Leituras
Is 61,1-2a.10-11
Lc 1,46-48.49-50.53-54 (R./ Is 61,10b)
1Ts 5,16-24
Jo 1,6-8.19-28
Is 61,1-2a.10-11
Lc 1,46-48.49-50.53-54 (R./ Is 61,10b)
1Ts 5,16-24
Jo 1,6-8.19-28
3ª Semana do Advento
Domingo
Primeira Leitura: Is 61,1-2a.10-11
1 O espírito do Senhor Javé está sobre mim porque Javé me ungiu. Ele me enviou para anunciar a Boa-Nova aos pobres, para curar os corações contritos, para proclamar aos deportados a libertação, e aos prisioneiros a soltura,2a para proclamar um ano de graça de Javé, 10 “Exulto de alegria em Javé, minha alma jubila em meu Deus, pois ele me revestiu com vestes de salvação, cobriu-me com o manto da justiça, como o jovem esposo se cinge com o diadema, como a desposada se enfeita de joias.” 11“Pois, como a terra produz seus germes, como um jardim germina suas sementes, o Senhor Javé fará brotar a Justiça e o louvor ante todas as nações.”
Salmo: Lc 1,46-48.49-50.53-54 (R./ Is 61,10b)
R. A minh'alma se alegra no meu Deus.
46 Minha alma engrandece o Senhor, 47 meu espírito alegra-se intensamente em Deus meu Salvador, 48 porque olhou para a humildade da sua serva. De agora em diante, todas as gerações me chamarão bem-aventurada.
49 porque o Todo-Poderoso fez em mim grandes coisas. Santo é Seu Nome 50 e Sua misericórdia se estende de geração em geração sobre os que o temem.
53 Deixou os famintos satisfeitos, despediu os ricos de mãos vazias. 54 Socorreu Israel, seu servo, lembrando-se da sua misericórdia
Segunda Leitura: 1Ts 5,16-24
Irmãos: 16 Sede sempre alegres.17 Rezai sem cessar. 18Em todas as circunstâncias, dai graças, pois esta é a vontade de Deus a vosso respeito, em Cristo Jesus. 19Não resistais à ação do Espírito, 20 não desprezeis as profecias. 21 Examinai tudo, conservai o que é bom. 22Afastai-vos de toda espécie de mal. 23 E que o Deus da paz vos santifique totalmente! Que todo vosso ser, o espírito, a alma e o corpo, seja conservado sem mancha para a Vinda de nosso Senhor Jesus Cristo! 24 Aquele que vos chama é fiel. Ele cumprirá isto.
Evangelho: Jo 1,6-8.19-28
6 Surgiu um homem enviado por Deus. Seu nome era João. 7 Ele veio como testemunha, para falar a respeito da luz, para que todos cressem por meio dele. 8 Ele não era a luz, mas a testemunha da luz. 19 E este é o testemunho de João, quando os judeus enviaram de Jerusalém sacerdotes e levitas, para lhe perguntarem: “Quem és tu?”. 20 Ele declarou sem restrições, mas claramente: “Eu não sou o Cristo”. 21 Então perguntaram: “Nesse caso quem és? Elias?”. Respondeu: “Não sou”. “És o profeta?”. De novo ele respondeu: “Não!”. 22 Perguntaram-lhe: “Quem és afinal, pois precisamos dar uma resposta aos que nos enviaram? Que dizes sobre ti mesmo?”. 23 Ele respondeu: “Sou uma voz que clama no deserto: endireitai o caminho do Senhor, como disse o profeta Isaías”. 24 Entre os enviados, encontravam-se também alguns fariseus, 25 que lhe perguntaram: “Por que então batizas, não sendo nem o Cristo, nem Elias, nem o Profeta?”. 26 João respondeu: “Eu batizo com água. Mas entre vós está quem não conheceis. 27 Ele vem depois de mim e nem sequer sou digno de lhe desamarrar a correia da sandália”. 28 Isto aconteceu em Betânia, do outro lado do Jordão, onde João batizava.
Leituras: Diretório da Liturgia e da Organização da Igreja no Brasil 2017 - Ano A - São Mateus, Brasília, Edições CNBB, 2016.
Citações bíblicas: Bíblia Mensagem de Deus, São Paulo, Edições Loyola e Editora Santuário, 2016.
Boa Nova para cada dia
O PODEROSO FEZ EM MIM MARAVILHAS, SANTO É O SEU NOME (Lc 1,49)
Primeira Leitura: Is 61,1-2.10-11.
O Espírito do Senhor está sobre mim, porque o Senhor me ungiu; enviou-me ... para proclamar o tempo da Graça do Senhor. (Is 61,1abc,2a).
Tudo na Liturgia deste Terceiro Domingo do Advento é proclamação da alegria pela escolha que Deus faz das pessoas que revelarão ao mundo o tempo da Graça do Senhor (Isaías 61,2a).
É, portanto, sobre estes pensamentos que nos concentramos hoje em nossa meditação e oração em vista de nosso preparo para o Natal de Jesus Cristo:
a) Alegria pelo anúncio da chegada da Graça de Deus ao mundo na pessoa de Seu Filho encarnado.
b) Graças a Deus por nos ter enviado mensageiros desta alegria, previamente santificados por Ele, com a unção do Espírito Santo.
De nossa parte, entendamos que acolhendo esta alegria pelo Natal de Jesus Cristo, somos igualmente preparados por Deus para este momento tão importante, porque Deus nos santifica para esta ocasião.
É por este motivo que o Natal deve ser fonte de grande alegria espiritual e totalmente religiosa. Esta alegria não deve se reduzir a presentes e uma ceia rica meramente material. Se festejamos o Natal com trocas de presentes e uma ceia especial, isto somente tem sentido enquanto expressão de nossa alegria espiritual com a vinda de Jesus Cristo.
Na Primeira Leitura o mensageiro que Deus nos manda em preparação do Natal é o profeta Isaías. Como assim?
O profeta Isaías foi santificado por Deus para sua missão em seu tempo, seis séculos antes do nascimento de Jesus. Deus o ungiu com o Espírito Santo para isto. E a ordem que recebeu de Deus foi a de proclamar o tempo da Graça do Senhor. (Is 61,2a).
O que Isaías entende por “tempo da Graça do Senhor” ?
No tempo de Isaías este tempo da Graça consistia na libertação dos escravos, no perdão de dívidas e outros benefícios ao Povo Eleito. Era o ano do jubileu, isto é, comemorado a cada 50 anos, conforme Moisés mandou celebrar em Lv 25,10-17.
Mais propriamente Isaías fala, aqui em Is 61,1abc,2a, sobre a libertação do Povo Eleito do cativeiro da Babilônia. E aqui sua mensagem se encerra em seu tempo.
Acontece, porém, que o profeta Isaías era lido nas sinagogas pelos séculos seguintes até o tempo de Jesus e depois dele. E o Povo Eleito, a cada século, entendia Is 61,1abc,2a aplicado a si mesmo de maneira própria, em diferentes épocas.
Foi assim que no século em que Jesus esteve na terra, Ele mesmo leu esta passagem na sinagoga de Nazaré, afirmando que naquele dia, em Sua pessoa, a profecia de Is 61,1abc,2a se realizava.
Qual o sentido que Ele deu a esta profecia? Jesus lhe deu um sentido messiânico: Ele, o Rei Messias,proclamava um tempo especial para o Povo Eleito, um tempo de Salvação para todos, ou seja, o tempo da Graça que ia libertar todos os homens do pecadopela ‘anistia’ dada aos homens pelo Sangue de Sua Cruz.
Este era o tempo do Reino de Deus que o próprio Jesus inaugurou com a pregação do Evangelho.
Neste Natal, como Jesus, entendamos esta mensagem de Isaías como realizada também em nosso tempo por meio de Jesus, que cheio do Espírito Santo começou este Tempo de Graça para todo o Povo Eleito, no qual Ele nos incluiu.
É deste modo que Isaías é para nós anunciador da alegria que o Tempo do Natal traz para toda a humanidade. Agradeçamos a Deus por nos ter enviado Isaías também a nós.
Diante do presépio meditemos esta mensagem de Isaías. E com ele nos alegremos, vendo este Tempo de Graça realizado no nascimento de Jesus.
Salmo Responsorial: Lc 1,46-54.
... O Poderoso fez em mim maravilhas, Santo é o Seu Nome. (Lc 1,49).
O Salmo Responsorial de hoje é uma surpresa: é um Salmo composto por Nossa Senhora. O Magnificat traz os sentimentos de Nossa Senhora quando visitou sua prima Isabel. Quando Isabel reconhece em Maria a Mãe do Filho de Deus, Maria canta as maravilhas que meditara em seu coração.
Qual a maior alegria de Maria?
Era a de ser a Mãe do Filho de Deus.
Mais ainda, era a alegria de ser reconhecida por sua prima como a Mãe do Salvador. Isabel, além de José, foi a segunda pessoa a saber que de Maria nasceria o Filho de Deus. Esta foi a grande maravilha que Deus lhe fez.É desta maneira que Maria nos anuncia o nascimento de Jesus neste Natal, dizendo: O Poderoso fez em mim maravilhas, Santo é o Seu Nome. (Lc 1,49).
Ela nos faz participar da alegria que teve, alegria única porque somente ela foi escolhida por Deus para ser a Mãe de Seu Filho.
Se Maria não tivesse revelado esta alegria ao evangelista Lucas, nada disto saberíamos. Mas como Deus quis assim, vemos em Maria a anunciadora da alegria do Natal, do nascimento de Seu Filho.
Segunda Leitura: 1Ts 5,16-24.
Que o próprio Deus da paz vos santifique totalmente, e que tudo aquilo que sois – espírito, alma e corpo – seja conservado sem mancha alguma para a Vida de Nosso Senhor Jesus Cristo. (1Ts 5,23).
Com Isaías, do Antigo Testamento, com Maria, em quem vai se iniciar o Novo Testamento, nossa alegria é ampliada pela alegria da Igreja primitiva.
Nesta Leitura é uma comunidade paulina que serve aos propósitos de Deus, isto é, os de nos lembrar que além da vinda do Filho de Deus ao mundo no Natal, haverá Sua nova Vinda Gloriosa no fim dos tempos.
Como devemos nos preparar para esta Vinda Gloriosa de Jesus Cristo?
É com a mesma alegria com que nos preparamos cada ano para o Natal.
É com a alegria de termos o coração puro para estarmos com quem é puro de coração: o profeta Isaías, Maria, todos os santos da Igreja de Deus.Iremos ao encontro de Jesus sabendo que o Tempo da Graça do Senhor surtiu em nós o seu efeito: nós nos purificamos de nossos pecados numa confissão preparatória para o Natal. E assim também nos dispomos a esperar Jesus Cristo em Sua Vinda Gloriosa.
Que este Natal nos lembre a alegria que teremos quando Jesus vier nos buscar, santos e irrepreensíveis, para nos levar ao céu com Ele.
Evangelho: Jo 1,6-8.19-28.
“Eu sou a voz que grita no deserto: ‘Aplainai o caminho do Senhor’”. (Jo 1,23b).
1 O espírito do Senhor Javé está sobre mim porque Javé me ungiu. Ele me enviou para anunciar a Boa-Nova aos pobres, para curar os corações contritos, para proclamar aos deportados a libertação, e aos prisioneiros a soltura,2a para proclamar um ano de graça de Javé, 10 “Exulto de alegria em Javé, minha alma jubila em meu Deus, pois ele me revestiu com vestes de salvação, cobriu-me com o manto da justiça, como o jovem esposo se cinge com o diadema, como a desposada se enfeita de joias.” 11“Pois, como a terra produz seus germes, como um jardim germina suas sementes, o Senhor Javé fará brotar a Justiça e o louvor ante todas as nações.”
Salmo: Lc 1,46-48.49-50.53-54 (R./ Is 61,10b)
R. A minh'alma se alegra no meu Deus.
46 Minha alma engrandece o Senhor, 47 meu espírito alegra-se intensamente em Deus meu Salvador, 48 porque olhou para a humildade da sua serva. De agora em diante, todas as gerações me chamarão bem-aventurada.
49 porque o Todo-Poderoso fez em mim grandes coisas. Santo é Seu Nome 50 e Sua misericórdia se estende de geração em geração sobre os que o temem.
53 Deixou os famintos satisfeitos, despediu os ricos de mãos vazias. 54 Socorreu Israel, seu servo, lembrando-se da sua misericórdia
Segunda Leitura: 1Ts 5,16-24
Irmãos: 16 Sede sempre alegres.17 Rezai sem cessar. 18Em todas as circunstâncias, dai graças, pois esta é a vontade de Deus a vosso respeito, em Cristo Jesus. 19Não resistais à ação do Espírito, 20 não desprezeis as profecias. 21 Examinai tudo, conservai o que é bom. 22Afastai-vos de toda espécie de mal. 23 E que o Deus da paz vos santifique totalmente! Que todo vosso ser, o espírito, a alma e o corpo, seja conservado sem mancha para a Vinda de nosso Senhor Jesus Cristo! 24 Aquele que vos chama é fiel. Ele cumprirá isto.
Evangelho: Jo 1,6-8.19-28
6 Surgiu um homem enviado por Deus. Seu nome era João. 7 Ele veio como testemunha, para falar a respeito da luz, para que todos cressem por meio dele. 8 Ele não era a luz, mas a testemunha da luz. 19 E este é o testemunho de João, quando os judeus enviaram de Jerusalém sacerdotes e levitas, para lhe perguntarem: “Quem és tu?”. 20 Ele declarou sem restrições, mas claramente: “Eu não sou o Cristo”. 21 Então perguntaram: “Nesse caso quem és? Elias?”. Respondeu: “Não sou”. “És o profeta?”. De novo ele respondeu: “Não!”. 22 Perguntaram-lhe: “Quem és afinal, pois precisamos dar uma resposta aos que nos enviaram? Que dizes sobre ti mesmo?”. 23 Ele respondeu: “Sou uma voz que clama no deserto: endireitai o caminho do Senhor, como disse o profeta Isaías”. 24 Entre os enviados, encontravam-se também alguns fariseus, 25 que lhe perguntaram: “Por que então batizas, não sendo nem o Cristo, nem Elias, nem o Profeta?”. 26 João respondeu: “Eu batizo com água. Mas entre vós está quem não conheceis. 27 Ele vem depois de mim e nem sequer sou digno de lhe desamarrar a correia da sandália”. 28 Isto aconteceu em Betânia, do outro lado do Jordão, onde João batizava.
Leituras: Diretório da Liturgia e da Organização da Igreja no Brasil 2017 - Ano A - São Mateus, Brasília, Edições CNBB, 2016.
Citações bíblicas: Bíblia Mensagem de Deus, São Paulo, Edições Loyola e Editora Santuário, 2016.
Boa Nova para cada dia
O PODEROSO FEZ EM MIM MARAVILHAS, SANTO É O SEU NOME (Lc 1,49)
Primeira Leitura: Is 61,1-2.10-11.
O Espírito do Senhor está sobre mim, porque o Senhor me ungiu; enviou-me ... para proclamar o tempo da Graça do Senhor. (Is 61,1abc,2a).
Tudo na Liturgia deste Terceiro Domingo do Advento é proclamação da alegria pela escolha que Deus faz das pessoas que revelarão ao mundo o tempo da Graça do Senhor (Isaías 61,2a).
É, portanto, sobre estes pensamentos que nos concentramos hoje em nossa meditação e oração em vista de nosso preparo para o Natal de Jesus Cristo:
a) Alegria pelo anúncio da chegada da Graça de Deus ao mundo na pessoa de Seu Filho encarnado.
b) Graças a Deus por nos ter enviado mensageiros desta alegria, previamente santificados por Ele, com a unção do Espírito Santo.
De nossa parte, entendamos que acolhendo esta alegria pelo Natal de Jesus Cristo, somos igualmente preparados por Deus para este momento tão importante, porque Deus nos santifica para esta ocasião.
É por este motivo que o Natal deve ser fonte de grande alegria espiritual e totalmente religiosa. Esta alegria não deve se reduzir a presentes e uma ceia rica meramente material. Se festejamos o Natal com trocas de presentes e uma ceia especial, isto somente tem sentido enquanto expressão de nossa alegria espiritual com a vinda de Jesus Cristo.
Na Primeira Leitura o mensageiro que Deus nos manda em preparação do Natal é o profeta Isaías. Como assim?
O profeta Isaías foi santificado por Deus para sua missão em seu tempo, seis séculos antes do nascimento de Jesus. Deus o ungiu com o Espírito Santo para isto. E a ordem que recebeu de Deus foi a de proclamar o tempo da Graça do Senhor. (Is 61,2a).
O que Isaías entende por “tempo da Graça do Senhor” ?
No tempo de Isaías este tempo da Graça consistia na libertação dos escravos, no perdão de dívidas e outros benefícios ao Povo Eleito. Era o ano do jubileu, isto é, comemorado a cada 50 anos, conforme Moisés mandou celebrar em Lv 25,10-17.
Mais propriamente Isaías fala, aqui em Is 61,1abc,2a, sobre a libertação do Povo Eleito do cativeiro da Babilônia. E aqui sua mensagem se encerra em seu tempo.
Acontece, porém, que o profeta Isaías era lido nas sinagogas pelos séculos seguintes até o tempo de Jesus e depois dele. E o Povo Eleito, a cada século, entendia Is 61,1abc,2a aplicado a si mesmo de maneira própria, em diferentes épocas.
Foi assim que no século em que Jesus esteve na terra, Ele mesmo leu esta passagem na sinagoga de Nazaré, afirmando que naquele dia, em Sua pessoa, a profecia de Is 61,1abc,2a se realizava.
Qual o sentido que Ele deu a esta profecia? Jesus lhe deu um sentido messiânico: Ele, o Rei Messias,proclamava um tempo especial para o Povo Eleito, um tempo de Salvação para todos, ou seja, o tempo da Graça que ia libertar todos os homens do pecadopela ‘anistia’ dada aos homens pelo Sangue de Sua Cruz.
Este era o tempo do Reino de Deus que o próprio Jesus inaugurou com a pregação do Evangelho.
Neste Natal, como Jesus, entendamos esta mensagem de Isaías como realizada também em nosso tempo por meio de Jesus, que cheio do Espírito Santo começou este Tempo de Graça para todo o Povo Eleito, no qual Ele nos incluiu.
É deste modo que Isaías é para nós anunciador da alegria que o Tempo do Natal traz para toda a humanidade. Agradeçamos a Deus por nos ter enviado Isaías também a nós.
Diante do presépio meditemos esta mensagem de Isaías. E com ele nos alegremos, vendo este Tempo de Graça realizado no nascimento de Jesus.
Salmo Responsorial: Lc 1,46-54.
... O Poderoso fez em mim maravilhas, Santo é o Seu Nome. (Lc 1,49).
O Salmo Responsorial de hoje é uma surpresa: é um Salmo composto por Nossa Senhora. O Magnificat traz os sentimentos de Nossa Senhora quando visitou sua prima Isabel. Quando Isabel reconhece em Maria a Mãe do Filho de Deus, Maria canta as maravilhas que meditara em seu coração.
Qual a maior alegria de Maria?
Era a de ser a Mãe do Filho de Deus.
Mais ainda, era a alegria de ser reconhecida por sua prima como a Mãe do Salvador. Isabel, além de José, foi a segunda pessoa a saber que de Maria nasceria o Filho de Deus. Esta foi a grande maravilha que Deus lhe fez.É desta maneira que Maria nos anuncia o nascimento de Jesus neste Natal, dizendo: O Poderoso fez em mim maravilhas, Santo é o Seu Nome. (Lc 1,49).
Ela nos faz participar da alegria que teve, alegria única porque somente ela foi escolhida por Deus para ser a Mãe de Seu Filho.
Se Maria não tivesse revelado esta alegria ao evangelista Lucas, nada disto saberíamos. Mas como Deus quis assim, vemos em Maria a anunciadora da alegria do Natal, do nascimento de Seu Filho.
Segunda Leitura: 1Ts 5,16-24.
Que o próprio Deus da paz vos santifique totalmente, e que tudo aquilo que sois – espírito, alma e corpo – seja conservado sem mancha alguma para a Vida de Nosso Senhor Jesus Cristo. (1Ts 5,23).
Com Isaías, do Antigo Testamento, com Maria, em quem vai se iniciar o Novo Testamento, nossa alegria é ampliada pela alegria da Igreja primitiva.
Nesta Leitura é uma comunidade paulina que serve aos propósitos de Deus, isto é, os de nos lembrar que além da vinda do Filho de Deus ao mundo no Natal, haverá Sua nova Vinda Gloriosa no fim dos tempos.
Como devemos nos preparar para esta Vinda Gloriosa de Jesus Cristo?
É com a mesma alegria com que nos preparamos cada ano para o Natal.
É com a alegria de termos o coração puro para estarmos com quem é puro de coração: o profeta Isaías, Maria, todos os santos da Igreja de Deus.Iremos ao encontro de Jesus sabendo que o Tempo da Graça do Senhor surtiu em nós o seu efeito: nós nos purificamos de nossos pecados numa confissão preparatória para o Natal. E assim também nos dispomos a esperar Jesus Cristo em Sua Vinda Gloriosa.
Que este Natal nos lembre a alegria que teremos quando Jesus vier nos buscar, santos e irrepreensíveis, para nos levar ao céu com Ele.
Evangelho: Jo 1,6-8.19-28.
“Eu sou a voz que grita no deserto: ‘Aplainai o caminho do Senhor’”. (Jo 1,23b).
João Batista cumpriu a missão que recebera de Deus afirmando que depois dele viria o Messias ao Povo Eleito.Ele não era o Messias, nem O Profeta anunciado por Moisés em Dt 18,18, nem Elias. A única coisa que Deus lhe mandara fazer foi preparar os caminhos para Jesus, O Messias, O Profeta.
João Batista cumpriu sua missão perfeitamente. Ele preparou tudo para que seus discípulos reconhecessem o Messias. Foi no dia em que, encontrando Jesus, João disse a André, irmão de Pedro, e a João, irmão de Tiago, que Jesus era o Cordeiro de Deus. Foi por esse motivo que André e João irmão de Tiago procuraram Jesus, acolheram seu convite para estar com Ele, e se convencerem de que Jesus era o Messias. Foi por isso que André e João irmão de Tiago foram encontrar Pedro e dar-lhe a notícia: Jesus era o Messias esperado.
Entendamos João Batista como o anunciador, também para nós, de que Jesus é o Filho de Deus, o Messias, o Salvador Cordeiro de Deus que nasce em Belém.
Com a alegria, como a de André e de João irmão de Tiago, vamos ao presépio.
Não chegaremos lá com o coração vazio.
Chegaremos a Jesus com a alegria que pressentiram no passado Isaías e Maria Mãe de Jesus, José, João Batista, André e João irmão de Tiago, e toda a comunidade da Igreja primitiva. Não encontraremos melhor companhia do que esta.
Unidos a estes santos do passado, rezemos diante do Menino Jesus em sua manjedoura. Que seu sorriso infantil, tão divino e humano, nos contagie e nos deixe repletos de Sua alegria celeste.
Autor: Pe. Valdir Marques, SJ, Doutor em Teologia Bíblica pela Pontifícia Universidade Gregoriana de Roma.
Descobrindo a Bíblia
O testemunho de João Batista no Quarto Evangelho
Depois do Prólogo do evangelho de João (1,1-18), inicia-se o relato da atividade de Jesus. Os primeiros episódios desse relato constituem uma construção artificiosa de quatro dias seguidos e mais um “terceiro dia” no fim, completando uma semana (1,19–2,11). É o que mostram, além do início em 1,19, as indicações dos dias em 1,29.35.43 e 2,1. No primeiro dia desta semana, João situa o testemunho de João Batista diante da “inquisição”. De fato, enquanto Marcos descreve o Batista diante da multidão em busca de conversão (Mc 1,5), o evangelho de João leva ao palco os chefes (sacerdotes) e funcionários (levitas) do templo de Jerusalém. Pois o Batista está introduzindo um rito que não está no programa do Templo e que parece significar a chegada do tempo final. Perguntam: “Quem é você?” O Batista dá uma resposta clara: “Eu não sou o Messias”. Voltam a perguntar: “Quem é, então? Elias?” Ele responde: “Não”. — “O profeta?” — “Não.” Perguntam-lhe: “Quem é você, afinal? Precisamos dar uma resposta àqueles que nos mandaram. Que é que você diz a respeito de si mesmo?” Ora, João não é o Messias ou qualquer outra figura do fim dos tempos. Não é aquele que põe fim à história. Ele responde ser apenas “a voz do que grita no deserto: Aplanai o caminho do Senhor!” — cumprindo a palavra do profeta Isaías (Is 40,3). Como os “inquisidores” vêm da parte dos fariseus, que têm sua academia em Jerusalém e são especialistas em ritos de purificação, batismos, etc., eles insistem: “Por que, então, você batiza, se não é o Messias, nem Elias, nem o profeta?” João responde: “Eu batizo com água... Ora, entre vocês está alguém que não conhecem: aquele que vem depois de mim e do qual eu não sou digno de desamarrar as correias da sandália!”
O Batista se esvazia a si mesmo de todo conteúdo próprio. Ele é mera voz. Seu batismo com água aponta para um desconhecido, que será revelado no segundo dia da semana inaugural: o “Cordeiro de Deus”, que “batiza com Espírito Santo” (Jo 1,29-34) e para quem João encaminha seus próprios discípulos (Jo 1,35-36).
Esta atitude de João Batista reaparece num segundo texto que fala de seu testemunho, Jo 3,22-30. Lá se trata de uma disputa entre os discípulos de João e um fariseu sobre os ritos de purificação (3,25). Eles denunciam a competição de Jesus. João responde que o ser humano só pode receber o que Deus lhe dá e que ele mesmo testemunhou não ser o Messias, e sim, aquele que foi enviado adiante dele (3,27-28; cf. Mc 1,2-3). E conclui: “Quem recebe a esposa é o esposo, mas o amigo que está aí ouvindo-lhe a voz alegra-se muito com a voz do esposo! Assim é minha alegria, e ela é completa. Ele deve crescer, eu diminuir” (Jo 3,29-30).
Em Jo 5,33-35, Jesus lembra o testemunho de João, não necessário para provar sua missão divina, mas útil para a fé das pessoas. “Ele foi uma lamparina acesa e a brilhar”, mas de função passageira (5,35). Jesus, pelo contrário, é “a verdadeira luz que vem ao mundo”, como antecipa o Prólogo, apontando o testemunho de João (1,6-8.9.15).
O testemunho do Batista é mencionado pela última vez em 10,40-42, quando Jesus volta ao lugar onde João batizava. O povo une sua voz à do Batista, dizendo: “João não fez sinais, mas tudo o que ele falou de Jesus se mostrou verdade” (10,42).
Artigo extraído do livro Descobrir a Bíblia a partir da Liturgia, Pe. Johan Konings, Loyola, 1997.
João Batista cumpriu sua missão perfeitamente. Ele preparou tudo para que seus discípulos reconhecessem o Messias. Foi no dia em que, encontrando Jesus, João disse a André, irmão de Pedro, e a João, irmão de Tiago, que Jesus era o Cordeiro de Deus. Foi por esse motivo que André e João irmão de Tiago procuraram Jesus, acolheram seu convite para estar com Ele, e se convencerem de que Jesus era o Messias. Foi por isso que André e João irmão de Tiago foram encontrar Pedro e dar-lhe a notícia: Jesus era o Messias esperado.
Entendamos João Batista como o anunciador, também para nós, de que Jesus é o Filho de Deus, o Messias, o Salvador Cordeiro de Deus que nasce em Belém.
Com a alegria, como a de André e de João irmão de Tiago, vamos ao presépio.
Não chegaremos lá com o coração vazio.
Chegaremos a Jesus com a alegria que pressentiram no passado Isaías e Maria Mãe de Jesus, José, João Batista, André e João irmão de Tiago, e toda a comunidade da Igreja primitiva. Não encontraremos melhor companhia do que esta.
Unidos a estes santos do passado, rezemos diante do Menino Jesus em sua manjedoura. Que seu sorriso infantil, tão divino e humano, nos contagie e nos deixe repletos de Sua alegria celeste.
Autor: Pe. Valdir Marques, SJ, Doutor em Teologia Bíblica pela Pontifícia Universidade Gregoriana de Roma.
Descobrindo a Bíblia
O testemunho de João Batista no Quarto Evangelho
Depois do Prólogo do evangelho de João (1,1-18), inicia-se o relato da atividade de Jesus. Os primeiros episódios desse relato constituem uma construção artificiosa de quatro dias seguidos e mais um “terceiro dia” no fim, completando uma semana (1,19–2,11). É o que mostram, além do início em 1,19, as indicações dos dias em 1,29.35.43 e 2,1. No primeiro dia desta semana, João situa o testemunho de João Batista diante da “inquisição”. De fato, enquanto Marcos descreve o Batista diante da multidão em busca de conversão (Mc 1,5), o evangelho de João leva ao palco os chefes (sacerdotes) e funcionários (levitas) do templo de Jerusalém. Pois o Batista está introduzindo um rito que não está no programa do Templo e que parece significar a chegada do tempo final. Perguntam: “Quem é você?” O Batista dá uma resposta clara: “Eu não sou o Messias”. Voltam a perguntar: “Quem é, então? Elias?” Ele responde: “Não”. — “O profeta?” — “Não.” Perguntam-lhe: “Quem é você, afinal? Precisamos dar uma resposta àqueles que nos mandaram. Que é que você diz a respeito de si mesmo?” Ora, João não é o Messias ou qualquer outra figura do fim dos tempos. Não é aquele que põe fim à história. Ele responde ser apenas “a voz do que grita no deserto: Aplanai o caminho do Senhor!” — cumprindo a palavra do profeta Isaías (Is 40,3). Como os “inquisidores” vêm da parte dos fariseus, que têm sua academia em Jerusalém e são especialistas em ritos de purificação, batismos, etc., eles insistem: “Por que, então, você batiza, se não é o Messias, nem Elias, nem o profeta?” João responde: “Eu batizo com água... Ora, entre vocês está alguém que não conhecem: aquele que vem depois de mim e do qual eu não sou digno de desamarrar as correias da sandália!”
O Batista se esvazia a si mesmo de todo conteúdo próprio. Ele é mera voz. Seu batismo com água aponta para um desconhecido, que será revelado no segundo dia da semana inaugural: o “Cordeiro de Deus”, que “batiza com Espírito Santo” (Jo 1,29-34) e para quem João encaminha seus próprios discípulos (Jo 1,35-36).
Esta atitude de João Batista reaparece num segundo texto que fala de seu testemunho, Jo 3,22-30. Lá se trata de uma disputa entre os discípulos de João e um fariseu sobre os ritos de purificação (3,25). Eles denunciam a competição de Jesus. João responde que o ser humano só pode receber o que Deus lhe dá e que ele mesmo testemunhou não ser o Messias, e sim, aquele que foi enviado adiante dele (3,27-28; cf. Mc 1,2-3). E conclui: “Quem recebe a esposa é o esposo, mas o amigo que está aí ouvindo-lhe a voz alegra-se muito com a voz do esposo! Assim é minha alegria, e ela é completa. Ele deve crescer, eu diminuir” (Jo 3,29-30).
Em Jo 5,33-35, Jesus lembra o testemunho de João, não necessário para provar sua missão divina, mas útil para a fé das pessoas. “Ele foi uma lamparina acesa e a brilhar”, mas de função passageira (5,35). Jesus, pelo contrário, é “a verdadeira luz que vem ao mundo”, como antecipa o Prólogo, apontando o testemunho de João (1,6-8.9.15).
O testemunho do Batista é mencionado pela última vez em 10,40-42, quando Jesus volta ao lugar onde João batizava. O povo une sua voz à do Batista, dizendo: “João não fez sinais, mas tudo o que ele falou de Jesus se mostrou verdade” (10,42).
Artigo extraído do livro Descobrir a Bíblia a partir da Liturgia, Pe. Johan Konings, Loyola, 1997.
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