sexta-feira, 16 de março de 2018

Liturgia do dia 18/03/2018


Liturgia do dia 18/03/2018


Leituras
Jr 31,31-34
Sl 50(51),3-4.12-13.14-15 (R/. 12a)
Hb 5,7-9
Jo 12,20-33

5º DOMINGO DA QUARESMA

Domingo

Primeira Leitura: Jr 31,31-34

31 Eis que dias virão — oráculo de Javé — quando concluirei com a Casa de Israel e de Judá uma nova aliança: 32 não à guisa da aliança que concluí com os seus pais, no dia em que os tomei pela mão, para os tirar do Egito, aliança minha que eles violaram, embora eu fosse seu Senhor — oráculo de Javé. 33 Mas esta será a aliança que concluirei com a Casa de Israel depois desses dias, oráculo de Javé, eu imprimirei minha Lei dentro deles, e no seu coração a escreverei; então, eu serei seu Deus e eles serão meu povo. 34 E já não deverão estimular-se uns aos outros, nestes termos: “Reconhecei a Javé”, pois todos, desde o menor ao maior, me reconhecerão — oráculo de Javé —, pois perdoarei sua culpa e do seu pecado já não me lembrarei.
Salmo: Sl 50(51),3-4.12-13.14-15 (R/. 12a)
R. Um coração sem mancha cria em mim, Senhor!
3 Deus, tem pena de mim no teu amor, teu grande amor apague o meu pecado!4 Lava completamente a minha culpa, de toda iniquidade purifica-me!

12 Um coração sem mancha cria em mim, renova em mim o espírito de força. 13 Não me afastes, ó Deus, da tua face, teu espírito santo não me tires!

14 Alegre-me de novo o teu auxílio, inspira-me uma pronta obediência. 15 Ensinarei aos maus os teus caminhos, e voltarão a ti os pecadores.
Segunda Leitura: Hb 5,7-9

7 Cristo, nos dias da sua vida na terra, dirigiu petições e súplicas, com veementes clamores e lágrimas, a Deus que o podia libertar da morte. E foi ouvido por causa da sua piedade. 8 Embora fosse Filho, aprendeu a obediência por meio dos sofrimentos que padeceu. 9 E, tendo-se tornado perfeito, fez-se causa de salvação eterna para todos quantos lhe obedecem.

Evangelho: Jo 12,20-33

Naquele tempo: 20 havia alguns gregos entre os que tinham ido prestar culto durante a festa. 21 Eles se dirigiram a Filipe, que era de Betsaida, na Galileia, e pediram: “Senhor, gostaríamos de ver Jesus!”. 22 Filipe foi falar com André; André e Filipe foram juntos falar com Jesus. 23 Jesus lhes respondeu: “Chegou a hora na qual o Filho do Homem será glorificado. 24 Eu vos afirmo e esta é a verdade: se o grão de trigo não cair na terra e morrer, ficará só. Se, pelo contrário, ele morrer, dará muito fruto. 25 Quem ama sua vida a perderá; quem, neste mundo, odeia sua vida a guardará para a vida eterna. 26 Se alguém me quer servir, que me siga, e onde eu estiver, estará também meu servidor. Se alguém me servir, o Pai o honrará. 27 Sinto agora grande aflição. E, que direi? Pai, livra me desta hora? Não. É precisamente para esta hora que eu vim. 28 Pai, glorifica o teu nome!”. Veio então uma voz do céu: “Já o glorifiquei e o glorificarei de novo”. 29 A multidão que ali estava e tinha ouvido, dizia que era um trovão. Outros diziam: “Um anjo falou com ele!”. 30 Jesus explicou: “Não foi por minha causa que ressoou esta voz, mas por vossa causa. 31Este é o momento em que este mundo vai ser julgado. Este é o momento em que o príncipe deste mundo será lançado fora. 32 Mas eu, quando for elevado da terra, atrairei todos a mim”. 33 Dizia isso querendo dar a entender de que morte haveria de morrer.
Leituras: Diretório da Liturgia e da Organização da Igreja no Brasil 2018 - Ano B - São Marcos, Brasília, Edições CNBB, 2017.
Citações bíblicas: Bíblia Mensagem de Deus, São Paulo, Edições Loyola e Editora Santuário, 2016.
Boa Nova para cada dia
COM O SANGUE DE JESUS EM SUA MORTE DEUS INAUGUROU A NOVA ALIANÇA  PARA SALVAÇÃO NÃO SÓ DE ISRAEL 
COMO PARA TODA A HUMANIDADE
Como pano de fundo para entendermos o Evangelho de hoje está a Primeira Leitura, em que o profeta Jeremias transmite a Israel uma profecia com as palavras de Deus:
“Esta será a Aliança que concluirei com a casa de Israel, depois desses dias, - diz o Senhor: imprimirei minha Lei em suas entranhas, hei de inscrevê-la em seu coração;  serei seu Deus e eles serão meu povo”. (Jr 31,33).
Ao ouvirem estas palavras, os israelitas não entenderam toda a sua profundidade. Era uma profecia para se cumprir no futuro distante. E este futuro se tornou presente quando Jesus, com seus discípulos na última ceia, ... depois de cear, 
tomou o cálice, dizendo:
“Este é o cálice da Nova Aliança no Meu Sanguederramado por vós”
. (Lc 22,20)
No tempo de Jeremias ninguém conseguiria entender que seria por meio de Jesus que Deus realizaria a Nova Aliança. Mas todos podiam entender que entre Deus e os homens já a Antiga Aliança tinha sido selada com o sangue de animais, como o fizera Moisés, nomeando seu irmão Aarão como sacerdote do povo e oficiador dos sacrifícios para o perdão dos pecados do povo (Lv 8,6-36).
No tempo de Jesus todos podiam entender que a Nova Aliança seria selada com o Sangue Dele. Esta compreensão ficou tão firme na lembrança dos cristãos, que São Paulo, mais de trinta anos depois da Morte e Ressurreição de Jesus, escreveu em sua Primeira Carta aos Coríntios: “Este cálice é a Nova Aliança no Meu Sangue; fazei isto todas as vezes que o beberdes em memória de Mim”. (1Cor 11,25).
Ora, com o passar do tempo o Povo Eleito desrespeitou a Antiga Aliança. Deus, então, por meio de Jeremias, promete uma Nova Aliança, justificando-a, com estas palavras:
31. “Eis que dias virão, diz o Senhor, em que concluirei com a casa de Israel e a casa de Judá uma Nova Aliança;
32. não como a Aliança que fiz com seus pais, quando os tomei pela mão para retirá-los da terra do Egito, e que eles violaram ...”. 
 (Jr 31,31-32).
Nada está dito aqui quanto ao sangue necessário para selar uma Nova Aliança. No entanto está aqui uma informação preciosa para entendermos o que Deus realizará por meio de Jesus, enviando, em Sua Nova Aliança, os dons do Espírito Santo para que conheçamos a vontade divina individualmente:
“... imprimirei minha Lei em suas entranhas, hei de inscrevê-la em seu coração; serei seu Deus e eles serão meu povo”. (Jr 31,33).
É o Espírito Santo que nos revela a vontade de Deus, escrita em nossos corações.
No Evangelho de hoje Jesus não descreve o efeito de Sua Morte e da Nova Aliança sobre quem a acolhe. No Evangelho não era a questão a ser tratada. No entanto, lembramos esta questão por meio da Liturgia da Palavra deste dia. Isto porque no Salmo Responsorial as pessoas que creem em Deus e em suas Alianças podem Lhe pedir um coração purificado para acolher a vontade Dele da melhor maneira possível, tanto na Antiga como na Nova Aliança.
Diz o Salmo Responsorial:
Criai em mim um coração que seja puro,
dai-me de novo um espírito decidido. 
[Sl 50(51),12].
Para cumprir as exigências da Aliança é necessária a intenção reta e pura dos corações santificados por ela. Por nós mesmos não conseguimos isto, mas Deus o pode realizar. Seu Filho tinha puro seu Coração e um espírito decidido a cumprir a vontade do Pai sem hesitação nem temor pelas ameaças dos judeus contra Sua vida. Jesus somente irá para seu sacrifício definitivo somente quando chegar a Sua Hora.
Por isso Jesus disse, no Evangelho que ouvimos hoje:
“Agora sinto-Me angustiado.
E que direi?” ‘Pai, livra-me desta hora?’.
Mas foi para esta hora que Eu vim”. 
(Jo 12,27).
Quando diz: “... foi para esta hora que Eu vim”, revela seu espírito firme na decisão de obedecer à vontade do Pai, isto é, que derramando Seu Sangue estabelecesse a Nova Aliança.
No fim do primeiro século da era cristã um autor escreveu um texto que a Igreja conservou sob o nome de Epístola aos Hebreus, que também lemos hoje na Liturgia da Palavra:
Mesmo sendo Filho,
aprendeu o que significa a obediência a Deus
por aquilo que Ele sofreu.
Mas, na consumação de sua vida,
tornou-se causa de Salvação Eterna
para todos os que lhe obedecem. 
 (Hb 5,8-9).
Aqui está a compreensão da Igreja primitiva sobre o sentido da Morte de Jesus: sua obediência ao Pai que lhe pediu Sua Morte para a Salvação de todos, era a Nova Aliança em realização efetiva e eficaz, pois naconsumação de sua vida, tornou-se causa de Salvação Eterna para todos os que Lhe obedecem.
Ora, os que obedecem a Jesus em Sua Nova Aliança somos nós, os cristãos, os batizados filhos de Deus,os que recebemos as virtudes da Fé, Esperança e Caridade, e recebemos os dons do Espírito Santo para saber obedecer corretamente a tudo o que Jesus nos ensinou e espera de nós.
Vivemos, pois, a Nova Aliança, no cumprimento da Vontade de Deus Pai e de Seu Filho Jesus.
Nesta Quaresma tomamos consciência de todas estas instruções para chegarmos à Salvação que a Nova Aliança nos garante.
O Tempo da Quaresma é um momento apropriado para nos perguntarmos:
a)      O que entendemos por Nova Aliança?
b)      
Como Jesus a realizou?
c)       
Como a atualizamos na Eucaristia?
d)      
Como a vivenciamos ao longo de nossa vida?
e)      
O que esperamos como seu resultado?
f)       
Como podemos pedir a Deus que dela não nos afastemos?
Meditemos sobre estes pontos e alimentemos assim nossa oração no dia de hoje.
Autor: Pe. Valdir Marques, SJ, Doutor em Teologia Bíblica pela Pontifícia Universidade Gregoriana de Roma.

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