segunda-feira, 9 de abril de 2018

Liturgia do dia 22/03/2018


Liturgia do dia 22/03/2018


Leituras
Gn 17,3-9
Sl 104(105),4-5.6-7.8-9 (R/. 8a)
Jo 8,51-59

5ª SEMANA DA QUARESMA

Quinta-Feira

Primeira Leitura: Gn 17,3-9

Naqueles dias: 3 Abrão caiu com o rosto em terra, e Deus assim lhe falou: 4 “Eis minha aliança contigo: serás pai de uma multidão de nações. 5 E não mais levarás o nome de ‘Abrão’, mas chamar te-ás ‘Abraão’, pois constituir-te-ei pai de uma multidão de nações. 6 Tornar-te-ei muitíssimo numeroso, de ti farei nações, e reis descenderão de ti. 7 Farei’ minha aliança contigo e com tua descendência de geração em geração; será uma aliança perpétua, para que eu seja teu Deus e o Deus de tua posteridade.8 Darei a ti e à, tua descendência depois de ti o país de tuas peregrinações, todo o país de Canaã, em propriedade perpétua, e eu serei vosso Deus”. 9 Deus disse a Abraão: “Tu, pois, guardarás minha aliança, tu e tua posteridade, de geração em geração.
Salmo: Sl 104(105),4-5.6-7.8-9 (R/. 8a)
R. O Senhor se lembra sempre da Aliança!
4 Procurai o Senhor e sua força, buscai constantemente a sua face. 5 Lembrai as maravilhas que operou, seus feitos e as palavras de seus lábios.

6 Ó raça de Abraão, seu servidor, ó filhos de Jacó; seu predileto, 7 eis que o próprio Senhor é o nosso Deus, vigoram suas leis por toda a terra.

8 Jamais ele esqueceu sua aliança, por gerações sem conta promulga 9 a promessa que fez a Abraão, o juramento que jurou a Isaac.
Evangelho: Jo 8,51-59

Naquele tempo, disse Jesus aos judeus: 51 Eu vos afirmo e esta é a verdade: se alguém guardar minha palavra, não morrerá nunca”. 52 Os judeus afirmaram: “Agora estamos seguros de que estás possesso do demônio: Abraão e os profetas morreram e tu dizes: ‘Se alguém guardar minha palavra, não morrerá nunca!’. 53 Por acaso és maior que Abraão, nosso pai, o qual morreu, e maior que os profetas, que também morreram? Quem tens a pretensão de ser?”. 54 Jesus respondeu: “Se me glorificasse a mim mesmo, a minha glória seria vã. Meu Pai é que me glorifica, aquele que dizeis ser vosso Deus. 55 Vós não o conheceis, mas eu o conheço. Se eu afirmasse que não o conheço, seria mentiroso como vós. Mas eu o conheço e guardo a Sua palavra. 56 Abraão, vosso pai, alegrou-se intensamente com o pensamento de ver meu Dia. Ele o viu, e ficou alegre”. 57 Os judeus lhe disseram: “Ainda não tens cinquenta anos e viste Abraão?”. 58 Jesus respondeu: “Eu vos afirmo e esta é a verdade: antes que Abraão nascesse, Eu sou”. 59 Então apanharam pedras para atirar nele; mas Jesus se escondeu e saiu do Templo.
Leituras: Diretório da Liturgia e da Organização da Igreja no Brasil 2018 - Ano B - São 
Marcos, Brasília, Edições CNBB, 2017.
Citações bíblicas: Bíblia Mensagem de Deus, São Paulo, Edições Loyola e Editora 
Santuário, 2016.
Boa Nova para cada dia
Vosso pai, Abraão, exultou por ver o meu dia... .(Jo 8,58).
Jesus queria que os judeus, com os quais discutia, – como já vimos no Evangelho de ontem – O aceitassem como quem pode livrar os homens da morte. A morte é causada pelo pecado. Jesus, obtendo de Deus o perdão dos pecados, livra os homens da morte.
É por isso que em Jo 8,51b Jesus falou: “... se alguém guardar minha palavra jamais morrerá”. Por “guardar minha palavra” Jesus queria dizer: “aceitar o perdão dos pecados que vim trazer ao mundo”.
Os judeus que O ouviram não aceitaram nem a palavra de Jesus, nem a verdade de que Ele era o Salvador vindo ao mundo como filho de Abraão, portanto judeu, nem Filho de Deus, portanto de origem divina.
Dizendo que quem aceitasse sua palavra jamais veria a morte – eterna, não só terrena – Jesus provocou esta pergunta dos judeus: Abraão não viu Jesus, porque viveu antes Dele. Como Jesus poderia ter livrado Abraão da morte? Segundo eles, Jesus não garantiu a Abraão a imortalidade.
E Jesus, por sua vez, aproveitou esta questão para dizer que já existia antes da criação do mundo. Em outras palavras, Jesus era de origem divina deste antes que o mundo existisse. O que afirmou deixou os judeus completamente atordoados: “Vosso pai Abraão exultou por ver o meu dia [o da Ressurreição de Jesus]; ele o viu e alegrou-se” (Jo 8,56).
Abraão viu mesmo Jesus?
Em Ex 6,3 está dito, sobre Deus, – porque os judeus somente conheciam a Deus Pai e não o Filho e o Espírito Santo –: “E eu apareci a Abraão, a Isaque, e a Jacó, como o Deus Todo-Poderoso ....
O que Jesus quer lhes dizer é que existia na eternidade com o Pai, portanto antes do nascimento de Abraão. Assim Abraão tinha visto Jesus ressuscitado e por isso se alegrara.
E o que isto significava para Jesus?
Era que Jesus era de origem divina e podia chamar de “Seu” Pai o Deus de Abraão, Isaque e Jacó. Ou seja, Jesus tinha origem divina que homem algum tinha.
Esta era sua “Verdade” (Jo 8,32), que os judeus consideraram mentira. Eles tinham o coração endurecido e não se converteram a Jesus.
E para nós, hoje, o que esta discussão de Jesus com os judeus tem a dizer?
Primeiro que Jesus, de origem divina, existiu desde toda a eternidade junto do Pai. O Evangelho de São João diz isto claramente em Jo 1,1-2: No princípio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus. Ele estava no princípio com Deus.
O Evangelho de hoje, portanto, põe diante de nós a divindade de Jesus, sua filiação divina: Ele é o Filho de Deus, e como o Pai, é Deus.
Ouvimos muitas vezes isto a ponto de não ver aqui novidade alguma.
No entanto a Liturgia da Palavra nos traz esta questão precisamente nesta Quaresma para que nela pensemos de um modo especial, profundamente.
Perguntemos: quem é Deus para nós?
Perguntemos: e Jesus Cristo, como entendê-Lo como Filho de Deus?
É clara, aqui, a moção de Deus para que levemos a sério o estudo desta afirmação doutrinal essencial sobre Deus Pai e Deus Filho.
E façamos um propósito: procurar a instrução religiosa, teológica, necessária para respondermos a estas questões de maneira adulta, responsável e satisfatória. Somos cristãos, filhos adotivos de Deus. Não podemos permanecer na instrução medíocre sobre o Pai, o Filho Jesus Cristo e o Espírito Santo. Procuremos cursos que nos são propostos pela Igreja na paróquia, na Internet, nas escolas de teologia.
Autor: Pe. Valdir Marques, SJ, Doutor em Teologia Bíblica pela Pontifícia Universidade Gregoriana de Roma.

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