quarta-feira, 14 de março de 2018

Liturgia do dia 28/02/2018


Liturgia do dia 28/02/2018


Leituras
Jr 18,18-20
Sl 30(31), 5-6.14.15-16 (R/. 17b)
Mt 20,17-28

2ª semana da Quaresma

Quarta-Feira

Primeira Leitura: Jr 18,18-20

Naqueles dias 18 Disseram: “Vinde! Atentemos contra Jeremias, porque não faltará instrução ao sacerdote, nem conselho ao sábio, nem palavra ao profeta. Vinde! Golpeemo-lo com sua própria língua; estejamos atentos a todas as suas palavras”. 19 Presta-me atenção, Javé, e ouve o que dizem meus adversários! 20 Paga-se o bem com o mal? Cavaram uma cova para mim. Lembra-te como estive diante de ti para interceder por eles e afastar deles a tua cólera!
Salmo: Sl 30(31), 5-6.14.15-16 (R/. 17b)

R. Salvai-me pela vossa compaixão, ó Senhor Deus!

5 Da rede armada contra mim me arrancas, porque és, Senhor, a minha fortaleza. 6 Nas tuas mãos deponho o meu espírito, porque és um Deus fiel e me redimes.

14 Tudo à volta de mim me enche de medo, escuto as ameaças que sussurram. Juntam-se contra mim em seus conluios: como tirar-me a vida se perguntam.

15 Confio em ti, Senhor, apesar disso, e declaro: Senhor, és o meu Deus! 16 Em tuas mãos se encontra o meu destino; liberta-me das mãos que me perseguem!
Evangelho: Mt 20,17-28

17 Subindo a Jerusalém, Jesus chamou à parte os doze discípulos e falou-lhes durante a caminhada: 18 “Estamos subindo para Jerusalém e o Filho do homem será entregue aos sacerdotes-chefes e aos mestres da lei. Eles o condenarão à morte 19 e o entregarão aos pagãos para que seja insultado, açoitado e crucificado. Mas, no terceiro dia, resssuscitará”. 20 Então a mãe dos filhos de Zebedeu chegou perto de Jesus com os seus filhos e prostrou-se diante dele para lhe fazer uma súplica. 21 Ele lhe perguntou: “Que queres?”. Ela lhe respondeu: “Ordena que estes meus dois filhos se sentem, um à tua direita e outro à tua esquerda, no teu reino”. 22 Jesus replicou: “Não sabeis o que estais pedindo. Podeis beber do cálice que estou para beber?”. Disseram-lhe: “Podemos”. 23 Ele continuou: “Haveis de beber do meu cálice. Mas quanto a vos sentardes à minha direita ou à minha esquerda, não me cabe concedê-lo, porque estes lugares são destinados àqueles para os quais meu Pai os reservou”. 24 Ouvindo isto, os outros dez ficaram indignados contra os dois irmãos. 25 Jesus então os reuniu e disse: “Sabeis que os chefes das nações as governam e os grandes exercem o poder sobre elas. 26Mas entre vós não será assim. E quem quiser fazer-se grande entre vós será vosso servidor, 27 e quem quiser ser o primeiro dentre vós será o vosso empregado, 28 a exemplo do Filho do homem, que não veio para ser servido, mas para servir e dar a sua vida em resgate pela multidão dos homens”.
Leituras: Diretório da Liturgia e da Organização da Igreja no Brasil 2018 - Ano B - São Marcos, Brasília, Edições CNBB, 2017.
Citações bíblicas: Bíblia Mensagem de Deus, São Paulo, Edições Loyola e Editora Santuário, 2016.
Boa Nova para cada dia
“Podeis, acaso, beber o cálice que eu vou beber?”(Mt 20,22c).
Continua sendo tema do Evangelho de hoje a conversão individual e comunitária.
Esta conversão deve ser orientada para o bom andamento da vida em comunidade cristã, em primeiro lugar, e, de maneira ampliada, a toda a sociedade humana.
Jesus teve uma ingrata surpresa quando ouviu a ambição de três de seus discípulos. Tratava-se de luta pelos lugares mais influentes no futuro Reino que Jesus instalaria no mundo. Os três discípulos envolvidos eram: a esposa de Zebedeu e seus filhos, João e Tiago. O pedido que ela fez foi este: “Manda que estes meus dois filhos se sentem, no teu Reino, um à tua direita e outro à tua esquerda”. (Mt 20,21cd).
Jesus se deu conta de que aquela ambição era excessiva. Além do mais, surpreendeu-se de que a mãe dos discípulos que Ele mais prezava era quem fazia aquele pedido. Entendeu que nem a mãe nem os filhos sabiam do que estavam falando. Por isso sua resposta foi paciente: “Podeis, acaso, beber o cálice que eu vou beber?” (Mt 20,22c).
Ele lhes fez entender que somente o Pai determinaria quem estaria ao seu lado em seu Reino. Mas chegar ao lado deste trono tinha um preço: beber do cálice que o Pai Lhe tinha preparado, isto é, sua Paixão e Morte.
Como os discípulos João e Tiago dificilmente aceitaram as profecias de Jesus sobre sua Paixão e Morte, como os demais apóstolos, não sabiam que o cálice a beber seria esse. Ingenuamente responderam que poderiam bebê-lo. Com paciência, novamente, Jesus profetiza que um dia beberão daquele cálice desconhecido. Mas não estariam ao lado de seu trono.
Tiago morreu martirizado, pouco tempo depois de Jesus, por ordem de Herodes (At 12,2).
João padeceu na prisão da ilha de Patmos no tempo do imperador Domiciano. Porém sua morte foi natural, em Éfeso, conforme antiga tradição.
Esta é uma lição para quem tem pretensão de poder. Qualquer um de nós pode correr este risco.
Nesta Quaresma os líderes de comunidades eclesiais, paroquiais e sociais encontram neste Evangelho outro ‘mandamento’ de Jesus. É este o momento adequado para perguntar-se pelo tipo de liderança que está sendo exercido, porque outras pessoas podem sofrer por causa de líderes autoritários e anticomunitários. Ceder espaço a outras pessoas bem intencionadas e preparadas é um dever em Igreja.

Autor: Pe. Valdir Marques, SJ, Doutor em Teologia Bíblica pela Pontifícia Universidade Gregoriana de Roma.

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