela à sua senhora: “Oh! Se meu senhor visse o profeta que vive em Samaria, este com certeza o livraria da lepra”. Naaman informou seu senhor, falando: “A menina da terra de Israel disse isso e isso”. 5 O rei de Aram respondeu: “Vai, que eu escreverei uma carta ao rei de Israel”. Partiu, pois, Naaman, levando consigo dez talentos de prata, seis mil peças de ouro e dez vestes de gala. 6 Entregou ao rei de Israel a carta que dizia: “Junto com esta carta envio-te meu servo Naaman, para que o cures da lepra”.7 O rei de Israel, tendo lido a carta, rasgou suas vestes, exclamando: “Sou eu um deus para fazer morrer ou viver, para que me mandem curar alguém da lepra? Não veem logo que ele procura um pretexto contra mim?”. 8 Eliseu, o homem de Deus, ao saber que o rei de Israel rasgara as vestes, mandou-lhe dizer: “Por que rasgaste as vestes? Que ele venha a mim, para que saiba que há um profeta em Israel”. 9 Veio assim Naaman com seus cavalos e seu carro, e parou à porta de Eliseu. 10 Eliseu mandou dizer por um mensageiro: “Vai lavar-te sete vezes no Jordão, e ficará limpa a tua carne!”. 11 Naaman irritou-se e foi dizendo: “Pensei comigo: ele sairá, apresentar-se-á e invocará o nome de Javé, seu Deus, e tocará com sua mão o lugar da lepra, curando-me então! 12 Os rios de Damasco, o Abna e o Farfar, não são melhores que todas as águas de Israel? Não posso lavar-me lá e ficar limpo?”. E, voltando as costas, retirou-se cheio de cólera. 13Aproximaram-se seus servos para falar, e disseram: “Meu pai, se o profeta te tivesse ordenado coisa mais difícil, não a terias feito? Tanto melhor se apenas te disse: ‘Lava-te, e ficarás limpo da lepra”’. 14 Desceu Naaman e mergulhou sete vezes no Jordão, segundo a palavra do homem de Deus, e sua carne se tornou limpa como a de uma criança. 15 Voltou, então, com todo o seu séquito, à casa do homem de Deus.
Salmo: Sl 41(42),2.3; Sl 42(43),3.4 (R/. 41 [42],3)
R. Minha alma tem sede de Deus, do Deus vivo: e quando verei a face de Deus?
2 Anseia a corça por água viva, assim minh’alma por ti, meu Deus.

3 Ela tem sede de ti, Deus vivo; quando verei a tua face?

15 (3) Tua luz manda-me, tua verdade: guiem-me ao templo, teu monte santo!

16 (4) E então irei ao teu altar, Deus do meu júbilo, minha alegria. Dar-te-ei graças, ao som da cítara, a ti, meu Deus, a ti, Senhor.
Evangelho: Lc 4,24-30

Disse Jesus: 24 “Eu vos declaro: nenhum profeta é bem recebido na sua terra. 25 Sem dúvida, eu vos afirmo que havia muitas viúvas em Israel no tempo de Elias, quando o céu ficou fechado durante três anos e seis meses e grande fome devastou todo o país. 26 No entanto, Elias não foi enviado a nenhuma delas, mas, sim, a uma viúva de Sarepta, na região de Sidon. 27 Havia também muitos leprosos em Israel, no tempo do profeta Eliseu; e nenhum deles foi curado, a não ser o sírio Naaman”. 28 Ouvindo estas palavras, os que estavam na sinagoga ficaram com muita cólera, 29 se levantaram e o levaram para fora da cidade, até o alto do morro sobre o qual ela estava construída, para o jogarem dali abaixo. 30 Mas Jesus passou pelo meio deles e seguiu seu caminho.
Leituras: Diretório da Liturgia e da Organização da Igreja no Brasil 2018 - Ano B - São Marcos, Brasília, Edições CNBB, 2017.
Citações bíblicas: Bíblia Mensagem de Deus, São Paulo, Edições Loyola e Editora Santuário, 2016.
Boa Nova para cada dia
“...nenhum profeta é bem recebido em sua pátria”.(Lc 4,24b).A descrição do encontro de Jesus com seus parentes de Nazaré é bastante conhecida de todos nós. É o tema do Evangelho de hoje.
Neste fato, o que mais nos impressiona é a rejeição de Jesus por parte da população de Nazaré. Mesmo sabendo das curas milagrosas feitas por ele em Cafarnaum, aquela comunidade não O acolheu como Ele esperava.
Ora, quando Jesus lhes falou na sinagoga, fez algo muito superior a qualquer cura ou milagre. Ele se manifestou a seus parentes como o Messias profetizado no Livro de Isaías, tal como Ele leu e explicou a todos.
Por qual motivo isto não bastou ao povo de Nazaré?
Foi porque aquele povo também alimentava a ideia errada sobre a origem do Messias. Achavam que devia vir de Belém de Judá (Jo 7,42); Ele devia ser da família de Davi e não filho de um simples carpinteiro de Nazaré. Se Jesus dizia ser o Messias, para eles não era outra coisa que um impostor.
Não entendemos como o povo de Nazaré não sabia que Jesus tinha nascido em Belém e que José e Maria nunca disseram isto a seus parentes. Para nós, que comemoramos o nascimento de Jesus em Belém, isto parece impensável.
No entanto, deve ter sido isto que aconteceu: o povo da Nazaré não ficou sabendo do nascimento de Jesus em Belém. Para esta questão não temos resposta até hoje, embora os especialistas no Evangelho de Lucas digam que Jesus nasceu em Nazaré mesmo, e que para Lucas era necessário provar o nascimento de Jesus em Belém, para afirmar sua origem na família de Davi, conforme tinham dito os profetas no passado.
Mas, estando estas coisas complicadas para os especialistas, vamos deixar a questão assim como a conhecemos até que eles solucionem melhor esta questão.
A Lucas importa a afirmação de Jesus de que era Ele o Messias, o Profeta que Moisés tinha preanunciado em Dt 18,18.
Mais ainda, a Lucas interessa afirmar que Jesus, em toda a sua missão de anunciador do Reino de Deus, teve rejeição de quase todos os judeus, de seus parentes inclusive. Por quê?
Era porque a perseguição de um profeta em Israel nos tempos de Jesus era precisamente uma das provas de que Ele era o autêntico Profeta. João Batista era autêntico profeta, e fora rejeitado e morto. No passado muitos profetas em Israel eram perseguidos ou mortos. Jesus pensou que lembrando isto aos seus conterrâneos, conseguiria convencê-los de que Ele era o Profeta verdadeiro.
Mas não foi isto o que aconteceu. A Jesus o povo de Nazaré dava um tratamento parecido com o dos judeus do tempo de Isaías. Este profeta fora rejeitado pelos israelitas mas reconhecido como profeta pela viúva de Sarepta, que não era judia. Um estrangeiro sírio, Naamã, ouviu as palavras do profeta Eliseu e foi curado da lepra: Deus não enviara Eliseu para curar os leprosos de Israel, porque os israelitas não o aceitariam nem mesmo assim.
O pecado dos nazarenos foi ampliado por uma exigência que puseram a Jesus: que fizesse portentos e milagres espetaculares para se divertirem. Eles ficariam contentes pelo fato de ter saído de sua cidade um homem com aqueles poderes. Mas isto não significa que O reconheceriam como o Messias e o Profeta preanunciado por Moisés.
Jesus se recusou a ser objeto de enganos. Ele já fora tentado à vaidade por Satanás, que sugeriu que saltasse do pináculo do Templo: seria um espetáculo e levaria muitos a seguir Jesus. Mas Jesus sabia que isto era engano e o demônio foi derrotado por Ele.
Os milagres de Jesus tinham outro objetivo: revelar que com Ele o Reino de Deus tinha chegado ao mundo e que o reino de Satanás estava derrotado.Jesus perdoava os pecados e purificava as pessoas para que estivessem em condições de encontrar a Deus. O demônio tentava para o pecado e para que as pessoas se afastassem de Deus. O demônio levava para a morte eterna; e Jesus, ao contrário, veio chamar todos à Salvação para a Vida Eterna.
Muitas pessoas hoje em dia não reconhecem Jesus nem como o Profeta preanunciado por Moisés nem como o Messias prometido pelos profetas.
Menos ainda admitem que Ele seja o Filho de Deus. Estas pessoas não recebem de Jesus o perdão dos pecados nem merecem, assim, a Vida Eterna que Ele veio trazer a todo homem que vem a este mundo.
No entanto Ele mesmo, continua convidando todos à conversão. E é pela conversão que neste tempo de Quaresma fazemos nossa penitência e pedido de perdão a Deus.
Que Deus nos ouça, e que todos os convidados à conversão acolham Jesus, ao contrário de seus familiares em Nazaré.

Autor: Pe. Valdir Marques, SJ, Doutor em Teologia Bíblica pela Pontifícia Universidade Gregoriana de Roma.

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